Em live no “Facebook”, o presidente Jair Bolsonaro falou sobre a aprovação da MP 870, que reduziu o número de ministérios da Esplanada, mas após modificação na Câmara dos Deputados, tirou do ministro da Justiça, Sergio Moro, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Segundo Bolsonaro, o Coaf segue no poder Executivo, “sem problema nenhum”, e lembrou que a medida, agora, deve ser votada pelo Senado e pediu que o texto que veio da Câmara seja aprovado.
“No meu entender, deve aprovar o que foi votado na Câmara e seguir em pautas mais importantes”, disse.
O presidente falou que não manda na bancada do PSL, mas no que depender dele, o partido não vai atrapalhar a votação no Senado, e que o Parlamento tem legitimidade para fazer alterações nas propostas do Executivo.
“Agora, nossa bancada não vai atrapalhar votações, no que depender de mim. Não tenho ascendência, não mando nas bancadas. Logicamente, os líderes somos nós que indicamos, Joice Hasselmann e major Vitor Hugo, e eles trabalham nesse sentido, para que a gente busque o melhor possível para atender o povo. Mas o Parlamento tem mais do que autoridade, tem legitimidade, para mudar essas questões”, afirmou.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também participou da live, e Bolsonaro perguntou a Onyx, se ele daria a mesma orientação aos parlamentares do DEM, seu partido. O ministro disse que sim.
Segundo o presidente, alguns parlamentares de seu partido, que tem muita gente nova, ainda acham que “tem de ganhar todas”, mas ponderou que derrotas vão acontecer e “quem tiver mais voto, leva”.
“O que peço a meus liderados, ao pessoal do meu partido, é que aprove o que passou na Câmara em votação simbólica, relâmpago e que toque o barco. Aprovamos mais de 95% da MP. O parlamento fez a sua mudança lá e a gente vai reconhecer. Isso faz bem para a democracia”, disse.
Terminando a fala sobre esse tópico, Bolsonaro disse que “nós jogamos junto. É igual um casal. Se quer nascer um filho bonito tem que estar aí com alguma coisa, se não vai nascer um filho feio”, disse antes de começar a brincar com Onyx.
O ponto mais polêmico da MP e foco de debates no Congresso e nas redes sociais foi, justamente, a retirada do Coaf de Sergio Moro. A estrutura, agora, está de volta ao Ministério da Economia.
A MP 870 será apreciada na terça-feira pelo Senado. Se por algum motivo os senadores mudarem o texto que veio da Câmara, a MP terá de voltar a ser apreciada pelos deputados, correndo o risco de perder a validade, pois tem de ser aprovada até 3 de junho.
No entanto, senadores do PSL, como Major Olímpio, e o próprio líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) disseram, na manhã de hoje, que iriam defender a permanência do Coaf com Moro, apresentando propostas de modificação do texto que veio da Câmara.