🔴 EVENTO GRATUITO: COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances O Roteirista, Abandonado e Os Jogadores
Bancões em xeque

Itaú manda recado aos investidores: vai passar no teste da revolução digital dos bancos

Maior banco privado do país admitiu, porém, que o cenário de maior competição com as novas empresas de tecnologia financeira (fintechs) poderá levar a uma queda na rentabilidade

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
4 de setembro de 2019
5:59 - atualizado às 16:27
Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal, copresidentes do conselho de administração do Itaú Unibanco
Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal, copresidentes do conselho de administração do Itaú Unibanco - Imagem: Divulgação Itaú

Qual será o futuro dos grandes bancos em meio à revolução digital que vem mudando a maneira como os clientes se relacionam com as instituições financeiras? Quem esteve no evento que o Itaú Unibanco promoveu ontem à tarde com analistas e investidores atrás de uma resposta definitiva deve ter saído frustrado.

Mas os principais executivos do maior banco privado brasileiro se esforçaram para deixar um recado claro: seja qual for o resultado da transformação pela qual passa o setor financeiro, o Itaú chegará ao outro lado. De todo modo, esse processo pode deixar marcas, principalmente nos invejáveis níveis de rentabilidade que a instituição ostenta hoje.

Eu participo há mais de uma década das reuniões públicas anuais que os bancos promovem com representantes do mercado. E a cada edição o tema da tecnologia ocupa mais espaço na programação, como você pode ler na matéria que escrevi sobre o evento do ano passado.

O grande temor dos investidores é que era dos lucros bilionários dos bancões esteja perto do fim em consequência do aumento da concorrência que surgiu com o avanço das novas empresas de tecnologia financeira (fintech). Alguns temem inclusive a própria sobrevivência das instituições nesse cenário.

O Itaú conta hoje com 55 milhões de clientes, dos quais 31 milhões são correntistas. Na bolsa, o banco controlado pelas famílias Setubal, Moreira Salles e Villela possui 215 mil acionistas minoritários diretos e mais de 1 milhão que investem nas ações via fundos.

“Em que pese as aflições, vejo o futuro com muito entusiasmo. Tenho um alto grau de confiança do que é esta organização”, afirmou Pedro Moreira Salles, copresidente do conselho de administração do Itaú.

Uma década juntos

Moreira Salles e Roberto Setubal, que dividem o comando do conselho, abriram o evento com investidores para fazer um balanço da fusão do Itaú com o Unibanco, que completou uma década no fim do ano passado. Setubal revelou que a única frustração em todo o processo foi com o desempenho da economia brasileira no período.

"Infelizmente a economia não se desenvolveu como poderia. Se o país tivesse crescido de 2% a 3% ao ano, hoje o banco estaria em outro patamar", afirmou.

Questionados se fariam algo diferente, ambos concordaram que fariam a fusão antes. As primeiras conversas entre Itaú e Unibanco aconteceram em 1998, dez anos antes da conclusão efetiva do negócio. "Me arrependo de não ter feito o que parecia óbvio", afirmou Moreira Salles.

Daqui para frente, uma certeza é que o banco daqui a cinco anos será diferente do banco de hoje, e o desafio é preparar a instituição para essa mudança.

“Estamos em um daqueles momentos de grande transformação, portanto, alguns players que estão surgindo terão sucesso e outros não. Um deles que certamente terá é o Itaú Unibanco”, afirmou Setubal, durante o evento promovido em conjunto com a Apimec, associação dos analistas do mercado de capitais.

Apimec Itaú Unibanco 2019
Evento do Itaú que reuniu investidores e analistas em São Paulo - Imagem: Vinícius Pinheiro/Seu Dinheiro

Padrão Uber

Ao tratar do desafio do banco de se adaptar às necessidades do cliente no admirável mundo novo digital, o presidente do Itaú, Candido Bracher, relatou uma experiência de ser cobrado duas vezes ao tomar um Uber. Para cancelar a cobrança indevida, bastou ele recorrer ao aplicativo e resolver o problema em dois cliques.

"Quantos cliques alguém precisa dar pra obter uma tarifa cobrada erroneamente pelo Itaú?", questionou, sem dar uma resposta ao público.

Ainda que o Uber não seja um concorrente direto do banco, a expectativa dos clientes se tornou mais elevada graças aos novos padrões estabelecidos pelas empresas surgidas junto com os smartphones, segundo Bracher.

"Não temos as respostas sobre onde o mercado vai estar daqui a cinco anos. Mas temos certeza de que teremos que estar muito mais próximos dos nossos clientes, nosso norte é esse", afirmou.

"Licença para perder dinheiro"

Questionado pela audiência se o banco está preparado para competir com as fintechs, Bracher respondeu que sim, mas ponderou que se trata de uma concorrência entre instituições de natureza diferente.

Para o presidente do Itaú, as fintechs têm a vantagem de contarem com sistemas novos e serem ágeis ao atuar com uma variedade menor de produtos, além de terem o que chamou de "licença para perder dinheiro".

"Se nós nos permitíssemos perder dinheiro, nosso regulador ficaria preocupado. Não é da nossa natureza", afirmou, ao apontar para um representante do Banco Central que estava na plateia.

Bracher disse não saber por quanto tempo as fintechs terão a tal licença para ter prejuízo, mas ele acredita que enquanto os juros globais estiverem em níveis baixos essa tendência deve continuar.

Retorno vai cair?

O Itaú pode até passar pelo teste da competição, mas não está livre de sequelas nesse processo. Em resposta a outra pergunta da audiência, Setubal deu a entender que a rentabilidade do Itaú deverá cair em resposta às mudanças nas condições de mercado.

"Se as condições de mercado estão mudando, o ROE [rentabilidade sobre o patrimônio] inevitavelmente deve cair", afirmou.

No primeiro semestre, o retorno do Itaú alcançou os 24%, o maior entre os grandes bancos do país. Trata-se de quase quatro vezes a taxa básica de juros, cuja média no período foi de 6,5% ao ano, e praticamente o dobro do custo de capital do banco, estimado em 12,5%.

Questionado por jornalistas após o evento, Bracher afirmou que o banco vai se empenhar ao máximo para manter os níveis de rentabilidade. "Mas é admissível pensar que ao longo do tempo haja uma redução do ROE", disse.

A tendência de queda na rentabilidade tem a ver com o cenário de maior competição e a necessidade de atender melhor os clientes, segundo Bracher. Ele deu como exemplo a decisão recente do Itaú de reduzir a zero a taxa de juros cobrada dos lojistas na antecipação de recursos das vendas realizadas nas maquininhas de cartão.

"Abrimos mão de parte de receita das operações motivados pela competição", afirmou.

E você, acha que o Itaú e os demais bancos vão sobreviver ao ataque das fintechs? Deixe seu comentário logo abaixo.

Compartilhe

Engordando os proventos

Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA

14 de setembro de 2022 - 13:22

Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista

OPA a preço atrativo

Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?

12 de setembro de 2022 - 13:09

O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Exclusivo Seu Dinheiro

Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação

10 de setembro de 2022 - 10:00

Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda

NOVO ACIONISTA

Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)

9 de setembro de 2022 - 11:01

Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%

Estreia na bolsa

Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos

6 de setembro de 2022 - 11:38

Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo

Bateu o mercado

BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês

5 de setembro de 2022 - 15:00

Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice

PEQUENAS NOTÁVEIS

Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro

1 de setembro de 2022 - 13:50

Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar

30 de agosto de 2022 - 11:14

Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico

Exclusivo Seu Dinheiro

Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal

30 de agosto de 2022 - 9:00

Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar