Bitcoin e NTN-B lideram a lista dos melhores investimentos do 1º semestre; veja o ranking completo
Bitcoin subiu mais de 200% no ano, seguido dos títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação, todos com retornos de dois dígitos; poupança e dólar vêm na lanterna
Eis que o atribulado primeiro semestre de 2019 chega ao fim, e o balanço dos melhores investimentos deixará os investidores que tiveram mais estômago bastante satisfeitos.
O bitcoin lidera o ranking, com uma valorização de mais de 200% no ano. A criptomoeda se recupera de um 2018 amargo, retornando, em termos nominais, para um patamar semelhante ao do começo do ano passado, tanto em dólares como em reais. Quem comprou mais para o fim de 2018 se deu bem.
Na seara dos investimentos mais tradicionais, os grandes campeões foram os títulos atrelados à inflação de prazo mais longo, o Tesouro IPCA+, também chamado de NTN-B. Ou seja, quem apostou na queda dos juros futuros acertou na mosca, obtendo retornos dignos de bolsa de valores.
O título que mais se valorizou foi aquele com vencimento em 2045, seguido dos papéis com vencimento em 2035 e 2050. Esse tipo de título público de longo prazo foi uma grande aposta de gestores estrelados como Luis Stuhlberger e indicação do guia sobre Onde Investir em 2019 do Seu Dinheiro.
A bolsa também não se saiu mal. Depois de um mês de maio sofrido - mas ainda positivo, contrariando todas as maldições - o Ibovespa bateu um recorde histórico em junho, fechando acima de 100 mil pontos pela primeira vez, patamar que vem sendo mantido. Confira a nossa cobertura completa de mercados.
O principal índice de ações da bolsa acumula, no ano, alta de 14,88%. Mesmo o IFIX, índice do mercado de fundos imobiliários negociados em bolsa, teve uma alta formidável de 11,67%. Ou seja, ponto para quem apostou nos ativos de risco, também beneficiados com as perspectivas de queda nos juros.
Leia Também
O único ativo com retorno negativo foi o dólar, que apesar de ter chegado a romper os R$ 4 em maio, fechou comportado em R$ 3,84 (dólar à vista) e R$ 3,83 (dólar PTAX).
Entre os ativos que tiveram retorno positivo, a lanterna ficou com a poupança (claro) e dos ativos atrelados ao CDI, taxa de juros próxima da Selic, que permanece na sua mínima histórica de 6,50% ao ano. Ou seja, sua reserva de emergência continua rendendo pouquinho.
Confira na tabela a seguir o ranking dos melhores investimentos do primeiro semestre de 2019 e também o balanço do mês de junho. Entre os títulos públicos, foram considerados apenas aqueles que ainda são oferecidos para venda no Tesouro Direto.
Os melhores investimentos do primeiro semestre de 2019

Queda nos juros futuros favoreceu os ativos de risco
Os investimentos que mais se valorizaram no primeiro semestre foram justamente aqueles que se beneficiam da expectativa de queda para os juros.
As taxas de juros futuros negociadas na bolsa, tanto de longo quanto de curto prazo, caíram bastante nos primeiros seis meses do ano, e o movimento foi concentrado sobretudo no mês de junho. Isto é, o mercado espera juros mais baixos em diferentes datas futuras.
Por exemplo, o contrato de DI futuro com vencimento em janeiro de 2020 caiu 8,69% em 2019, concentrando um recuo de 4,62% apenas em junho. O mercado espera que os juros, no início do ano que vem, estejam em 5,99%, abaixo da Selic atual, de 6,50%.
Já o DI futuro para janeiro de 2025 caiu 21,34% no ano, sendo 12,05% só em junho. A taxa de juros para aquela data está em 7,15%.
Esse movimento foi motivado tanto por fatores internos quanto externos, mas que podem ser resumidos em duas palavras: desaceleração econômica.
Por aqui, as perspectivas para o crescimento econômico neste ano vêm sendo constantemente revisadas para baixo, levando o mercado a crer que o Banco Central, cedo ou tarde, terá que baixar a Selic para estimular a economia.
O BC já deixou claro que isso não deve ocorrer sem o avanço das reformas, sobretudo a da Previdência, e que ainda assim é preciso avaliar o impacto que elas terão sobre as perspectivas para a inflação. Mesmo assim, o mercado acredita que os cortes devem vir em algum momento.
Lá fora, a grande questão é o temor de desaceleração da economia mundial. Já se fala inclusive em possível recessão.
Ao longo do mês de junho, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China só piorou, e os dois países ainda não parecem próximos de um acordo. Tal questão pesa sobre o avanço econômico de ambos e, consequentemente, no crescimento mundial também.
Na Europa, a economia ainda está estagnada, e a China já dá sinais de enfraquecimento. Já os EUA, embora ainda estejam numa posição confortável, apresentam dados econômicos mistos e uma inflação ainda baixa e controlada.
Com isso, o banco central americano (Federal Reserve, o Fed) e o Banco Central Europeu (BCE) sinalizaram, neste último mês, que estão dispostos a cortar os juros, para euforia dos mercados globais.
Este foi um empurrão importante para a queda nos juros futuros por aqui, com a consequente valorização dos ativos que se beneficiam de juros baixos ou em queda: títulos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação (como títulos do Tesouro e debêntures), fundos imobiliários (que investem em imóveis e títulos de renda fixa atrelados à inflação), além das ações, é claro. Com isso, o Ibovespa finalmente rompeu a barreira dos 100 mil pontos.
Os investimentos atrelados à taxa Selic e ao CDI, por sua vez, ficaram na lanterna, rendendo aquele pouquinho por conta dos juros baixos. Mas o pior investimento de todos, dentre os que tiveram rendimento positivo, foi mesmo a caderneta de poupança.
E o bitcoin, hein?
O bitcoin correu por fora, sendo um ativo um tanto descorrelacionado dos demais, cravando o primeiro lugar do ranking dos melhores investimentos do semestre.
A valorização de 230%, porém, ainda é uma recuperação do tombo do ano passado, pois a criptomoeda basicamente voltou a valer o que valia no início de 2018, tanto em dólares como em reais.
Alguns fatores podem explicar essa alta, como o maior reconhecimento das criptomoedas como “ativos de verdade” por autoridades regulatórias; o surgimento de novos criptoativos com a chancela de grandes instituições, como a Libra, do Facebook; e o destaque que o bitcoin vem tendo na mídia, o que o torna mais conhecido e leva os investidores a correrem para o ativo, por medo de ficarem de fora da onda recente de alta.
Mas o principal motivo talvez seja mesmo o “halving”, o fenômeno de redução da oferta de bitcoins que acontece de tempos em tempos e que está marcado para o ano que vem.
É comum que a criptomoeda se valorize em períodos anteriores a um “halving”, uma vez que reduções na oferta tendem a pressionar os preços para cima.
Melhores e piores ações do semestre
A ação campeã de valorização nos primeiros seis meses do ano, considerando apenas o Ibovespa, foi a da CSN, que subiu quase 100%.

Já o pior desempenho do Ibovespa ficou com as ações da Braskem, que caiu 26% no semestre.

O meu colega Victor Aguiar, que acompanha os mercados de bolsa diariamente aqui no Seu Dinheiro, preparou uma superanálise do desempenho do Ibovespa e do dólar no primeiro semestre, onde ele também explica o que levou essas duas ações aos extremos do ranking do Ibovespa no ano. Vale a pena conferir!
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
