Ibovespa fecha em alta e chega a mais um recorde: o dos 108 mil pontos
O ambiente mais favorável no exterior, somado ao otimismo local, deu forças ao Ibovespa e fez o índice superar os 108 mil pontos pela primeira vez. O dólar caiu e rompeu o piso dos R$ 4,00
O mercado está reunido numa festividade que pode parecer estranha para quem olha de fora: a corrida dos touros. Tomados pela adrenalina, os agentes financeiros saem num frenesi: o único jeito de não levar ser pisoteado é ir mais rápido que a manada. E, nesta segunda-feira (28), o Ibovespa e as bolsas americanas não deram sorte ao azar.
Vendo que os touros partiam para cima com tudo, as praças acionárias trataram de acelerar o passo: correram tanto que chegaram a novas máximas de fechamento. Por aqui, o Ibovespa cruzou a linha de chegada aos 108.187,06 pontos, em alta de 0,77% — é a primeira vez que supera os 108 mil pontos no encerramento do pregão.
Nos Estados Unidos, o S&P também chegou a um nível inédito: avançou 0,55%, aos 3.039,08 pontos. Os demais índices acionários americanos também avançaram, embora não tenham renovado suas máximas: o Dow Jones fechou em alta de 0,49%, enquanto o Nasdaq subiu 1,01%.
O mercado de câmbio também teve um dia de alívio generalizado, incluindo no Brasil: o dólar à vista fechou em queda de 0,38%, a R$ 3,9925 — é a primeira vez desde 15 de agosto que a moeda americana termina a sessão abaixo dos R$ 4,00.
Lá fora, a segunda-feira foi marcada pela baixa do dólar em escala mundial, com os agentes financeiros mostrando-se mais propensos a assumir riscos: a divisa perdeu terreno tanto em relação às moedas fortes quanto as de países emergentes, como o peso mexicano, o peso chileno, o rand sul-africano e o rublo russo.
E essa onda de alívio se deve, em grande parte, ao noticiário internacional. O resultado das eleições na Argentina, as novidades no Brexit — o processo de saída do Reino Unido da União Europeia — e a perspectiva mais otimista em relação à guera comercial entre EUA e China, em conjunto, deram sustentação aos ativos domésticos e globais.
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Sem tensões lá fora
Na Argentina, a chapa de oposição encabeçada por Alberto Fernández e Cristina Kirchner venceu as eleições presidenciais, derrotando o atual chefe da Casa Rosada, Mauricio Macri. E, considerando as incertezas quanto às políticas econômicas a serem adotadas pelos vencedores, havia o temor quando a uma reação negativa dos mercados nesta segunda-feira.
No entanto, conforme destaca Vitor Beyruti, economista-chefe da Guide Investimentos, o resultado do pleito na Argentina já era amplamente aguardado pelos agentes financeiros, uma vez que, nas prévias de agosto, Fernández já havia obtido uma vantagem bastante expressiva.
"Na ocasião [das prévias eleitorais], o mercado argentino passou por uma queda muito forte, que até chegou a contaminar um pouco a gente", diz Beyruti. "As preliminares já indicavam que ele ia ganhar no primeiro turno, já estava precificado".
Assim, sem maiores tensões em função da vitória da chapa de oposição na Argentina, o mercado se concentrou no noticiário referente ao Brexit e à guerra comercial entre EUA e China. E, em ambos os casos, os desdobramentos mais recentes contribuíram para diminuir a aversão ao risco no exterior.
No velho continente, a União Europeia aprovou o adiamento da data-limite para o Brexit, para 31 de janeiro de 2020. Pelo cronograma original, o processo de saída do Reino Unido deveria ser concluído até o dia 31 desse mês, mas o Parlamento britânico não chegou a um consenso para aprovar o acordo a tempo.
Com a extensão do prazo, diminuem os temores de um chamado hard Brexit — ou seja, uma separação sem acordo entre as partes, o que poderia trazer instabilidades econômicas e geopolíticas ao continente.
Por fim, as disputas entre americanos e chineses também parecem menos intensas nos últimos dias: há a expectativa de que as duas potências poderão assinar um acordo comercial em novembro — a relação entre Washington e Pequim, ao menos, não passou por novos picos de atrito nas últimas semanas.
E no Brasil?
Por aqui, Beyruti também destaca que, em linhas gerais, o cenário é mais positivo, especialmente após a aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso. "O quadro estrutural está bem melhor, a Previdência ainda promove algum otimismo e, daqui para frente, temos a cessão onerosa, com expectativa de uma boa entrada de recursos".
Nesse sentido, o economista da Guide ressalta que, por mais que o dia seja de enfraquecimento do dólar em escala global, o mercado de câmbio doméstico ganha um fôlego extra. Na mínima do dia, o dólar à vista chegou a cair 0,86%, a R$ 3,9734, o menor nível intradiário desde 13 de agosto, quando tocou os R$ 4,9460.
Quanto ao Ibovespa e à bolsa brasileira, Beyruti lembra que as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Copom estão previstas para a próxima quarta-feira (30), e que a expectativa é que ambas as instituições promovam ajustes negativos em suas taxas.
"A perspectiva é de corte de 0,25 ponto nos juros americanos, o que seria a terceira redução seguida. Por aqui, o Copom deve ser mais agressivo, derrubando a Selic em mais 0,5 ponto", diz ele. E, dado que esse cenário de queda na taxa básica de juros no Brasil já está consolidado, os DIs mais curtos apenas oscilaram perto da estabilidade hoje.
As curvas com vencimento em janeiro de 2021 ficaram inalteradas em 4,39%, as para janeiro de 2023 recuaram de 5,41% para 5,37% e as com vencimento em janeiro de 2023 fecharam em baixa de 6,07% para 6,03%.
"Esse cenário de queda de juros no mundo acaba sendo benigno para os ativos de risco", diz Beyruti, afirmando ainda que a temporada de balanços corporativos pode mexer com o andamento do mercado acionário, dando forças ao Ibovespa e às bolsas americanas nos próximos dias.
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