Na primeira leitura positiva de 2019, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de maio avançou 0,5% na variação mensal e 4,4% em 12 meses. Tão importante quanto a interrupção da sequência de quatro meses negativos, o IBC-Br de maio, divulgado na segunda-feira, deslocou a média móvel trimestral do terreno negativo (-0,5%) para zero, o que favorece expectativas para o PIB do segundo trimestre deste ano e afasta a recessão técnica que se avizinhava.
O alerta vem dos economistas Fabio Ramos e Tony Volpon, do UBS Brasil, que afirmam, em relatório, que o indicador do BC – uma espécie de PIB em tempo real, guardadas as diferenças metodológicas em relação ao PIB calculado pelo IBGE - autoriza projeção de modesto crescimento de 0,2% no segundo trimestre e 0,75% em 12 meses até junho.
A recessão técnica é caracterizada por dois trimestres consecutivos de variação negativa do PIB. De janeiro a março, a economia brasileira retraiu 0,2%, ante o trimestre anterior. Portanto, mais um escorregão da atividade, entre abril e junho, tipificaria recessão.
No “tracker” do PIB do Brasil, o UBS reitera suas projeções de expansão de 1% para 2019, ante consenso de 0,8%, e 2,2% para 2020. Ramos e Volpon explicam que o avanço das reformas macroeconômicas no segundo trimestre sensibilizou positivamente o Índice de Condições Financeiras (ICF). Esse indicador, elaborado pelo UBS, mantém estreita relação com o IBC-Br do Banco Central do Brasil.
O Índice de Condições Financeiras do UBS – composto pela evolução da taxa de câmbio, ações, juros e Credit Default Swap (CDS) – aponta para a estabilização das estimativas para o PIB de 2019 entre 0,7% e 0,8%. Na leitura em 12 meses, do resultado do PIB referente ao terceiro trimestre, o ICF projeta 1,5%.
A partir desse conjunto de informações, o UBS Brasil prevê corte na Selic de 0,5 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do dia 31 de julho e outro corte de 0,25 ponto em 18 de setembro, levando a taxa Selic a novo recorde de baixa de 5,75%.