Siderúrgicas sofrem com economia fraca mas começam a sentir melhora na demanda
Depois de meses de atividade monótona, o número de pedidos feitos pelos clientes começou a crescer

Nas últimas semanas as siderúrgicas brasileiras começaram a observar uma mudança no humor do mercado. Depois de meses de atividade monótona, o número de pedidos feitos pelos clientes começou a crescer. Passada a sazonalidade de fim e início de ano, a aposta é de crescimento para 2020, depois de um longo período em que a economia do País andou a passos de tartaruga deixando as vendas de aço a desejar. O começo dessa retomada começará com a demanda vinda da construção civil, depois chegando à indústria e setor automotivo.
"Começamos a observar no final do terceiro trimestre uma entrada maior de pedido de aço para a construção e olhando para 2020 a perspectiva é positiva", disse o presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, em teleconferência, após a siderúrgica gaúcha abrir seu desempenho trimestral. O executivo disse que mesmo que os volumes de vendas de aço longo nos primeiros nove meses do ano ainda sejam de queda na relação anual, no terceiro trimestre a Gerdau observou um crescimento de 17% na venda de concreto armado no comparativo trimestral, demonstrando aumento de demanda.
O presidente da Gerdau comentou que o setor imobiliário residencial e comercial vem divulgando indicadores positivos, com queda de estoques e anúncios de novos lançamentos, além de contratação de mão de obra pelo setor, para novas construções. "Isso abre uma perspectiva de crescimento. Tem um período de sazonalidade de dezembro e janeiro, mas diferente de outros anos começaremos fevereiro e março em ritmo superior ao de outros anos".
Com um crescimento da economia na casa de 2% no próximo ano, o consumo aparente de aço deverá se expandir 4%, projeta o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro. Segundo ele, depois da construção civil já mostrar sinais de aquecimento, o juro baixo no País, atualmente em 5%, funcionará como uma alavanca para a melhora do setor automotivo, importante consumidor de aço.
O analista da casa de análise independente Eleven Financial, Tasso Sousa, destaca que o quarto trimestre para as siderúrgicas deve ser mais fraco, como ocorre em todos os anos, mas que a partir do ano que vem a visão é positiva. "Já há dados que indicam melhora da demanda para o ano que vem", comenta.
A demanda em ritmo lento neste ano, contudo, deixou em compasso um plano de investimento da Usiminas, o de sua nova linha de galvanizados. O projeto, esperado para passar pelo crivo do Conselho de Administração até o fim de 2019, poderá levar mais 12 meses antes dessa deliberação. Apesar da economia não ter ajudado até aqui, mantendo a capacidade ociosa da siderúrgica bastante elevada - em torno de 50%, o presidente da Usiminas, Sergio Leite, está otimista de que o crescimento virá em 2020, de mais de 2%.
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"A economia ainda não mostrou tração de crescimento. Em que pese que logramos fechar a reforma da previdência, isso se trata apenas de uma condição necessária, mas longe de ser suficiente para garantir um crescimento sustentável. Muita coisa ainda precisa ser feita. Para 2020, se assumirmos um cenário sem ventos de proa do exterior, talvez o Brasil logre crescer entre 1,6% a 1,8% em 2020", destaca o economista e professor do Ibmec e Insper, Roberto Dumas.
Dentre as siderúrgicas de capital aberto, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi a que teve resultado mais fraco no terceiro trimestre do ano. Além do mercado fraco, a companhia foi afetada pela parada de seu alto-forno em Volta Redonda (RJ). Pesa ainda contra a empresa sua dívida. Dentre as três a CSN é a única que não endereçou esse problema e viu sua alavancagem crescer no trimestre.
A mensagem passada, no entanto, é de que os números caminham para a melhora. "Os volumes de vendas de aço devem se recuperar ao longo dos próximos meses, sendo que alguns setores, tal qual a construção civil, já começam a dar sinais de recuperação, disse o diretor executivo de relações com investidores da CSN, Marcelo Ribeiro.
"Todas as questões negativas no trimestre são auto-explicáveis", disse o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, ao comentar o desempenho da empresa. O executivo disse que no quarto trimestre do ano a empresa recuperará o terceiro trimestre e que está pronta para captar o crescimento do mercado, esperado para acontecer ano que vem. "Estamos otimistas em relação à economia brasileira em 2020", comentou.
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