Estúdio de games brasileiro recebe aporte do Benchmark e é avaliado em US$ 1 bi
Wildlife Studios anunciou um aporte de US$ 60 milhões; empresa foi criada em 2011 com o investimento inicial de US$ 100
O Brasil tem mais um unicórnio — startup avaliada em mais de US$ 1 bilhão. A empresa de games para smartphones Wildlife Studios anunciou um aporte de US$ 60 milhões liderado pelo fundo americano Benchmark Capital (investidor de Uber, Twitter e Snapchat). Com isso a companhia, passa a ser avaliada em US$ 1,3 bilhão.
A empresa tem trajetória discreta até aqui: foi criada em 2011 com o investimento inicial de US$ 100, na casa dos pais dos irmãos Arthur e Victor Lazarte na capital paulista.
"Eu trabalhava no (banco de investimentos) JP Morgan em Londres e meu irmão na (consultoria) Boston Consulting Group (BCG), mas não estávamos felizes", conta Victor, formado em engenharia mecânica pela USP. "Voltamos para a casa dos pais porque não tínhamos dinheiro para pagar aluguel ou escritório na época".
Já Arthur é engenheiro aeroespacial. "Na época, os smartphones estavam começando a se popularizar e achamos que as pessoas iriam querer jogar nesses computadores de bolso", diz Victor.
Seis escritórios, quatro países
Fundada sob o nome de Top Free Games (TFG), a Wildlife se dedica a criar games gratuitos para smartphones e recebe agora apenas sua primeira rodada de investimentos.
Os números da empresa chamam a atenção: com cerca de 500 funcionários espalhados em seis escritórios e quatro países (EUA, Brasil, Irlanda e Argentina), a empresa está prestes a alcançar a marca de 2 bilhões de downloads, divididos entre seus mais de 60 títulos já lançados. Ao todo, mais de 1 bilhão de usuários já baixaram algum game da companhia.
Leia Também
Seus principais títulos são o jogo de tiro Sniper 3D, o esportivo Tennis Clash e o "livro de colorir digital" Colorfy. Os três são presença frequente no ranking de jogos mais baixados de iPhone e Android.
Para faturar, a Wildlife exibe anúncios e também usa as chamadas "microtransações". Trata-se da venda de itens dentro dos games que auxiliam o desempenho do jogador ou melhoram o visual de seus personagens. "É um modelo em que a maioria das pessoas não paga nada, mas há um grupo de 10% que sustentam a base", explica Victor.
O modelo fez a empresa "gerar caixa" desde o primeiro dia, afirma o empreendedor. Além do Benchmark, participaram da rodada cinco investidores individuais. Entre eles, Hugo Barra, brasileiro que passou por Google e Xiaomi e hoje lidera parcerias na área de realidade virtual e aumentada no Facebook.
Destino do dinheiro
Com os recursos, a Wildlife deve aumentar seu time em 60% em 2020, chegando a 800 pessoas. A maior parte do time da empresa está em São Paulo, mas, no futuro, essa proporção deve se equilibrar pela metade.
"O Brasil é um lugar com muito talento em tecnologia, mas pouca experiência, por isso buscamos pessoas fora", diz Victor. Para o empreendedor, as habilidades pessoais são os grandes diferenciais de empresas do setor. "Todo mundo usa os mesmos softwares e computadores."
Segundo André Pase, pesquisador em games da PUC-RS, a caça a profissionais é global. "O Brasil tem bons profissionais e cursos. Quem tem experiência, porém, recebe propostas em países de economia e política estáveis. A briga não é só por salários, mas por condição de vida."
Outra parte do aporte será usada para fechar parcerias com estúdios menores, que poderão utilizar as ferramentas de distribuição da Wildlife.
"Um dos maiores desafios de fazer um jogo hoje é distribuí-los. Nós temos um bom canal, que são os games anteriores, mas empresas pequenas não têm essa vantagem", diz Victor. Não estão descartadas ainda aquisições de games de outras companhias.
Nova fase
Fãs da japonesa Nintendo, como Mario, os irmãos Lazarte se espelham na companhia de Mario para o futuro. "Ainda não há uma empresa icônica para os jogos de celular como foi a Nintendo para os consoles. Podemos ocupar esse espaço", ambiciona Victor.
Mas a competição será dura: além dos milhares de jogos lançados todos os anos nas lojas de apps de Apple e Google, a Wildlife terá de enfrentar a concorrência das duas gigantes de tecnologia. Ambas passaram a oferecer bibliotecas de games para smartphones - o Apple Arcade e o Google Stadia - por assinaturas a partir de R$ 10.
Na visão de Pase, da PUC-RS, a Wildlife tem a seu favor um "catálogo de jogos que serve como um bom cartão de visitas, com qualidade visual e bom funcionamento das mecânicas de compra". Para o especialista, porém, esse mercado traz um desafio: criar atrativos para manter o jogador engajado e, se possível, pagando pela experiência.
"Como o jogo tem a presunção de ser gratuito e há forte competição, o usuário baixa uma vez e deleta assim que precisa liberar espaço na memória do celular", afirma. "A competição entre o que você guarda no telefone e o que fica de fácil acesso na tela é muito forte."
Para isso, a Wildlife investe não só em jogos criativos, mas também em tecnologias como aprendizado de máquina e análise de dados, a fim de entender o comportamento de seus usuários. É um trabalho pouco glamouroso, silencioso, distante de holofotes. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Victor diz que "não é importante que a gente seja conhecido, mas sim que as pessoas gostem dos nossos jogos."
Ele lamenta, porém, estar um pouco distante do sonho que o levou a criar o décimo unicórnio brasileiro. "Com o crescimento da empresa, tenho ficado com as decisões de negócios e não consigo colocar a mão na massa nos jogos, que é a parte mais legal do trabalho", diz. "Mas faz parte da vida, não é?".
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo
SpaceX, de Elon Musk, pode retomar posto de startup mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 800 bilhões em nova rodada de investimentos, diz WSJ
A nova negociação, se concretizada, dobraria o valuation da empresa de Musk em poucos meses
Localiza (RENT3) propõe emitir ações preferenciais e aumento de capital
A Localiza, que tem uma frota de 600.000 carros, disse que as novas ações também seriam conversíveis em ações ordinárias
Fitch elevou rating da Equatorial Transmissão e de suas debêntures; veja o que baseou essa decisão
Sem grandes projetos à vista, a expectativa é de forte distribuição de dividendos, equivalente a 75% do lucro líquido regulatório a partir de 2026, afirma a Fitch.
Correios vetam vale-natal de R$ 2,5 mil a funcionários, enquanto aguardam decisão da Fazenda
A estatal negocia uma dívida de R$ 20 bilhões com bancos e irá fazer um programa de desligamento voluntário
Por que o Itaú BBA acredita que há surpresas negativas na compra da Warner pela Netflix (NTFLX34)
Aquisição bilionária amplia catálogo e fortalece marca, mas traz riscos com alavancagem, sinergias e aprovação regulatória, diz relatório
3tentos (TTEN3): veja por que Bank of America, XP e BBA compartilham otimismo com a ação, que já avança 30% em 2025
Vemos a 3tentos como uma história de crescimento sólida no setor agrícola, com um forte histórico, como demonstrado pela sua expansão no MT nos últimos 4 anos, diz Bank of America
Petrobras (PETR4) diz que é “possível” assumir operação na Braskem, prepara projeto de transição energética e retomará produção de fertilizantes
A presidente da estatal afirmou que não há nada fechado, mas que poderia “exercer mais sinergias” entre a atividade de uma petroquímica, Braskem, com a de uma petroleira, a Petrobras
ANS nega recurso da Hapvida (HAPV3), e empresa terá de reapresentar balanço à agência com ajustes de quase R$ 870 milhões
A empresa havia contabilizado o crédito fiscal relacionado ao programa, que prevê a negociação com desconto de dívidas das empresas de saúde suplementar com o Sistema Único de Saúde (SUS)
Super ricaços na mira: Lifetime acelera a disputa por clientes que têm mais de R$ 10 milhões para investir e querem tratamento especial, afirma CEO
O CEO Fernando Katsonis revelou como a gestora pretende conquistar clientes ‘ultra-high’ e o que está por trás da contratação de Christiano Ehlers para o Family Office
Game of Thrones, Friends, Harry Potter e mais: o que a Netflix vai levar em acordo bilionário com a Warner
Compra bilionária envolve HBO, DC, Cartoon Network e séries de peso; integração deve levar até 18 meses
A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?
Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem
Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito
O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência
Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações
A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos
Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões
No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono
Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real
Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha
Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG
A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher
Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras