Montadoras pedem apoio para exportação
Dependência da Argentina, que fica com 70% das vendas externas de veículos, leva as empresas a fortalecerem a antiga bandeira de que o governo deveria adotar medidas urgentes para melhorar a competitividade do produto nacional

A redução das exportações para a Argentina, que no mercado total de automóveis caíram 54% em valores no primeiro trimestre, é uma das razões que levará a Volkswagen a suspender toda a produção da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) por três semanas a partir de 24 de junho.
O grupo é o maior exportador de veículos do País e, assim como demais montadoras, tem como principal destino a Argentina, que passa por severa crise desde meados de 2018. Por causa da queda, os automóveis saíram da lista dos dez produtos mais exportados pelo Brasil, agora composta só por commodities e plataforma de petróleo.
"O único produto que furava essa fila eram os automóveis, mas desde o ano passado eles não aparecem mais na lista", diz o presidente da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Segundo ele, no primeiro trimestre o Brasil exportou US$ 543 milhões em automóveis para a Argentina, ante US$ 1,18 bilhão em igual período de 2018. Em caminhões, caiu de US$ 393 milhões para US$ 77 milhões.
A dependência do país vizinho, que fica com 70% das vendas externas de veículos, leva as empresas a fortalecerem a antiga bandeira de que o governo deveria adotar medidas urgentes para melhorar a competitividade do produto nacional para disputar mercados que vão além da América Latina.
Um dos entraves são os altos tributos. "Hoje exportamos entre US$ 3 mil e US$ 4 mil em impostos em cada carro", afirma o presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si. "Os diferenciais de nossos carros como tecnologia, inovação e design estão disponíveis. Falta agora criar condições em termos de infraestrutura e regime tributário que possam alavancar a competitividade também de nossos custos."
No ano passado, já sob o impacto argentino, as exportações da Volkswagen caíram 33,7% em relação a 2017, para 103,8 mil automóveis e comerciais leves, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Das vendas externas da empresa, 60% seguem para o país vizinho.
Leia Também
A empresa tem diversificado sua clientela e exporta para outros 16 mercados da região como Chile, México e Costa Rica. O recém-lançado T-Cross será vendido na África do Sul e na Ásia. A parada da produção em junho também servirá para ajustar a linha para a produção de outro veículo em desenvolvimento no País e que terá potencial para ser exportado a outros mercados fora da região.
Di Si defende ainda a melhora da infraestrutura como item de competitividade. "Nos portos, nossos carros ficam mais de duas semanas parados para liberação, enquanto no México ficam dois dias", afirma.
Burocracia
É preciso ainda reduzir a burocracia, acrescenta o diretor de assuntos governamentais da Toyota, Ricardo Bastos. Um exemplo, diz ele, é que a montadora precisa importar alguns tipos de airbags não produzidos no Brasil e, como o produto é controlado pelo Exército, a liberação é demorada. "Já tivemos de interromper a produção por falta desse item."
A Toyota é uma das poucas montadoras que aumentou as vendas externas no ano passado, em 14,7%, somando 66,5 mil unidades enviadas a países como Peru, Costa Rica e principalmente Argentina - onde os modelos Etios e Hilux foram líderes de mercado.
O grupo FCA Fiat Chrysler reduziu suas exportações em 30% no ano passado, para 84,5 mil unidades. A empresa defende acordos comerciais de intercâmbio de produtos com outros mercados (além de Mercosul e México), que evoluam gradativamente para o livre comércio, após serem adotadas medidas de competitividade.
O recém-empossado presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, tem como meta de gestão a busca por medidas que gerem maior competitividade ao setor, que hoje opera com 60% de sua capacidade produtiva. Nas exportações, o setor teve sete anos seguidos de déficit, voltou ao superávit em 2016, mas o saldo teve forte queda em 2018 e pode ter nova redução este ano.
*Com o jornal O Estado de S. Paulo.
Mirando além das fronteiras, Espaçolaser abre duas lojas próprias na Colômbia
Investimento feito foi de US$ 150 mil por unidade, e amplia estratégia de internacionalização voltada para a América Latina, de olho também em Argentina e Chile
PIB da Argentina sobe 2,6% no 1º trimestre
Na comparação com igual período do ano passado, o avanço foi de 2,5%
Ford prevê recuperação gradual da Argentina e anuncia investimento de US$ 580 milhões
Durante encontro virtual com jornalistas, presidente da montadora na América do Sul afirmou que a estabilização da inflação será chave na saída do país vizinho da crise
Marfrig compra produtora de hambúrgueres na Argentina por US$ 4,6 milhões
Compra visa fortalecer portfólio de produtos de maior valor agregado e expandir operações no país vizinho
FMI confirma contato do governo da Argentina com pedido de novo pacote de ajuda
Segundo a entidade, ambos discutiram os desafios da Argentina, inclusive no contexto da pandemia
Argentina fecha acordo com credores para reestruturação da dívida
Governo “ajustará algumas das datas de pagamento” dos novos bônus estabelecidas na oferta de troca anunciada em 6 de julho
PIB da Argentina cai 5,4% no 1º trimestre na comparação anual
Além disso, o PIB caiu 4,8% em relação ao quarto trimestre de 2019, na série sem ajustes sazonais
Argentina espera protestos contra intervenção do governo em empresa privada
Governo anunciou a intervenção na Vicentín por 60 dias. Segundo a Casa Rosada, o objetivo era evitar a falência
Negociação com credores da Argentina prossegue até segunda-feira, diz Fernández
De acordo com o jornal La Nación, a decisão de estender o prazo foi tomada após o ministro ter informado o presidente de que o porcentual de credores que aceitaram os termos do governo não era suficiente para que a proposta fosse bem sucedida
S&P rebaixa rating de transferência e conversibilidade da Argentina para CCC-
Decisão reflete o entendimento de que há restrição ao acesso de divisas estrangeiras que seriam essenciais no pagamento da dívida do país
Argentina impõe severa proibição de viagens até setembro
Proibição pressiona a Latam, que tem importante operação doméstica na Argentina e tem buscado ajuda de vários governos
Argentina deixa negociações comerciais do Mercosul
País vizinho decidiu se retirar das negociações comerciais em curso e futuras do bloco por conta da crise envolvendo a pandemia do coronavírus
Argentina posterga pagamento de até US$ 10 bilhões da dívida pública para 2021
Texto do decreto cita a declaração de emergência nacional, em meio ao avanço da covid-19, para justificar a medida.
Argentina tem quarentena obrigatória a partir desta sexta
Argentinos poderão sair de suas casas para comprar bens básicos, como alimentos e remédios, que serão controlados pelas forças de segurança
BC da Argentina corta taxa de juros da Leliq de 40% a 38%
A nova taxa de política monetária valerá a partir da próxima licitação de LELIQ, em 10 de março
Governo argentino minimiza decisão de Trump de dar prioridade a Brasil na OCDE
Ministério das Relações Exteriores da Argentina tratou a iniciativa como uma “decisão lógica” pela proximidade entre Bolsonaro e Trump
Agência S&P sobe nota da Argentina 10 dias após corte
Em 20 de dezembro, a S&P havia rebaixado o rating do país de CC para default seletivo (SD), após o governo ter estendido para 2020 um pagamento previsto para 19 de dezembro de notas de curto prazo do Tesouro em dólar
Ministro da Economia da Argentina diz que governo conversa com credores para renegociar dívidas
Governo também busca uma política de dívida que forneça alívio para uma economia em recessão
Presidente da Argentina dá passo atrás em pacote emergencial
Artigo eliminado permitia que o Executivo fizesse uma reforma administrativa sem consultar o Legislativo e interviesse em 60 órgãos, como os entes reguladores de eletricidade e gás
Argentina taxa imóvel e congela tarifas
Ministro da Economia argentino informou que o governo pretende, em até 180 dias, fazer mudanças no esquema tarifário. Até lá, as tarifas de energia permanecem congeladas