O dólar comercial começou o dia em baixa, caindo 0,45%, sendo negociado na casa dos R$ 4,02, com os agentes de mercado colocado no preço o anúncio do Banco Central (BC) voltar a oferecer dólares à vista, algo que não acontecia desde fevereiro de 2009. Outras moedas emergentes também têm desempenho positivo ante o dólar.
O anúncio foi feito na noite de ontem e as intervenções começaram na quarta-feira, dia 21. O BC está trocando contratos de swaps (que equivalem à venda de dólar no mercado futuro) por moeda à vista. Também são feitas operações de swaps reverso (que equivalem à compra de dólar futuro).
A operação busca a rolagem integral de até US$ US$ 3,8445 bilhões (76.890 contratos) que é o montante de swaps a vencer em outubro. Serão ofertados até US$ 550 milhões por dia junto com swaps tradicionais e reversos.
Resumindo bem a questão, o BC entra com o dólar à vista pelo simples fato de que falta “moeda de verdade” para a cobertura de compromissos cambiais e os bancos parecem ter atingido o limite de capacidade de tomar linhas externas e fazer oferta por aqui (a posição vendida dos bancos está na casa dos US$ 30 bilhões, entre as maiores da história).
No fim dessa operação, o BC espera ter trocado os US$ 3,8445 bilhões em swaps por moeda à vista ou feito a rolagem desses contratos.
Como não poderia ser diferente, o anúncio da operação gera variadas interpretações e críticas. No entanto, o BC vinha falando que não tinha “preconceito” com os diferentes instrumentos cambiais e que atuaria para atender à demanda do mercado.
Segundo o próprio BC há uma redução na demanda de proteção cambial (hedge) e o aumento da demanda de liquidez no mercado de câmbio à vista. Discutimos detidamente esse tema nesse texto aqui.