Dólar fecha acima de R$ 4,20 pela primeira vez na história; Ibovespa tem leve baixa
O alívio pós-feriado teve vida curta. Com um cenário ainda turbulento para os mercados emergentes, o dólar à vista subiu e renovou as máximas, e o Ibovespa tem ligeira queda

Apesar de ser feriado no Brasil, eu acompanhei de perto o comportamento dos mercados globais na última sexta-feira (15). E, enquanto os agentes financeiros domésticos estavam descansando, as bolsas americanas tiveram altas firmes e chegaram às máximas; no câmbio, o dia foi de alívio generalizado no dólar.
Vendo o otimismo que tomou conta das negociações no exterior, eu cheguei à redação do Seu Dinheiro nesta segunda-feira (18) com uma certeza em mente: o dia seria tranquilo para os mercados brasileiros, que teriam que se ajustar aos movimentos vistos na sexta.
E, durante a manhã, eu estive certo: o Ibovespa chegou a subir quase 1% logo após a abertura, e o dólar à vista operava em queda. Tudo ia conforme o script — o problema é que o roteiro trazia uma reviravolta que eu não estava prevendo.
Ao longo da segunda-feira, as tendências foram perdendo força: o Ibovespa foi se afastando das máximas, enquanto o dólar passou a se aproximar da estabilidade. E, já na reta final, os comportamentos já eram os opostos dos vistos no início do dia.
Veja o dólar à vista: durante a manhã, a moeda americana chegou a cair 0,55%, a R$ 4,1702, mas, no fechamento, estava cotado a R$ 4,2055, em alta de 0,29%. É uma nova máxima histórica em termos nominais e a primeira vez que a divisa termina uma sessão acima de R$ 4,20.
O Ibovespa fez uma trajetória semelhante: nos primeiros minutos do pregão, tocou os 107.519,18 pontos, mas, no encerramento, marcava 106.269,25 pontos, em queda de 0,27%.
Leia Também
O que aconteceu?
Ajustes fracos
Toda a onda de otimismo vista na sexta-feira se deve a um conjunto de sinalizações animadoras das autoridades americanas quanto aos rumos da guerra comercial com a China. Indicações de que um acerto entre as partes estava bem encaminhado fizeram o mercado se encher de esperança e levaram as bolsas de NY às máximas.
Assim, logo no início desta segunda-feira, o Ibovespa e o dólar à vista realmente passaram por um movimento de ajuste ao tom visto no exterior durante a sexta. Só que, conforme o dia foi passando, os agentes financeiros voltaram a levar em conta que o panorama regional da América Latina continua o mesmo.
Por aqui, as tensões sociais no Chile e na Bolívia continuam fazendo com que os investidores estrangeiros optem por uma abordagem cautelosa em relação aos ativos da região — contexto que pressionou especialmente as moedas dos países do continente.
Nesse cenário, o dólar subiu 0,6% na comparação com o peso mexicano e avançou 0,4% em relação ao peso colombiano; ante o peso chileno, a moeda americana ficou estável. Contudo, vale ressaltar que, durante a manhã desta segunda-feira, o dólar chegou a cair 1,5% em relação à moeda do Chile.
"Há um clima bem ruim para emergentes no mundo", diz Ricardo Gomes Filho, operador de câmbio da corretora Correparti. "Além disso, já começamos a detectar um fluxo de saída, em função do fim de ano, com remessas de empresas estrangeiras para o exterior".
Segundo Filho, é preciso ficar atento a eventuais manifestações do Banco Central (BC) daqui para frente, uma vez que o nível de R$ 4,20 é considerado uma barreira psicológica importante para o mercado. "Vamos ver como o BC se comporta", diz ele, lembrando que a autoridade monetária atuou nas últimas vezes que a divisa chegou perto desse patamar.
Ibovespa hesitante
Na bolsa, o Ibovespa também não conseguiu sustentar o ritmo de alta visto no início do dia. O índice brasileiro, inclusive, destoou do exterior: nos EUA, o Dow Jones (+0,11%), o S&P 500 (+0,03%) e o Nasdaq (+0,11%) fecharam em leve alta, renovando novamente os recordes de encerramento.
Analistas e operadores ponderaram que os ajustes positivos em relação ao pregão de sexta-feira não foram capazes de se sobrepor ao contexto mais negativo para os mercados emergentes. Mesmo a questão da guerra comercial segue em aberto, uma vez que ainda não há sinais concretos de que EUA e China vão assinar algum acordo no curto prazo.
Juros pressionados
A virada no comportamento do dólar à vista fez desencadeou um movimento de ajuste positivo nas curvas de juros, tanto na ponta curta quanto na longa.
Os DIs com vencimento em janeiro de 2021 fecharam em alta de 4,63% para 4,68%, enquanto os para janeiro de 2023 avançaram de 5,75% para 5,82%. No vértice mais extenso, as curvas para janeiro de 2025 foram de 6,33% para 6,36%, e as com vencimento em janeiro de 2027 subiram de 6,66% para 6,68%.
Destaques da bolsa
As ações ON da Marfrig (MRFG3) tiveram o melhor desempenho do Ibovespa nesta segunda-feira, terminando a sessão em alta de 5,56% após a empresa anunciar a compra de mais 31% da National Beef, por US$ 860 milhões — agora, o frigorífico brasileiro possui 81,73% da companhia americana.
Também fecharam em alta os papéis de companhias exportadoras, pegando carona na alta do dólar. Foi o caso de Suzano ON (SUZB3), com ganho de 3,19%; JBS ON (JBSS3), em alta de 1,94%; e Vale ON (VALE3), com valorização de 1,30%.
Na ponta negativa do Ibovespa, Yduqs ON (YDUQ3 caiu 3,81%, CVC ON (CVCB3) recuou 3,64% e Natura ON (NATU3) teve baixa de 3,22%. Fora do índice, destaque para Restoque ON (LLIS3), com desvalorização de 9,71% após mais um conjunto decepcionante de dados trimestrais.
“O Itaú nunca esteve tão preparado para enfrentar desafios”, diz CEO do bancão. É hora de comprar as ações ITUB4 após o balanço forte do 1T25?
Para Milton Maluhy Filho,após o resultado trimestral forte, a expressão da vez é um otimismo cauteloso, especialmente diante de um cenário macroeconômico mais apertado, com juros nas alturas e desaceleração da economia em vista
Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump
Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza
Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade
Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização
Itaú (ITUB4) tem lucro quase 14% maior, a R$ 11,1 bilhões, e mantém rentabilidade em alta no 1T25
Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio atingiu a marca de 22,5% no primeiro trimestre; veja os destaques
Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta
Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado
Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?
Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?
Muito acima da Selic: 6 empresas pagam dividendos maiores do que os juros de 14,75% — e uma delas bateu um rendimento de 76% no último ano
É difícil competir com a renda fixa quando a Selic está pagando 14,75% ao ano, mas algumas empresas conseguem se diferenciar com suas distribuições de lucros
Ambev (ABEV3) tem lucro estável no 1º trimestre e anuncia R$ 2 bilhões em dividendos; ações saltam na B3
Lucro no 1T25 foi de R$ 3,8 bilhões, praticamente estável na comparação anual e em linha com o consenso de mercado
Trump anuncia primeiro acordo tarifário no âmbito da guerra comercial; veja o que se sabe até agora
Trump utilizou a rede social Truth Social para anunciar o primeiro acordo tarifário e aproveitou para comentar sobre a atuação de Powell, presidente do Fed
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Retorno da renda fixa chegou ao topo? Quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI com a Selic em 14,75%
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (7), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas; mas ajuste pode ser o último do ciclo de alta
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Selic chega a 14,75% após Copom elevar os juros em 0,5 ponto percentual — mas comitê não crava continuidade do ciclo de alta
Magnitude do aumento já era esperada pelo mercado e coloca a taxa básica no seu maior nível em quase duas décadas
Bitcoin (BTC) sobrevive ao Fed e se mantém em US$ 96 mil mesmo sem sinal de corte de juros no horizonte
Outra notícia, que também veio lá de fora, ajudou os ativos digitais nas últimas 24 horas: a chance de entendimento entre EUA e China sobre as tarifas
Não vai meter a colher onde não é chamado: Fed mantém taxa de juros inalterada e desafia Trump
Como era amplamente esperado, o banco central norte-americano seguiu com os juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, mas o que importa nesta quarta-feira (7) é a declaração de Powell após a decisão
Klabin (KLBN11) avança entre as maiores altas do Ibovespa após balanço do 1T25 e anúncio de R$ 279 milhões em dividendos
Analistas do Itaú BBA destacaram a geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a valorização do real frente ao dólar como motores do otimismo
Conselho de administração da Mobly (MBLY3) recomenda que acionistas não aceitem OPA dos fundadores da Tok&Stok
Conselheiros dizem que oferta não atende aos melhores interesses da companhia; apesar de queda da ação no ano, ela ainda é negociada a um preço superior ao ofertado, o que de fato não justifica a adesão do acionista individual à OPA
Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda?
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações
Analista revela 5 ações para buscar dividendos em maio diante de perspectiva de virada no mercado
Carteira gratuita de dividendos da Empiricus seleciona papéis com bom potencial de retorno em maio