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Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Câmbio

BC mandou avisar: Tem venda de dólar nesta quinta-feira

Oferta no mercado à vista será de até US$ 1 bilhão e marca nova estratégia depois de dois dias de ofertas surpresa

Eduardo Campos
Eduardo Campos
27 de novembro de 2019
19:47 - atualizado às 7:24
Imagem: Shutterstock

Depois de dois pregões com venda surpresa de dólar no mercado à vista, o Banco Central (BC) mudou a estratégia. Já anunciou, que vai vender até US$ 1 bilhão de dólares na quinta-feira pela manhã.

Vale lembrar que a atuação não se limita apenas a essa oferta. Como o presidente, Roberto Campos Neto, e o diretor Bruno Serra Fernandes, já disseram, o BC atuará sempre que entender que o mercado está disfuncional, descolado dos fundamentos ou com problemas de liquidez.

Ao pré-anunciar sua atuação, o BC perde o elemento surpresa, mas consegue afastar as suspeitas de parte do mercado de que pretende defender uma linha de preço. Tanto ontem, como hoje, os leilões aconteceram com o dólar à vista testando a linha de R$ 4,27. E tanto ontem, como hoje, o dólar manteve a trajetória de alta após as atuações, fechando em máxima histórica nominal de R$ 4,2586, alta de 0,44% - veja nossa cobertura de mercados.

Discutimos as diferentes percepções do mercado sobre as recentes atuais do BC neste texto. Agora vale aguardar qual será a reação do mercado à nova modalidade de atuação. O pregão de amanhã pode ser de liquidez reduzida em função do feriado nos EUA.

Surpresa ou ração?

Já dissemos que a atuação surpresa, seja à vista, com swaps ou linhas, é a arma mais poderosa que o BC tem para atuar no mercado de câmbio.

Alguns estudos acadêmicos já fizeram a comparação entre atuações anunciadas previamente e as repentinas e o modelo sem aviso e com volumes elevados foi o que se mostrou o mais eficiente em “convencer” o mercado a seguir na mesma direção da intervenção. O que o BC não consegue é reduzir a volatilidade da taxa (working paper 413 “Efeitos das Intervenções Cambiais sobre a Taxa de Câmbio Futura no Brasil” link aqui).

O que o BC faz ao atuar sem aviso prévio é tirar o comprado, aquele que ganha com a alta do dólar, da zona de conforto. Antes de abrir nova posição esse cara vai se questionar, tentar estimar ou montar alguma regra para escapar ou antecipar a atuação do BC (vale para o vendido também em momentos de baixa, ou seja, quando o BC compra).

Um dos riscos da ação previamente anunciada é o mercado entender que terá uma “ração diária”, o que acomoda a atuação de comprados e vendidos. O BC já usou a tal “ração diária” em outras ocasiões, a mais recente foi em junho 2014, com a venda de swaps cambiais, programa que passou de US$ 100 bilhões ofertados ao mercado e que foi alvo de críticas nos anos posteriores.

Também já discutimos detidamente a questão dos fundamentos de mercado nesse texto aqui, mas basicamente temos uma mudança de política econômica. A redução do gasto do governo abriu espaço para o corte da taxa de juros e o real deixou de ser moeda de arbitragem. Deixamos de “exportar taxa de juro” e o dólar deixou de ser "âncora" para o BC manter a inflação na meta.

Além disso, tivemos expressivo volume de empresas trocando dívida externas por interna, também reflexo da queda de juro por aqui. Algo salutar, mas que ampliou a demanda por dólar à vista ao longo do ano.

Mais recentemente, tivemos frustração com leilão do pré-sal, aumento das tensões políticas na América Latina e um período sazonal ruim, pois novembro e dezembro concentram remessas de lucros e dividendos. Ainda nesta semana, o próprio BC surpreendeu o mercado mostrando um rombo maior nas contas externas ao reclassificar a conta de lucros e dividendos.

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