🔴 [NO AR] TOUROS E URSOS: QUEM FICOU EM BAIXA E QUAIS FORAM AS SURPRESAS DE 2025? – ASSISTA AGORA

Marina Gazzoni

Marina Gazzoni

Diretora-Executiva do Seu Dinheiro e Money Times. Tem 20 anos de experiência em gestão, edição e reportagem de projetos de conteúdo de Economia, passando por Empiricus Research, G1/Globo, Folha, Estadão e IG. Tem MBA em Informação Econômico-Financeira e Mercado de Capitais e MBA em Marketing Digital. É planejadora financeira CFP® e mestranda na FGV (Inovação Corporativa).

LIBEROU GERAL

Empresas aéreas brasileiras já têm capital estrangeiro – talvez não precisem mais disfarçar

A Câmara dos Deputados aprovou (finalmente!) nesta quarta-feira, a liberação de 100% do capital estrangeiro em companhias aéreas nacionais, o que representa um passo importante para acabar com a barreira atual

Marina Gazzoni
Marina Gazzoni
21 de março de 2019
5:38 - atualizado às 9:54
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

As empresas áreas muito em breve não vão mais precisar "disfarçar" que têm acionistas estrangeiros acima do limite permitido pela lei brasileira. A Câmara dos Deputados aprovou (finalmente!) nesta quarta-feira (20) a liberação de 100% do capital estrangeiro em companhias aéreas nacionais, em um passo importante para acabar com a barreira atual. Antes, só era permitido que os gringos fossem donos de uma fatia de no máximo 20% do capital votante das companhias nacionais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Antes de a legislação virar, o texto ainda precisa ser votado no Senado e sancionado pelo presidente da República. Muita água ainda pode rolar, portanto. Mas a votação na Câmara é sim um passo significativo. Desde 2010 esse texto está em discussão no Congresso e esteve na iminência de ser votado muitas vezes.

A mudança na legislação pode, sim, facilitar as aquisições de empresas brasileiras por companhias estrangeiras, o que na prática é uma opção de capitalização para elas. Essa novidade pode mexer com as ações da Azul e da Gol, que ganham um caminho mais fácil para conseguir capital. A Gol é parceira da americana Delta, uma das companhias aéreas mais rentáveis do mundo. A Delta aumentou sua fatia na Gol na época da crise a ajudou a evitar a quebra da empresa em 2016. O mercado deve ver com bons olhos essa mudança para a ação da Gol.

O limite de capital estrangeiro não impediu a realização de negócios no setor aéreo, mas exigiu uma certa engenharia financeira na realização dessas operações. Hoje, as três maiores empresas aéreas brasileiras têm sócios estrangeiros - e Latam e Azul já tiveram fatias superiores ao limite previsto na lei. Como elas conseguiram tal façanha? Ah, elas deram um jeitinho.

  • Latam: na época da fusão, os sócios da chilena LAN ficaram com 70% da empresa. Hoje a companhia é controlada pela família chilena Cueto, dona de 27,9% da Latam, e uma fatia de 10% é da Qatar Airways. Os antigos controladores da TAM, a família Amaro, tem 2,6% da companhia.
  • Gol: tem como acionistas a americana Delta e a Air France, em fatias inferiores a 20%.
  • Azul: atualmente 8% da empresa é da United Airlines. No passado, a chinesa HNA chegou a deter fatia equivalente a 23,7% na empresa, mas ela se desfez de suas ações.

TAM inventa 'fórmula' para driblar limite legal

A primeira foi a antiga TAM, que se uniu à chilena LAN em 2010, em um negócio que dava aos acionistas da companhia aérea chilena 70% da nova empresa, a Latam. A estrutura financeira foi desenhada para, no papel, cumprir a lei brasileira. Mas na prática deu o controle do negócio ao sócio de maior participação - no caso, os controladores da LAN, a família Cueto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que a TAM adotou na época virou uma solução padrão. Apesar de ter uma fatia menor da nova empresa, os antigos sócios brasileiros (a família Amaro) ficaram com 80% das ações ordinárias (ON, com direito a voto em assembleia de acionistas) na TAM SA, companhia que tinha o certificado operacional de empresa aérea. No papel, era como se a família Amaro mandasse na empresa mesmo sendo minoritária. Conversa pra boi dormir...

Leia Também

Lembro que na época em que o negócio foi anunciado e a integração das empresas estava em curso, a imprensa tentava apurar quem de fato mandava na TAM. Logo se descobriu que os chilenos estavam ditando as novas regras - e foi um escândalo. O próprio Enrique Cueto chegou a dar declarações dizendo que os Amaro mandavam na TAM - e não os novos donos - para tentar despistar a opinião pública.

Hoje, a Latam é uma empresa de capital aberto no Chile e controlada pela família Cueto, antiga dona da LAN, dona de uma fatia de 27,9% na companhia. Os Amaro, antigos donos da TAM, detém apenas 2,6% da empresa.

Brasil na rota de fusões

A criação da Latam deu a largada para uma corrida entre as áreas estrangeiras para encontrar seus parceiros no Brasil. Eu já disse em outras reportagens que o setor aéreo divide as empresas em grupinhos de companhias parceiras, com base em alianças do setor. As três principais são Star Alliance, One World e Sky Team.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além de frequentes, a ideia de fazer alianças entre as aéreas é uma tendência no setor em que companhias que pretendem estreitar seus relacionamentos compram participações minoritárias em empresas estrangeiras parceiras.

Mas foi nesta década que o Brasil entrou nesse jogo. Em 2011, a Delta comprou uma fatia minoritária na Gol. Três anos depois, a Air France, que é "colega" da Delta na Sky Team, seguiu o mesmo caminho.

As concorrentes também se mexeram. A Qatar Airways, que é parceira da Latam na One World, comprou 10% da empresa. Já a Azul vendeu uma fatia para a United Airlines, membro da Star Alliance.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E o capital estrangeiro no meio dessa bagunça? Pois bem, até aí, as fatias eram pequenas, sem crise.

Azul e seu negócio com a China

No meio da crise econômica, as companhias aéreas brasileiras entraram numa corrida para fortalecer seus caixas. O processo envolveu a venda de participações a empresas estrangeiras - alguns dos negócios mencionados logo acima ocorreram nessa época. Porém, nenhuma operação foi tão grande - e tão descarada- como a venda de uma fatia da Azul para o grupo chinês HNA em novembro de 2015.

Quanto foi vendido? O percentual de 23,7% da empresa por R$ 1,7 bilhão. Ué, mas o limite de capital estrangeiro não era 20%? Lembra da engenharia financeira da LAN e TAM que fingiram que o gringo não tinha poder na empresa e só usava uma estrutura societária que envolvia ações ordinárias e preferenciais? Pois é, a Azul fez algo parecido.

Anos depois, os chineses saíram da Azul de fininho. Eles aproveitaram que a empresa estava na bolsa para vender suas ações.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Então vai mudar alguma coisa?

Como você viu, o limite de capital estrangeiro não impediu as empresas aéreas de negociarem participações acima de 20% para empresas estrangeiras. Aí você pode me perguntar: então o fim do limite não muda nada no setor?

Não é bem assim... O fim do limite abre a possibilidade para que ocorram novas fusões e aquisições e até a venda de 100% de uma empresa aérea brasileira a um gringo. Pense bem: mesmo que a empresa tenha feito alguma engenharia financeira para mascarar a venda de controle, ela sempre precisou manter um sócio brasileiro na jogada para cumprir a lei.

Outro ponto importante é que nem todo mundo topa fazer negócio em termos escusos. A LAN e TAM quando fecharam negócio já tinham uma relação de parceria há anos, com ações que envolviam compras conjuntas de aeronaves.

Os negócios da Gol, por sua vez, também envolvem companhias que já eram parcerias ao menos de code-share (compartilhamento de voos).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ou seja, as empresas aéreas têm interesse operacional nesses negócios, como integração de malhas. Mas e o investidor estrangeiro? Vai topar comprar ações sem direito a voto a vida inteira?

Aéreas no Novo Mercado

O limite de capital estrangeiro é um dos entraves para o lançamento de ações de companhias aéreas brasileiras no novo mercado. Como os gringos não podem ter mais do que 20% das ações ordinárias pela legislação atual, as empresas aéreas só conseguem negociar ações preferenciais em bolsa. É difícil controlar se o limite será cumprido quando as ações estão no mercado.

Por causa disso, não há ações de empresas aéreas no novo mercado, o segmento mais rígido de governança corporativa da B3. Um dos requisitos para entrar no grupo é ter apenas ações ON listadas em bolsa.

A Gol tentou aprovar uma reestruturação societária e pediu para ter sua ação migrada para o novo mercado. Mas, até agora, não conseguiu o aval da Comissão de Valores Mobiliários. Agora, vamos aguardar para ver. Talvez não precise mais inventar moda.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
AINDA MAIS PRECIOSOS

Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?

22 de dezembro de 2025 - 12:48

No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%

BOMBOU NO SD

LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro

21 de dezembro de 2025 - 17:10

Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana

B DE BILHÃO

R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista

21 de dezembro de 2025 - 16:01

Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias

APÓS UMA DECISÃO JUDICIAL

Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana

21 de dezembro de 2025 - 11:30

O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo

DESTAQUES DA SEMANA

Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques

20 de dezembro de 2025 - 16:34

Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas

OS MAIORES DO ANO

Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking

19 de dezembro de 2025 - 14:28

Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel

MEXENDO NO PORTFÓLIO

De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação

19 de dezembro de 2025 - 11:17

Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar

MERCADOS

“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237

18 de dezembro de 2025 - 19:21

Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)

ENTREVISTA

‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus

18 de dezembro de 2025 - 19:00

CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.

OTIMISMO NO RADAR

Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem

18 de dezembro de 2025 - 17:41

Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário

PROVENTOS E MAIS PROVENTOS

Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025

18 de dezembro de 2025 - 16:30

Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira

ONDA DE PROVENTOS

Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall

18 de dezembro de 2025 - 9:29

A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão

HORA DE COMPRAR

Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo

17 de dezembro de 2025 - 17:22

Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic

TOUROS E URSOS #252

Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade

17 de dezembro de 2025 - 12:35

Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva

ESTRATÉGIA DO GESTOR

‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú

16 de dezembro de 2025 - 15:07

Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros

RECUPERAÇÃO RÁPIDA

Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander

16 de dezembro de 2025 - 10:50

Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores

RANKING

Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI

15 de dezembro de 2025 - 19:05

Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno

SMALL CAP QUERIDINHA

Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais

15 de dezembro de 2025 - 19:02

O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50

HAJA MÁSCARA DE OXIGÊNIO

Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa

15 de dezembro de 2025 - 17:23

As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores

HORA DE COMPRAR?

Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema

15 de dezembro de 2025 - 16:05

Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar