Semana cheia, mas reforma segue no foco
Calendário reserva dados do PIB do Brasil e dos EUA, na quinta-feira, além de balanço da Petrobras e discurso do presidente do Fed, Jerome Powell

Cresce a tensão no norte da fronteira do Brasil, onde manifestantes e as Forças Armadas venezuelanas entraram em confronto no fim de semana, mas é em Brasília que o radar do mercado financeiro segue concentrado. A reforma da Previdência deve avançar nesta semana no Congresso e os investidores estão atentos ao tempo e à diluição da proposta.
Mas enquanto aguardam novidades sobre esses dois fatores, os investidores monitoram o ambiente externo, onde o adiamento do prazo para elevar de 10% para 25% a taxação em US$ 200 bilhões de produtos chineses importados aos Estados Unidos embala os negócios, alimentando o apetite por ativos de risco. Isso deve animar o pregão doméstico hoje.
Como pano de fundo dos negócios locais, ainda estão as novas regras para aposentadoria elaboradas pelo governo, que devem gerar grande economia de despesas, contribuindo para diminuir o problema fiscal do Brasil. No entanto, o texto original deve sofrer alterações durante a tramitação no Congresso, sendo que a negociação em torno da proposta tende a retardar a aprovação ainda na Câmara.
Há expectativa do presidente da Casa, Rodrigo Maia, é de que a matéria seja votada até junho, sendo aprovada no Senado já no mês seguinte, na previsão do presidente Davi Alcolumbre. Mas a discussão da proposta deve ser mais demorada e não deve ter trânsito linear entre as comissões e os deputados e senadores.
Diante de tantos pontos polêmicos, que levam a uma aposentadoria menor e após mais tempo de trabalho, um novo texto só deve encaminhado ao Senado no fim do terceiro trimestre deste ano. Para avançar de forma mais rápida, o governo Bolsonaro terá de ceder à pressão do toma-lá-dá-cá, articulando melhor sua base aliada.
Guerra frustrada
O presidente Donald Trump está cada vez mais frustrado com a incapacidade de seus principais negociadores comerciais em firmar um acordo com a China. A pouco dias do fim do prazo da trégua tarifária entre os dois países, Trump não quer que as negociações se encerrem com memorandos de entendimento. Por isso, a data foi prorrogada.
Leia Também
Trump está mais concentrado em fechar um acordo capaz de acalmar o mercado financeiro do que tratar de questões centrais, ligadas à tecnologia. A preocupação dentro da Casa Branca é que isso acabe sendo apenas uma solução de curto prazo, elevando as compras chinesas de produtos dos EUA, principalmente no setor agrícola e de energia.
Essa posição menos dura do presidente norte-americano tem frustrado representantes do comércio dos EUA e também do Congresso. Eles temem que o país deixe de lado questões-chave, relacionadas à propriedade intelectual, apenas para conseguir vantagens competitivas para alavancar o saldo comercial com a China.
Durante o fim de semana, as delegações chinesas e norte-americanas se reunirem e tiveram conversas “muito produtivas”, segundo Trump. O problema é que há três semanas os dois lados vêm se encontrando - ora em Washington, ora em Pequim - e nada de concreto é divulgado desses encontros. Só se sabe que “progressos” têm sido feitos.
Xangai dispara
Mas essa sinalização é suficiente para embalar os mercados internacionais. A Bolsa de Xangai registrou um rali de quase 6%, na maior alta diária desde junho de 2015, após a decisão de Trump de prorrogar o prazo da trégua tarifária. A notícia renovou esperanças de um acordo sino-americano e aliviou o temor de desaceleração econômica global.
O salto da bolsa chinesa embalou as demais praças da região, onde os ganhos foram bem mais comedidos. Tóquio e Hong Kong subiram ao redor de 0,5%. Na Oceania, Sydney e Nova Zelândia também tiveram alta. O sinal positivo também se espalha pelo Ocidente, com os índices futuros das bolsas de Nova York e da Europa sinalizando uma sessão no azul.
Nos demais mercados, o yuan chinês (renminbi) e os dólares australiano e neozelandês lideram os ganhos, ao passo que os bônus norte-americano (Treasuries) se recompõem. Já o petróleo tipo WTI se sustenta acima de US$ 57, em meio às sanções contra Venezuela e Irã e os cortes na produção pelo cartel de países produtores (Opep).
Ainda assim, a prorrogação da trégua entre EUA e China é apenas um alívio para os mercados, que devem manter a cautela em relação à guerra comercial. Embora a notícia seja encorajadora, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua afirmou que as negociações entre os dois países serão mais difíceis no estágio final.
Semana de agenda carregada
Os últimos dias de fevereiro serão marcados por uma série de indicadores econômicos relevantes, aqui e no exterior. Os destaques ficam com os números do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil e nos Estados Unidos no último trimestre do ano passado, ambos na quinta-feira.
Antes disso, a agenda doméstica traz os índices de confiança nos principais setores de atividade - construção civil (hoje, às 8h); indústria e comércio, amanhã, e serviços, na quarta-feira. Nesse mesmo dia, saem também o IGP-M de fevereiro, os preços ao produtor (IPP) e os dados sobre o desemprego (Pnad) - ambos referentes a janeiro.
O calendário de balanços também está igualmente carregado. Nos destaques, está o resultado financeiro da Petrobras, na quarta-feira, e de Ambev e Gol, na quinta-feira. Também serão conhecidos os desempenhos contábeis de várias empresas do setor elétrico, da concessão de rodovias, além de BRF.
No front político, os partidos ainda precisam indicar os 66 membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O PSL, do presidente Jair Bolsonaro, vai indicar o presidente da comissão, por ter a maior bancada da Câmara. Apesar de não estar formada, a contagem do prazo para a análise do texto da reforma da Previdência já começou.
Já no Senado, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) sabatina amanhã o economista Roberto Campos Neto, indicado para o cargo de presidente do Banco Central (BC). Na mesma reunião, serão realizadas as sabatinas de Bruno Serra Fernandes e João Manoel Pinho de Mello, indicados para duas diretorias do BC.
De volta à agenda econômica, nos EUA, também merecem atenção os indicadores sobre a renda pessoal e os gastos com consumo, juntamente com o índice de preços PCE, na sexta-feira. Hoje, serão conhecidos os estoques no atacado em dezembro (9h). Amanhã, é a vez de dados sobre a confiança do consumidor norte-americano e sobre o setor imobiliário.
Na quarta-feira, serão conhecidas as encomendas às fábricas. No mesmo dia, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Congresso do país. No dia seguinte, ele volta à cena, ao participar de um evento em Nova York. No eixo Europa-Ásia, saem dados de atividade na China e na zona do euro, onde também serão conhecidos indicadores de confiança, inflação e desemprego.
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice
Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14
O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20
A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23
Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa
Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda
O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião
Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro
Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15
Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities
Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos
O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro
Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher
Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje