Mercado monitora riscos com cautela
Sentimento positivo com a cena política local é testado, enquanto perspectiva de acordo comercial entre EUA e China diminui a cada dia

O sentimento mais positivo com a cena política interna, em meio à disposição dos deputados em avançar com a agenda do governo, é colocado à prova hoje no mercado financeiro, após a derrota imposta pela Câmara. Os deputados aprovaram a redução do número de ministérios, como queria o Palácio do Planalto, mas devolveram o Coaf à Economia, tirando o órgão que atua no combate à lavagem de dinheiro das mãos do ministro Sergio Moro (Justiça).
Até então, os investidores estavam mais otimistas com o ambiente em Brasília, em meio à votação de medidas provisórias (MP) que corriam o risco de caducar nos próximos dias e algumas outras propostas, como a reforma tributária. A percepção é de que a pauta do governo no Congresso começou a caminhar, apesar das rusgas entre Executivo e Legislativo, diante do receio dos parlamentares de repercussões negativas nas manifestações de domingo.
Deputados e senadores não querem ficar com a pecha de que estão jogando contra o país. E cada pequeno avanço em Brasília renova a confiança do investidor na aprovação de uma reforma da Previdência potente. A economia de R$ 1 trilhão em dez anos aos cofres públicos continua sendo o objetivo central do ministro Paulo Guedes, que ainda não desistiu do regime de capitalização.
Mas a cautela ainda persiste. Passado o tsunami político e apesar da melhora do clima no Planalto Central nos últimos dias, o cenário segue sujeito a trovoadas. Ontem, foi o panorama externo que voltou a azedar e hoje o mercado internacional segue sem contribuir para uma melhora adicional dos ativos locais, o que tende a deixar o dólar rondando acima de R$ 4,00 e o Ibovespa orbitando ao redor dos 95 mil pontos.
Guerra sem fim
A guerra comercial entre Estados Unidos e China entrou no segundo estágio, adentrando no setor de tecnologia, e os investidores se preparam para um conflito mais duradouro entre as duas maiores economias do mundo. Esse impasse mais prolongado inibe o apetite por risco e a amplia a busca por proteção, ajustando os preços dos ativos.
Segundo especialistas ligados ao governo chinês, Washington e Pequim parecem estar presos a um ciclo de “conversas e brigas” que pode durar anos, com cada um dos lados testando as intenções estratégicas, o que dificulta um consenso. Para eles, a relação entre os dois países deve primeiro piorar mais, antes de começar a melhorar.
Leia Também
Mercado se despede de 2019
A Bula da Semana: Adeus ano velho
Assim o período mais difícil ainda estaria por vir e pode ter início na próxima década, logo após o resultado das eleições presidenciais norte-americanas - ainda mais se Donald Trump for reeleito. Tal perspectiva tende a frear ainda mais o ímpeto da economia global, que já está em ritmo de desaceleração, ao mesmo tempo em que pode elevar os custos de produtos aos consumidores, gerando inflação. Por isso, o Federal Reserve reiterou a paciência na condução da taxa de juros nos EUA.
Aos poucos, o mercado financeiro vai entendendo, então, que as imposições de Washington não vão terminar, elevando os riscos de retaliação por parte de Pequim e minando as chances de um acordo entre os dois países no curto prazo. A perspectiva de uma rápida conclusão das atuais tensões diminuíram e a cautela cresce. Afinal, como dito aqui várias vezes, a disputa está longe de ser apenas uma questão de comércio bilateral....
Com isso, o sinal negativo prevaleceu nos mercados asiáticos, com queda de mais de 1% em Xangai e em Hong Kong, e se espalha para os negócios no Ocidente. Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram no vermelho, o que contamina a abertura do pregão europeu.
Já o dólar se fortalece, notadamente em relação à libra esterlina, diante das incertezas em torno do Brexit, neste dia de eleição para a formação do Parlamento Europeu - a qual o Reino Unido queria ter evitado participar. Nas commodities, o petróleo se enfraquece e ouro está de lado.
Agenda segue fraca
A agenda econômica desta quinta-feira segue fraca, apesar de estar repleta de indicadores econômicos. No Brasil, merece atenção o índice de confiança do consumidor em maio (8h), que pode indicar a avaliação do cidadão em relação às condições financeiras, à intenção de compras e ao cenário político-econômico do país.
No exterior, saem dados sobre a atividade nos setores industrial e de serviços nos EUA e na zona do euro, ao longo da manhã. Também na região da moeda única, será conhecido o índice de confiança do empresário alemão e o Banco Central Europeu (BCE) publica a ata da última reunião de política monetária.
Ainda no calendário norte-americano, saem os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos no país (9h30) e dados sobre as vendas de imóveis novos no país em abril (11h).
Então, é Natal
Pausa no mercado doméstico, amanhã e quarta-feira, por causa das festividades natalinas reduz a liquidez dos negócios ao longo da semana
Mercado se prepara para festas de fim de ano
Rali em Nova York e do Ibovespa antecede pausa para as festividades de Natal e ano-novo, que devem enxugar liquidez do mercado financeiro nos próximos dias
CPMF digital e impeachment agitam mercado
Declarações de Guedes embalaram Ibovespa ontem, mas criação de “CPMF digital” causa ruído, enquanto exterior digere aprovação de impeachment de Trump na Câmara
Mercado em pausa reavalia cenário
Agenda econômica fraca do dia abre espaço para investidor reavaliar cenário, após fim das incertezas sobre guerra comercial e Brexit
Mercado recebe ata do Copom, atento ao exterior
Ata do Copom, hoje, relatório trimestral de inflação e IPCA, no fim da semana, devem calibrar apostas sobre Selic e influenciar dólar e Ibovespa
China segue no radar, agora com dados de atividade
Crescimento da indústria e do varejo chinês acima do esperado em novembro mantém o apetite por risco no mercado financeiro
A Bula da Semana: Contagem regressiva
Última semana cheia de 2019 deve ser marcada por liquidez reduzida no mercado financeiro e ajustes de fim de ano nos ativos globais
Mercado comemora fim das incertezas
Vitória de Boris Johnson nas eleições, abrindo caminho para o Brexit, e progresso em direção a acordo comercial limitado entre EUA e China embalam os mercados
Copom se prepara para aterrissar e Brasil, para decolar
BC brasileiro indica que fim do ciclo de cortes da Selic está próximo, mas mantém porta aberta para novas quedas, enquanto S&P melhora perspectiva do rating do país
Dia de decisão de BCs
Bancos Centrais dos EUA e do Brasil anunciam decisão de juros, mas atenção do mercado financeiro está na sinalização dos próximos passos
Mercado resgata cautela, à espera de decisão
Véspera de decisão do Fed e do Copom e contagem regressiva para prazo final de novas tarifas dos EUA contra a China deixam mercados na defensiva
Agenda define rumo dos mercados
Expectativa por decisão do Fed e do Copom, na quarta-feira, e por acordo comercial entre EUA e China antes do dia 15 marcam início da semana
A Bula da Semana: Semana de decisão de BCs
Bancos Centrais dos EUA (Fed) e do Brasil (Copom) anunciam decisão sobre a taxa de juros na quarta-feira; um dia depois, é a vez do BC da zona do euro (BCE)
IPCA e payroll dividem atenção com guerra comercial
Dados de inflação no Brasil e emprego nos EUA devem agitar o mercado financeiro hoje, que segue atento ao noticiário sobre a guerra comercial
Mercado renova otimismo sobre acordo comercial
Investidor monitora negociações entre EUA e China e possibilidade de remoção de aumento tarifário previsto para o dia 15
Não vai ter acordo
As investidas protecionistas da Casa Branca, com o presidente norte-americano, Donald Trump, usando a artilharia das tarifas contra vários parceiros comerciais, assustam o mercado financeiro. Os investidores alimentavam esperanças de que Estados Unidos e China iriam assinar um acordo antes do fim do ano, mas já se dão conta de que uma nova taxação contra […]
Mercado entre guerra comercial e PIB
O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre deste ano (9h) é o destaque do dia, já que a agenda econômica está esvaziada no exterior, mantendo o foco na guerra comercial. Aqui, a expectativa é de que a economia brasileira volte a surpreender, enquanto lá fora a preocupação é com as […]
Mercado renova esperanças no mês do Natal
Último mês do ano começa com esperanças renovadas em torno de acordo comercial entre EUA e China capaz de evitar novas tarifas no dia 15
A Bula da Semana: Agenda carregada recheia a semana
Último mês de 2019 começa com uma série de indicadores econômicos relevantes no Brasil, lançando luz sobre o cenário do país em 2020
Mercado mostra cautela na Black Friday
Investidor mostra pouca disposição em comprar ativos de risco, em meio à tensão entre EUA e China