🔴 COPOM À VISTA: RECEBA EM PRIMEIRA MÃO 3 TÍTULOS PARA INVESTIR APÓS A DECISÃO – ACESSE GRATUITAMENTE

Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Véspera de feriado traz cautela

Sexta-feira da Paixão é celebrada no Brasil e em várias partes do mundo, o que tende a esvaziar a liquidez dos negócios globais

Olivia Bulla
Olivia Bulla
18 de abril de 2019
5:28 - atualizado às 6:01
Homem de bicicleta com guarda-chuva
Episódios políticos envolvendo Petrobras e Previdência deixam mercado desconfortáveis Imagem: Shutterstok

A véspera do fim de semana prolongado deve ser marcada pela cautela no mercado financeiro doméstico, em uma sessão que tende a ser esvaziada, em termos de liquidez, por causa do feriado amanhã no Brasil e em várias partes do mundo. Por aqui, os investidores saem para a pausa da Páscoa preocupados com os recentes episódios políticos, que estressaram os ativos locais ontem.

A última sessão da CCJ terminou muito pior do que o mercado esperava, o que içou o dólar para além de R$ 3,90, pressionando a ponta longa dos juros futuros, e fez a Bolsa brasileira cair pouco mais de 1%. Além de não votar o texto da reforma da Previdência, abriu-se a possibilidade de revisão do parecer do relator, o deputado Marcelo Freitas.

E os investidores não esperavam por isso. A estratégia da oposição, que fez o que lhe cabe, e as ameaças do Centrão, de ressuscitar o texto de mudanças nas regras da aposentadoria do governo Temer, escancararam a falta de articulação política do PSL e a ausência de uma base aliada de centro-direita capaz de defender a proposta do governo Bolsonaro.

Tudo ficou, então, em suspense. O parecer revisado do relator será apresentado até a próxima terça-feira, dia 23. Se houver alterações, será necessário fazer uma nova leitura do texto para, então, colocá-lo em votação, prolongando a discussão ainda na fase inicial. O problema é que ainda é muito prematuro abrir margem para mudanças na proposta.

O mercado espera alterações no texto somente na etapa seguinte, na comissão especial. Ainda assim, apesar do susto, os investidores seguem confiantes na aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano. Provavelmente no segundo semestre, talvez ao final do terceiro trimestre ou já nos últimos meses de 2019.

Déjà vu

Leia Também

Esse otimismo lembra a época das eleições presidenciais do ano passado, quando os investidores apostavam em uma reação do então candidato preferido do mercado, Geraldo Alckmin (PSDB), na disputa. Porém, o tucano não decolou e, na reta final do primeiro turno do pleito, o mercado migrou em peso o voto útil em direção a Jair Bolsonaro, por causa do viés liberal do prometido ministro da Economia, Paulo Guedes.

Aliás, o mercado financeiro segue muito na torcida, basicamente por causa do Chicago Oldie. O viés liberal e as propostas visionárias de Guedes faz com que o investidor mantenha o benefício da dúvida ao governo. Mas muitos já começaram a desanimar, dizendo até que a lua-de-mel já acabou.

A aproximação do dólar para a faixa de R$ 4,00 foi um recado do mercado sobre a insatisfação com a cena política. E não se trata apenas do impasse na CCJ sobre a reforma da Previdência. O ruído envolvendo a Petrobras e a política de preços de combustíveis também trouxe desconforto aos negócios locais.

Mas assim que foi colocado “panos quentes” na questão, explicando ao presidente Jair Bolsonaro, a petrolífera não perdeu tempo. Menos de uma semana após ter cancelado um reajuste de 5,7% no preço do diesel a pedido do presidente, a Petrobras anunciou ontem um aumento de R$ 0,1038 nas refinarias.

Trata-se de uma alta menor que a anunciada antes, de 4,84%. A ver, então, não apenas como o mercado, mas também os caminhoneiros irão reagir a esse aumento. A categoria fala em nova greve em maio, quando se completa um ano da paralisação que causou desabastecimento, freando a economia. Fica, então, aquela sensação de déjà vu

Exterior pesado

No exterior, os investidores também voltam a velhos temas. A notícia de que Estados Unidos e China devem assinar um acordo comercial no fim de maio ou início de junho não animou os mercados internacionais, em meio a falta de detalhes sobre as tratativas. As principais bolsas da Ásia fecharam no vermelho e Nova York também amanhece em queda.

A delegação norte-americana deve viajar novamente para Pequim na última semana de abril, abrindo a décima rodada de negociações entre os dois países. Na semana seguinte, é a vez de os chineses desembarcaram em Washington, no que se tornou a ponte-aérea mais movimentada, em termos políticos, desde que a guerra comercial teve início, há um ano.

Relatos de que a Coreia do Norte testou uma nova arma tática guiada, pela primeira vez desde novembro, também pesam nos negócios, reacendendo as tensões geopolíticas. Com isso, o dólar é visto como porto seguro, o que enfraquece as demais moedas e também pesa nas commodities. Esse sinal negativo entre os ativos de risco tende a elevar a cautela no mercado doméstico.

Agenda fraca antes do feriado

O calendário econômico perde força nesta véspera de feriado no Brasil e em várias partes do mundo. Amanhã, as bolsas brasileira, europeias e norte-americanas não abrem, devido às celebrações da Sexta-feira da Paixão. Na próxima segunda-feira, ainda será feriado no Reino Unido, o que mantém os negócios em Londres fechados, enxugando a liquidez.

Já nesta quinta-feira, a agenda econômica doméstica está esvaziada, sem a previsão de nenhum indicador. Em Brasília, o feriado prolongado da Páscoa começou hoje, adiando as discussões sobre a proposta da reforma da Previdência para a semana que vem.

No exterior, merecem atenção os dados sobre as vendas no varejo dos EUA em março e sobre a atividade industrial na região da Filadélfia em abril, ambos às 9h30. Os números podem dar pistas sobre o ritmo da economia norte-americana na virada do primeiro para o segundo trimestre deste ano.

No mesmo horário, saem os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos nos EUA. Às 11h, serão conhecidos os indicadores antecedentes do mês passado e os estoques das empresas em fevereiro. Na Europa, tem dados preliminares sobre o desempenho da indústria e do setor de serviços neste mês.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
A Bula da Semana

Então, é Natal

23 de dezembro de 2019 - 4:55

Pausa no mercado doméstico, amanhã e quarta-feira, por causa das festividades natalinas reduz a liquidez dos negócios ao longo da semana

A Bula do Mercado

Mercado se prepara para festas de fim de ano

20 de dezembro de 2019 - 5:34

Rali em Nova York e do Ibovespa antecede pausa para as festividades de Natal e ano-novo, que devem enxugar liquidez do mercado financeiro nos próximos dias

A Bula do Mercado

CPMF digital e impeachment agitam mercado

19 de dezembro de 2019 - 5:35

Declarações de Guedes embalaram Ibovespa ontem, mas criação de “CPMF digital” causa ruído, enquanto exterior digere aprovação de impeachment de Trump na Câmara

A Bula do Mercado

Mercado em pausa reavalia cenário

18 de dezembro de 2019 - 5:17

Agenda econômica fraca do dia abre espaço para investidor reavaliar cenário, após fim das incertezas sobre guerra comercial e Brexit

A Bula do Mercado

Mercado recebe ata do Copom, atento ao exterior

17 de dezembro de 2019 - 5:28

Ata do Copom, hoje, relatório trimestral de inflação e IPCA, no fim da semana, devem calibrar apostas sobre Selic e influenciar dólar e Ibovespa

A Bula do Mercado

China segue no radar, agora com dados de atividade

16 de dezembro de 2019 - 5:36

Crescimento da indústria e do varejo chinês acima do esperado em novembro mantém o apetite por risco no mercado financeiro

A Bula do Mercado

A Bula da Semana: Contagem regressiva

16 de dezembro de 2019 - 5:29

Última semana cheia de 2019 deve ser marcada por liquidez reduzida no mercado financeiro e ajustes de fim de ano nos ativos globais

A Bula do Mercado

Mercado comemora fim das incertezas

13 de dezembro de 2019 - 5:39

Vitória de Boris Johnson nas eleições, abrindo caminho para o Brexit, e progresso em direção a acordo comercial limitado entre EUA e China embalam os mercados

A Bula do Mercado

Copom se prepara para aterrissar e Brasil, para decolar

12 de dezembro de 2019 - 5:28

BC brasileiro indica que fim do ciclo de cortes da Selic está próximo, mas mantém porta aberta para novas quedas, enquanto S&P melhora perspectiva do rating do país

A Bula do Mercado

Dia de decisão de BCs

11 de dezembro de 2019 - 5:24

Bancos Centrais dos EUA e do Brasil anunciam decisão de juros, mas atenção do mercado financeiro está na sinalização dos próximos passos

A Bula do Mercado

Mercado resgata cautela, à espera de decisão

10 de dezembro de 2019 - 5:25

Véspera de decisão do Fed e do Copom e contagem regressiva para prazo final de novas tarifas dos EUA contra a China deixam mercados na defensiva

A Bula do Mercado

Agenda define rumo dos mercados

9 de dezembro de 2019 - 5:25

Expectativa por decisão do Fed e do Copom, na quarta-feira, e por acordo comercial entre EUA e China antes do dia 15 marcam início da semana

A Bula do Mercado

A Bula da Semana: Semana de decisão de BCs

8 de dezembro de 2019 - 14:34

Bancos Centrais dos EUA (Fed) e do Brasil (Copom) anunciam decisão sobre a taxa de juros na quarta-feira; um dia depois, é a vez do BC da zona do euro (BCE)

A Bula do Mercado

IPCA e payroll dividem atenção com guerra comercial

6 de dezembro de 2019 - 5:23

Dados de inflação no Brasil e emprego nos EUA devem agitar o mercado financeiro hoje, que segue atento ao noticiário sobre a guerra comercial

A Bula do Mercado

Mercado renova otimismo sobre acordo comercial

5 de dezembro de 2019 - 5:37

Investidor monitora negociações entre EUA e China e possibilidade de remoção de aumento tarifário previsto para o dia 15

A Bula do Mercado

Não vai ter acordo

4 de dezembro de 2019 - 5:33

As investidas protecionistas da Casa Branca, com o presidente norte-americano, Donald Trump, usando a artilharia das tarifas contra vários parceiros comerciais, assustam o mercado financeiro. Os investidores alimentavam esperanças de que Estados Unidos e China iriam assinar um acordo antes do fim do ano, mas já se dão conta de que uma nova taxação contra […]

Mercado entre guerra comercial e PIB

3 de dezembro de 2019 - 5:35

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre deste ano (9h) é o destaque do dia, já que a agenda econômica está esvaziada no exterior, mantendo o foco na guerra comercial. Aqui, a expectativa é de que a economia brasileira volte a surpreender, enquanto lá fora a preocupação é com as […]

A Bula do Mercado

Mercado renova esperanças no mês do Natal

2 de dezembro de 2019 - 5:35

Último mês do ano começa com esperanças renovadas em torno de acordo comercial entre EUA e China capaz de evitar novas tarifas no dia 15

A Bula do Mercado

A Bula da Semana: Agenda carregada recheia a semana

2 de dezembro de 2019 - 4:57

Último mês de 2019 começa com uma série de indicadores econômicos relevantes no Brasil, lançando luz sobre o cenário do país em 2020

A Bula do Mercado

Mercado mostra cautela na Black Friday

29 de novembro de 2019 - 5:37

Investidor mostra pouca disposição em comprar ativos de risco, em meio à tensão entre EUA e China

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar