O lucro de R$ 6,238 bilhões registrado pelo Bradesco no primeiro trimestre deste ano encheu os olhos dos analistas que cobrem o banco. O resultado foi 22,3% maior do que no mesmo período do ano passado e ficou acima da média das projeções do mercado de R$ 6,020 bilhões, de acordo com a Bloomberg.
Mas nem o lucrão nem a rentabilidade de 20,5% do banco nos três primeiros meses do ano foram suficientes para animar os investidores. As ações preferenciais (PN) do Bradesco (BBDC4) eram negociadas em queda de 1,37%, cotadas a R$ 35,16 por volta das 13h10 (atualização: no fechamento, as ações fecharam em alta de 1,18%). Confira também nossa cobertura completa de mercados.
No geral, os analistas se surpreenderam positivamente com os resultados da área de seguros do banco, mas chamaram a atenção para a receita mais fraca com a cobrança de tarifas e serviços, além do aumento mais forte das despesas.
Leia a seguir qual foi a leitura dos analistas sobre os resultados do Bradesco e a recomendação para as ações:
BTG Pactual - Um bom começo de ano
Recomendação: compra
Preço-alvo: R$ 43,00
"O Bradesco registrou bons resultados, principalmente considerando que o PIB do Brasil provavelmente caiu em relação ao trimestre anterior."
"Outro destaque positivo do trimestre foi novamente a qualidade dos ativos. A inadimplência melhorou 0,24 ponto percentual no trimestre e 1,1 ponto em 12 meses, para 3,27%, com melhora em todas as principais linhas de crédito."
Itaú BBA - Começo forte: na trilha para atingir as metas do ano
Recomendação: outperform (compra)
Preço-alvo: R$ 45,00
"Não apenas o lucro do Bradesco foi bom, mas a qualidade dos números nos surpreendeu, com resultados limpos e boas tendências operacionais."
"A margem financeira foi uma surpresa negativa, mas principalmente em razão resultados mais fracos na tesouraria. As receitas com tarifas também ficaram um pouco abaixo das nossas expectativas."
Safra - desempenho muito forte em seguros
Recomendação: outperform (compra)
Preço-alvo: R$ 36,70
"Os resultados de seguros foram bastante fortes e atingiram R$ 3,8 bilhões, um crescimento de 22,4% em relação ao mesmo período do ano anterior e 27,8% acima de nossas estimativas."
"No geral, acreditamos que os resultados do Bradesco foram mistos, com a área de seguros compensando o desempenho ligeiramente mais fraco da divisão bancária (com atenção às receitas com serviços e despesas operacionais)."