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O desafio de encontrar o fundo dos fundos e o topo dos topos

Este ciclo de inflação próxima de zero e juros reais negativos em algum momento vai virar. É bom ficar de olho, com a maior paciência do mundo

19 de agosto de 2019
11:39 - atualizado às 10:59
Bolsa de Nova York, em 1936. - Imagem: Shutterstock

Se você ainda não sabe qual terá sido o melhor momento de se comprar ações na Bolsa de Valores de Nova York, vou contar nesta crônica. Foi na quarta-feira, 1º de fevereiro de 1933.

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O mercado sofrera o grande crash três anos e meio antes, em 29 de outubro de 1929 ( Black Tuesday), e desde então não vinha fazendo outra coisa a não ser cair.

O panorama em todo o território americano era simplesmente desolador: desempregados se enfileiravam para receber um prato de sopa e um pedaço de pão dormido.

À noite, famílias inteiras se espremiam em albergues públicos, de onde eram expulsas ao amanhecer, mesmo que sob chuva ou neve.

Nas áreas rurais, pequenos fazendeiros, meeiros e arrendatários deixavam suas terras e iniciavam uma longa e lenta migração para a Califórnia, de onde se diziam maravilhas.

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Ao longo do exaustivo caminho, amontoados em calhambeques, percorrendo estradas poeirentas, paravam para acampar duas ou três semanas em trens cargueiros abandonados pelas ferrovias por falta de mercadoria para transportar.

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Eis como John Steinbeck descreveu aqueles tempos em As Vinhas da Ira:

“Os vagões de carga, em número de doze, estavam alinhados um atrás do outro num terreno baldio, de pequenas dimensões, que ladeava o riacho. Eram duas fileiras de seis vagões cada uma, cujas rodas tinham sido desmontadas. Pranchas serviam de acesso às largas portas corrediças dos vagões, que tinham sido transformados em boas moradias, impermeáveis, sem fendas, capazes de abrigar vinte e quatro famílias ao todo, uma família em cada metade do vagão. Não havia janelas neles, mas as portas largas permaneciam sempre abertas. Em alguns carros, havia lona estirada como linha divisória entre as duas famílias.”

Pois bem, quem dispunha de algum capital, e comprou ações na Bolsa naquele 1º de fevereiro de 1933, acabou deixando uma fortuna para os filhos, netos e bisnetos. O ganho até hoje, reaplicando os dividendos, foi de espantosos 2.044.292% (segundo o Industrial Dow Jones). Claro que alguns papéis precisaram ser trocados por outros no meio do caminho.

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Esse portfólio teve de atravessar enormes obstáculos: Segunda Guerra Mundial; dois choques do petróleo, crash de 1987 e crise do subprime.

É muito difícil detectar um bottom ou um top. Eu mesmo, que estou no mercado há 61 anos, só achei uma vez. Foi em novembro de 1986, quando percebi que o Plano Cruzado fracassara e comprei, na Bolsa de Mercadorias de São Paulo (Bolsinha), ouro “futurão” (com vencimento em dezembro de 1987). Foram tantos limites de alta que até perdi a conta.

É verdade que já dei outras grandes porradas, comprado ou vendido à descoberto, mas pegar o fundo dos fundos ou o topo dos topos só essa vez.

O mundo está entrando numa fase de taxas de juros (reais e até mesmo nominais) negativas. Uma ameaça de deflação ronda as economias do planeta. Em algum instante, isso vira de repente. Quem detectá-lo vai, como dizem os americanos, hit the bull’s-eye.

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Quando era adolescente (tinha meus 13 ou 14 anos), meu pai me explicava que deflação era pior do que inflação.

“As pessoas só compram o estritamente necessário”, ele dizia. “ Vão ficar esperando os preços caírem. E eles caem justamente porque as pessoas não compram.”

Podemos estar no início desse processo. E quem detectar o fim, que poderá até demorar alguns anos, vai dar a mesma tacada do personagem que imaginei para 1933.

Muitos analistas dizem que as pessoas compram iene por proteção. Na verdade, não é bem assim. Compram na expectativa de valorização sobre as demais moedas, valorização acima de no mínimo 0,94% ao ano, que é a soma das taxas de juros negativas japonesas (0,24% nos títulos de 10 anos do governo) com a inflação anual daquele país: 0,7%.

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Antes, uma explicação sobre por que o valor nominal do iene é tão menor do que o das outras moedas. Moedas sérias, bem entendido. É que eles, apesar da derrota na Segunda Guerra Mundial, e da inflação que se seguiu, jamais fizeram uma reforma monetária, tal como aconteceu na Alemanha.

Hoje o iene, apesar das altas recentes, vale menos de um centavo de dólar: 93,95 centésimos de um cent. Mas já chegou a ser cotado a mais de um centavo: US$ 0,0125, em abril de 1995. Nessa época, quem fez hedge em iene se deu muito mal pois a moeda não recuperou esse valor até hoje.

Em minha opinião, como iconoclasta de carteirinha, acho uma ilusão passageira pensar que o ouro e o iene protegem o portfolio de uma pessoa. Isso é uma situação passageira. Ouro não rende nada. Quanto ao iene, você paga para tê-los.

Voltando ao tema do início desta coluna, no momento não vejo nada fazendo um high ou low histórico, tal como aconteceu com a Bolsa de Nova York em 1933 (sete anos antes de eu nascer) ou com o ouro na Bolsinha em 1986, aquele que acertei na mosca.

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Mas tenho certeza de que este ciclo de inflação próxima de zero e juros reais negativos em algum momento vai virar. É bom ficar de olho, com a maior paciência do mundo, pois talvez demore um pouco.

Quando isso acontecer, irá propiciar investimentos que irão dar lucro para várias gerações.

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