O Deutsche Bank, maior banco da Alemanha, e seu concorrente Commerzbank confirmaram neste domingo, 17, que estão em negociações formais para uma fusão. O projeto promete criar uma espécie de "campeão nacional", já que ambos os bancos lutam para retomar suas receitas após cortes profundos em seus braços de investimento.
Em breve comunicado à imprensa, o Commerzbank anunciou que as duas instituições "concordaram hoje em iniciar discussões sobre uma potencial fusão".
Já o Deutsche Bank anunciou em nota que seu conselho de administração decidiu "rever opções estratégicas", enfatizando que "não há certeza sobre o possível resultado das tratativas".
O anúncio acontece após meses de especulações de que os dois bancos, incentivados pelo governo alemão, iriam explorar uma possível combinação de ativos.
Ainda que um acordo esteja em aberto, a decisão anunciada hoje deixa os bancos alemães um passo mais perto da criação do quarto maior banco da Europa em ativos. Ao final de 2018, as duas instituições empregavam mais de 133 mil funcionários.
E por falar em funcionários, representantes trabalhistas no conselho fiscal do Deutsche Bank já disseram que se opõem a uma fusão. Para eles, uma combinação de negócios não vai fortalecer o banco e levará a cortes maciços de pessoal. Cerca de 30.000 posições poderiam estar em risco se um acordo fosse acordado, segundo pessoas a par do assunto.
Do lado governamental, o Ministério das Finanças alemão busca favorecer tal acordo. O objetivo é garantir que o país tenha um financiador com alcance global que suporte uma economia voltada para a exportação. Vale lembrar que o governo ainda possui uma grande participação no Commerzbank.
Dinheirão
Embora ainda não esteja claro como a fusão seria estruturada, especula-se que o Deutsche Bank teria que levantar cerca de 8 bilhões de euros, que poderiam vir de acionistas ou através de vendas de ativos como o negócio de gestão de ativos do DWS Group. A Allianz SE demonstrou interesse no DWS e estaria explorando a possibilidade de combiná-lo com seu próprio braço de gestão de ativos.
"Vamos apenas buscar opções que façam sentido econômico, com base no progresso que fizemos em 2018", disse Christian Sewing, CEO do Deutsche Bank, em carta. "Nosso objetivo declarado continua sendo um banco global com um forte mercado de capitais - baseado em uma posição de liderança em nosso mercado doméstico na Alemanha e na Europa, e com uma rede global".
*Com agências internacionais.