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Bruna Furlani

Bruna Furlani

Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB). Fez curso de jornalismo econômico oferecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem passagem pelas editorias de economia, política e negócios de veículos como O Estado de S.Paulo, SBT e Correio Braziliense.

Entrevista exclusiva

Banco Inter abre nova avenida de receita para além dos serviços financeiros com “super app”

Pelos cálculos de João Vitor Menin, presidente do banco digital que já conquistou mais de 3 milhões de clientes, venda de produtos dentro do aplicativo tem potencial de gerar até R$ 500 milhões de receita em 2021

Bruna Furlani
Bruna Furlani
6 de setembro de 2019
5:57 - atualizado às 9:23
Retrato do presidente do Banco Inter, João Vitor Menin
João Vitor Menin, presidente do Banco Inter - Imagem: Bruno Figueiredo/Seu Dinheiro

O cliente que usa o aplicativo do Banco Inter talvez nem tenha percebido, mas no mar laranja que domina a tela do celular surgiu recentemente um pequeno ícone com a figura de um carrinho de compras.

Esse ícone é apenas um embrião do que vem por aí. No meio de créditos, transferências e pagamentos, o banco digital decidiu ir além dos serviços financeiros e deu início a um de seus projetos mais ambiciosos, com o lançamento de um "super aplicativo". Os super apps, como são mais conhecidos, são aqueles que reúnem produtos e serviços de diferentes modalidades em uma única plataforma.

A ideia do Banco Inter é transformar o aplicativo atual e ampliá-lo para um marketplace. O projeto deve se traduzir em uma nova fonte de receita para a instituição financeira que atraiu mais de 3 milhões de clientes com seu modelo de conta digital gratuita.

O lançamento está previsto para acontecer no início de outubro, pouco mais de dois meses depois da oferta de ações realizada pelo banco. Na operação, o banco ganhou um parceiro de peso para ajudá-lo nessa missão: o japonês Softbank, um dos maiores fundos de tecnologia do mundo.

Mas qual o potencial e como vai funcionar o super app? Quem conta as principais novidades é o próprio presidente do banco, João Vitor Menin, na conversa que teve comigo e com o repórter Vinícius Pinheiro. Como um bom mineiro, ele nos recebeu na sede do Inter em São Paulo com direito a pães de queijo.

Quanto vale o show?

O presidente do Inter disse que o pequeno ícone "shopping" presente hoje no canto inferior do aplicativo do banco é apenas a "ponta do iceberg" do que vem pela frente.

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Ao comentar sobre o impacto potencial do super app para as receitas, Menin fez todas as contas de cabeça na nossa frente. Ele usou como premissas a manutenção da taxa de crescimento do número de clientes do banco e do gasto médio de cada um deles hoje (R$ 1 mil).

Feita a ressalva de que não se trata de uma estimativa oficial (guidance), o presidente do Inter disse que, se o volume de compras dentro do ambiente do super app (TPV ON) chegar até 30% das realizadas com os cartões do banco nas lojas físicas (TPV OFF), e a taxa recebida pelas vendas (take rate) ficar em 5%, o potencial de receita ficaria entre R$ 100 milhões e R$ 110 milhões no último trimestre de 2020. 

"Se mantivermos tudo em linha, a expectativa é que a gente consiga R$ 500 milhões de receita potencial em 2021, se anualizarmos o valor esperado para cada trimestre", afirmou.

A expectativa de transformação com o super app é tanta que Menin não descarta a possibilidade de que a palavra "banco" caia no futuro e que o aplicativo seja chamado apenas de Inter.

O que já está disponível?

Quem é cliente do (por enquanto) Banco Inter já pode ter uma degustação do novo serviço no ícone de compras disponível no aplicativo.

Já é possível encontrar aproximadamente 60 lojas que estão cadastradas, mas o número aumenta a cada dia. Entre elas, há grandes nomes como Animale, Carrefour, Dafiti, Lojas Renner e Submarino Viagens.

Apesar do número razoável de lojas, ainda não é possível efetuar todo o pagamento diretamente no app. Para concluir a compra, o cliente é direcionado para o site do próprio estabelecimento, o que prejudica um pouco a experiência do usuário.

Como vai ficar?

A ideia do Banco Inter é que o cliente faça toda a compra sem sair do app. Além de melhorias na hora de pagar, Menin diz que a versão mais completa da plataforma vai oferecer mais serviços e que eles devem ir desde entretenimento, lazer, mobilidade, hotelaria, viagem, saúde até educação.

"No nosso super aplicativo, a pessoa poderá ver o seu saldo, pagar uma conta, investir em ETFs, CDBs e ações, além de ter acesso a uma série de lojas de diferentes marcas em um só lugar."

O correntista do Inter terá um apelo adicional para fazer compras pelo app. Assim como já acontece na plataforma de investimentos, o banco vai dividir com o usuário parte da taxa cobrada dos lojistas, na forma de cashback.

A plataforma de investimentos do banco conta hoje com quase 300 mil investidores, sendo 40 mil CPFs únicos logando diariamente apenas no sistema de negociação de ações (home broker). Apenas para fins de comparação, a bolsa possui mais de 1,3 milhão de cadastros de investidores pessoas físicas.

Equação torta no crédito

O Inter pretende ainda oferecer crédito para o cliente que fizer compras pelo super app, e com taxas de juros mais baixas do que as tradicionais do cartão.

"A equação do crédito é bastante torta e esquisita no Brasil", disse Menin.

Para ele, um dos problemas é que a parte que cabe aos bancos na "interchange rate", ou seja, a taxa paga pelos lojistas a cada transação com cartões, é muito baixa. Com isso, as instituições compensam essa perda de arrecadação com taxas muito altas no rotativo do cartão.

Na tentativa de solucionar esse problema, o super app do Inter terá o que Menin chamou de uma "super interchange rate".

Na prática, ela deve unir a taxa cobrada hoje do cartão de crédito com o percentual que o banco vai cobrar pelas vendas no aplicativo, conhecida como "take rate".

Ao receber um percentual maior sobre cada transação, o banco poderá praticar uma taxa de juros menor no crédito, segundo Menin.

"Ao cobrar menos do cliente, você também aumenta a chance dele pagar, o que é muito positivo para o banco."

Melhor que Warren Buffett

O presidente do Inter também é todo elogios para o japonês Softbank. Ao falar sobre o investimento que recebeu do novo sócio na oferta de ações fechada no fim de julho, Menin disse que houve uma sinergia muito forte entre ambos.

"Nós fomos escolhidos pelo Softbank, que é a principal referência em termos de tecnologia no mundo, porque o que vamos fazer é um negócio novo. Fizemos exatamente o contrário do tradicional, saímos de serviços bancários para ir para um marketplace, e isso chamou a atenção deles", disse.

Para Menin, o Softbank é o melhor sócio que o banco poderia ter. "Mesmo se tivesse tido a opção de escolher a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, teria optado pelo aporte do Softbank".

O presidente do Inter não tem nada contra o bilionário norte-americano, pelo contrário. Mas avalia que Buffett seria um melhor parceiro para um parceiro na área industrial, por exemplo.

Com uma participação de 8,1% no Inter, o Softbank terá um representante no conselho, em um processo que ainda precisa ser formalizado no Banco Central.

Menin destacou que o fundo possui uma gestão bastante participativa nas empresas. Mas negou que isso provoque algum tipo de restrição na hora de fazer negócios com parceiros diferentes dos que receberam aporte do Softbank, como Loggi, Rappi etc.

O presidente do Banco Inter disse ainda que, se quiser trabalhar com outras empresas investidas pelo fundo, como a Uber, ou com a Loggi, terá de "correr atrás disso". Mas afirmou que a instituição também pode trabalhar com concorrentes, se for mais interessante para o banco.

Segundo Menin, o super app do Inter terá na prateleira os chamados "heroes", que seriam as empresas número um em seus setores de atuação, mas ele não deu mais detalhes sobre os potenciais parceiros.

Atenção aos dados

Em meio ao crescimento acelerado, o Banco Inter tem enfrentado alguns percalços. Quem procura informações sobre o banco nas redes sociais, encontra inúmeros defensores, mas também vários detratores.

Entre as reclamações estão problemas com o aplicativo fora do ar e contas que ficaram zeradas durante algumas horas. Como cliente, eu mesma já tive alguns problemas tanto no acesso ao aplicativo como de valores que "sumiram" temporariamente da plataforma de investimentos.

Menin reconheceu que o sistema de vez em quando passa por algumas instabilidades, que ele atribui ao fato de o Banco Inter contar com um único aplicativo para todos os serviços, ao contrário de outras instituições.

"Eu faço uma analogia com a aviação: eventualmente um dia o avião vai atrasar ou o tempo estará ruim", afirma o presidente.

E a concorrência?

Quando lançou sua conta digital, o Inter foi um dos pioneiros no mercado. Mas hoje as opções de bancos ou fintechs que oferecem serviços financeiros aumentou sensivelmente. A concorrência preocupa?

Para ele, os competidores não só não preocupam como até ajudam a difundir o próprio conceito de banco digital. Tanto que o ritmo de abertura de novas contas só aumentou e hoje está em 12 mil por dia, segundo o executivo.

O presidente do Inter também não espera uma grande concorrência no mercado de super aplicativos.

"Não acredito que teremos vários super apps, assim como não há muitos bancos digitais de fato", afirmou Menin, ao destacar que a maioria das fintechs oferece apenas parte dos serviços financeiros, enquanto que o Inter possui uma prateleira completa.

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