Mercados podem baixar a bola após decepção com Fed e melhorar humor
A reação à decisão do banco central americano de manter o aperto gradual dos juros, que frustrou as apostas mais otimistas, pode ser bem mal recebida
Bom dia, investidor! O senado dos EUA aprovou nesta quarta-feira à noite projeto que evita o "shutdown", a paralisação do governo nos EUA, até fevereiro. Deve ser votado nesta quinta-feira pela Câmara. É boa notícia, após o Federal Reserve, o banco central dos EUA, ter jogado mais duro. Ainda de madrugada, o banco central do Japão (BoJ) citou os diversos riscos de se manter os estímulos à economia. Às 10h, Brexit impõe cautela ao banco central europeu. (BoE).
Em Nova York, o mercado pode baixar a bola após a decepção com a decisão do Fed de manter o aperto gradual dos juros, que frustrou as apostas mais otimistas, quando muita gente esperava por uma pausa no ciclo. É possível que a mau humor seja diminuído com a visão de que pelo menos o Fed reduziu para dois os ajustes previstos para o próximo ano. Eram três em setembro.
O juro americano foi elevado em 25 pontos‐base, para a faixa entre 2,25% e 2,5%, como apontava o consenso. O presidente do Fed, Jerome Powell, surpreendeu ao dizer que os seus colegas acreditam que a economia terá bom desempenho em 2019. Para um mercado que só fala em recessão nas últimas semanas, Powell pareceu muito confiante.
Na entrevista, ele admitiu “alguns sinais de esfriamento”, mas nada que possa comprometer a expansão da atividade, que, na opinião do Fed, continua forte, com a inflação ainda abaixo da meta de 2%.
O recuo nas projeções para o PIB dos EUA de 2018 (de 3,1% para 3%) e de 2019 (de 2,5% para 2,3%) foi atribuído por ele ao crescimento mais forte deste ano devido aos estímulos fiscais. “Vemos moderação a partir de agora”.
Powell, no entanto, teve o cuidado de dizer que o Fed vai monitorar de perto a política monetária para saber se é eficiente em sustentar a economia, e que pode mudar “se os dados mostrarem algo diferente do que vemos". Ciente das críticas, citou a preocupação do Comitê em não agir no “piloto automático” (em relação aos juros), afirmando que a mediana das projeções “não é consenso”, nem a política monetária é “predeterminada”.
Mas o otimismo do Fed, pelo menos ontem, não convenceu os investidores, receosos de que o impacto da desaceleração global acabará atingindo a economia dos EUA mais cedo do que mais tarde.
Leia Também
Ontem, as bolsas, que operavam em alta desde a abertura, viraram na entrevista de Powell, com o S&P‐500 furando a marca perigosa dos 2.500 pontos, enquanto compras defensivas voltaram a derrubar os yields. Fechou "menos pior" o S&P, aos 2.506,96 pontos, mas ainda em queda forte (‐1,54%). O Credit Suisse revisou a sua projeção para o índice, ao final de 2019, de 3.350 pontos anteriormente para 2.950 pontos.
O Dow Jones caiu 1,26% (23.323,66 pontos) e Nasdaq, penalizado pelas empresas de tecnologia, cedeu 2,17% (6.636,83 pontos). A corrida para a proteção dos Treasuries interrompeu o ensaio de recuperação das taxas, que fecharam perto das mínimas: dez anos a 2,778% (de 2,820% na véspera) e 30 anos, abaixo dos 3%, a 2,997% (de 3,075%).
Aqui, o Ibovespa teve um ajuste dramático no finalzinho dos negócios, perdendo sucessivamente os 87 mil e os 86 mil pontos, enquanto o Banco Central anunciava novo leilão de linha (US$ 1 bilhão) para hoje.
Dólar light
A moeda americana conseguiu se sustentar bem, apenas reduzindo a queda para o fechamento, a R$ 3,882 (‐0,39%), após cair até R$ 3,86, mais cedo. Também o futuro/janeiro ficou abaixo de R$ 3,90, em R$ 3,8970. Mesmo assim, o BC surpreendeu com a volta das ofertas de linha, anunciadas após o encerramento do pregão, totalizando até US$ 1 bilhão: às 12h15 (vencimento para 4/2/19) e às 12h35 (vencimento para 6/3/19).
A falta de liquidez para atender remessas de fim de ano não é um consenso entre traders, mas dados do fluxo mostraram ontem fortes saídas pela via financeira, de US$ 5 bilhões neste mês, até o dia 14.
O viés de baixa nesta quarta-feira esteve em sintonia com o comportamento da moeda no Exterior, na maior parte do tempo. No fechamento em NY, o dólar ainda caía a 112,51 ienes e o euro avançava a US$ 1,1382.
Na bolsa, o bicho pegou
O Ibovespa chegou a romper os 88 mil pontos, apostando num Fed suave, com o mercado firme na disposição de não deixar a peteca cair. No final, não teve jeito. No ajuste perdeu muitos pontos, fechando aos 85.673,52 pontos, em baixa de 1,08%. Entre as blue chips, Itaú PN cedia 1,34% (R$ 29,68), Bradesco PN, ‐1,43% (R$ 37,80) e Vale ON, ‐2,78% (R$ 50,01).
O estrago só não foi maior porque Petrobras segurou os ganhos, beneficiada pela alta do petróleo. Apoiado pelo dólar mais barato, o WTI/janeiro venceu ontem a US$ 47,20 (+2,08%) na Nymex, enquanto o contrato do WTI para entrega em fevereiro, agora o mais negociado, avançou 3,37%, a US$ 48,17. Também o Brent/fevereiro sustentou a alta na Ice londrina, embora menor, a US$ 57,24 (+1,74%), apesar da queda dos estoques do Departamento de Energia (DoE) bem abaixo do esperado, 497 mil barris contra previsão de 3,1 milhões.
Prevalece a expectativa do acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo para cortar a produção em 1,2 milhão de barris por dia a partir de primeiro de janeiro. Na Bovespa, Petrobras PN chegou a subir forte, até R$ 23, mas, assustada com a reação de NY ao Fed, também reduziu a alta no fechamento para R$ 22,25 (+1,14%). Já Petrobras ON recuou 1,63%, para R$ 24,76.
Além do petróleo, os papéis se beneficiaram da aprovação pela empresa do pagamento de R$ 4,29 bilhões em juros sobre capital próprio. A notícia negativa veio no final do dia, produzida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio. Atendendo a um pedido do PT, o ministro revogou a eficácia do decreto 9.355/abril, que permitia à Petrobras vender áreas de produção e exploração sem necessidade de licitação, visando viabilizar a venda de ativos. A decisão ainda será submetida ao plenário do STF, mas não há data para que isso ocorra.
Não foi o único
Além de Marco Aurélio, o ministro do STF. Ricardo Lewandowski também aproveitou as últimas horas antes do recesso do Judiciário para anular o efeito da MP que adiou o reajuste salarial dos servidores no ano que vem.
No revés para a nova equipe econômica, a medida terá impacto no Orçamento de R$ 4,7 bilhões só em 2019. Antes, soube‐se que o presidente do Congresso, Rodrigo Maia, usando a caneta do presidente Michel Temer (que está em viagem ao Uruguai), sancionou lei que isenta de punição os municípios que estourarem o limite de gastos com pessoal, em caso de queda na receita.
O texto, aprovado no Senado e na Câmara, foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União com data de anteontem, 18. Temer não sabia e divulgou nota para afirmar que não sancionou mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Denunciado
Na despedida do cargo, Temer foi denunciado ontem à noite pela Procuradoria Geral da República por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no inquérito dos Portos, junto com o coronel Lima e Rocha Loures, o homem da mala.
Já o futuro ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi condenado, ontem, por alterações no plano de manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, para beneficiar indústrias de mineração. O Tribunal de Justiça de São Paulo considerou procedente a ação do MP estadual e suspendeu os direitos políticos de Salles por três anos. O fato aconteceu quando ele era secretário de Meio Ambiente do ex-governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB).
Coaf
Foi remarcado para amanhã, o depoimento do ex‐assessor de Flávio Bolsonaro ao MP‐RJ. Fabrício Queiroz não compareceu à audiência de ontem alegando “inesperada crise de saúde”.
Recesso
O Congresso aprovou ontem à noite o Orçamento de 2019, encerrando os trabalhos legislativos do ano.
Agenda
A expectativa unânime para a reunião do BoE (10h) é de manutenção da taxa em 0,75%, devido ao caos político gerado pelo Brexit. No final da tarde (17h), será a vez de o México decidir sobre juro.
Nos EUA, o índice de atividade industrial (11h30) de dezembro tem estimativa de alta para 15, contra 12,9 em novembro. No mesmo horário, serão divulgados os pedidos de auxílio‐desemprego na semana até 15/12.
Às 13h, os indicadores antecedentes da Conference Board de novembro devem ficar estáveis.
Curtas
A Gerdau aprovou aumento de capital em subsidiárias no Brasil e no Exterior. A Gerdau Aços Longos receberá R$ 1,1 bilhão, Gerdau Hungria, R$ 260 milhões, GTL Equity, R$ 300 milhões.
A Ambev e a High Park Farms fecham acordo para pesquisar bebidas não alcoólicas contendo extratos de canábis.
A CCEE informa aumento de 0,8% no consumo de energia no País na primeira quinzena de dezembro.
Na Eletropaulo, Britaldo Pedrosa Soares foi eleito presidente do conselho e Nicola Cotugno, vice‐presidente.
Na Arteris, André Dorf, de saída da CPFL, assumirá a empresa em fevereiro de 2019.
Desttra estreia em leilão A‐1 com planos de negociar 100 MW médios (Broadcast).
Conta de luz - Decreto do ministro de Minas e Energia, Wellington Moreira Franco, retira benefícios concedidos a empresas de água e de saneamento. Também elimina sobreposição de descontos para os setores de agricultura e de irrigação.
A Aneel realiza leilão de empreendimentos de transmissão, na B3, às 9h.
A BRMalls pagará juros de 0,0118 por ação. Ações ficam ex em 26/12.
As Lojas Renner pagarão juros de R$ 0,089644 por ação.
O Banrisul aprovou juros de R$ 0,1099 por ação ON e PNB e de R$ 0,1209 por PNA.
A Bradespar resgatou 24 notas comerciais da terceira emissão (13/8/18), no total de 2,458 bilhões, e cancelou.
A Cielo e o Banco Original fazem parceria para soluções de pagamento digital a micro e pequenas empresas.
A Fitch reafirma rating B para a Gol, com perspective estável.
Na CCR, a Moodys mantém a classificação Ba2, mas alterou a perspectiva do rating para negativa. O motivo são investigações sobre corrupção que afetam a companhia, especialmente da Rodonorte (Paraná).
A OAS consegue prazo até 28 de janeiro para regularizar plano de recuperação.
Na Triunfo, a Justiça impede ANAC de aplicar penalidades contratuais a controladas em recuperação (Viracopos).
A TIM Participações aprova emissão de R$ 1 bilhão em debêntures da TIM SA (R$ 10 mil e prazo de 18 meses). Aprovou também financiamento de R$ 390 milhões do BNDES, para máquinas e equipamentos. A companhia pagará juros sobre capital de R$ 0,1569/ação, com base na posição de 2/1.
A CVM nega concessão de novo prazo para Eike Batista apresentar alegações finais sobre a CCX.
*Com informações do Bom Dia Mercado, de Rosa Riscala. Para ler o Bom Dia Mercado na íntegra, acesse www.bomdiamercado.com.br
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa e Minerva (BEEF3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da bolsa brasileira acumulou valorização de 3,02% nos últimos cinco pregões e encerrou a última sessão da semana no nível inédito dos 154 mil pontos
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da Cogna (COGN3) desabaram mesmo depois de um “trimestre limpo”?
As ações passaram boa parte do dia na lanterna do Ibovespa depois do balanço do terceiro trimestre, mas analistas consideraram o resultado como positivo
Fred Trajano ‘banca’ decisão que desacelerou vendas: “Magalu nunca foi de crescer dando prejuízo, não tem quem nos salve se der errado”
A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre ontem (6), com queda nas vendas puxada pela desaceleração intencional das vendas no marketplace; entenda a estratégia do CEO do Magazine Luiza
Fome no atacado: Fundo TRXF11 compra sete imóveis do Atacadão (CAFR31) por R$ 297 milhões e mantém apetite por crescimento
Com patrimônio de R$ 3,2 bilhões, o fundo imobiliário TRXF11 saltou de 56 para 74 imóveis em apenas dois meses, e agora abocanhou mais sete
A série mais longa em 28 anos: Ibovespa tem a 12ª alta seguida e o 9° recorde; dólar cai a R$ 5,3489
O principal índice da bolsa brasileira atingiu pela primeira vez nesta quinta-feira (6) o nível dos 154 mil pontos. Em mais uma máxima histórica, alcançou 154.352,25 pontos durante a manhã.
A bolsa nas eleições: as ações que devem subir com Lula 4 ou com a centro-direita na Presidência — e a carteira que ganha em qualquer cenário
Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual, fala sobre como se posicionar para as eleições de 2026 e indica uma carteira de ações capaz de trazer bons resultados em qualquer cenário
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Em evento em São Paulo, representantes da bolsa norte-americana vieram tentar convencer as empresas de que abrir capital lá não é um sonho tão distante
Ibovespa volta a fazer história: sobe 1,72% e supera a marca de 153 mil pontos antes do Copom; dólar cai a R$ 5,3614
Quase toda a carteira teórica avançou nesta quarta-feira (5), com os papéis de primeira linha como carro-chefe
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP