O dia já não estava bom para os mercados brasileiros em função de mais uma ressaca externa e o quadro piorou no fim do dia com a notícia da agência “Bloomberg” de que o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, se prepara para deixar a instituição. Dólar e juros futuros apontaram para cima no "after market".
A nota da “Bloomberg” cita “duas fontes” que conversaram com o presidente do BC sobre o assunto e aponta que Ilan fica no cargo até o fim do mandato do presidente Michel Temer. A nota lembra, no entanto, que até o momento não houve convite formal para sua permanência em eventual governo de Jair Bolsonaro. O que a nota não diz e ninguém ainda sabe é se convidado, Ilan ficaria.
O presidenciável e outros membros de sua equipe de campanha, como Paulo Guedes, já tinham acenado que gostariam que Ilan ficasse no comando da instituição. Outro sinal nesse mesmo sentido foi a defesa de autonomia formal para o BC, um projeto que Ilan tenta levar adiante desde que chegou ao comando da instituição em meados de 2016.
Procurado, o BC afirmou, via sua assessoria de imprensa, que não comenta o assunto.
A última vez que Ilan falou sobre possíveis convites foi na coletiva para divulgação do Relatório de Inflação em 27 de setembro. Questionado sobre a possibilidade de ficar no comando do BC em eventual governo de Jair Bolsonaro, Ilan disse que todos sabem que sua posição tem sido de neutralidade, que o BC é apartidário e se encara como uma instituição de Estado. Por isso, não comentaria questões relacionadas à política.