O Banco Central (BC) apresentou os dados semanais sobre a entrada e saída física de moeda americana no país. Na semana passada, o resultado foi negativo em US$ 812 milhões, captando saída líquida na conta financeira de US$ 837 milhões, enquanto a conta comercial relegou magros US$ 25 milhões em ingressos.
O que os números evidenciam, mais uma vez, é que a movimentação do mercado à vista praticamente não tem relação com a formação de preço da moeda, pois mesmo com essa saída, o dólar caiu 2,3% no acumulado da semana encerrada dia 11.
O que tem ditado a formação de preço são as expectativas eleitorais – dólar caiu 2,4% no pregão posterior a eleição – e o comportamento do mercado externo – dólar subiu 1,28% na quinta passada, dia de forte aversão ao risco no mercado americano.
O mesmo exemplo pode ser dado olhando os dados do fluxo no acumulado no ano. Há uma sobra de US$ 20,311 bilhões, enquanto a cotação da moeda americana ainda acumula alta de quase 14%.
Nesta quarta-feira, mesmo com um cenário externo menos favorável, o movimento de venda de dólares continua pelo terceiro pregão seguido, e a moeda firma posição abaixo da linha de R$ 3,70. Por volta das 13 horas, o dólar caía mais de 1%, negociado na faixa de R$ 3,67.
O comportamento do real destoa, também de outros pares emergentes, que perdem valor para o dólar no pregão de hoje, como o peso mexicano e o peso colombiano.
Mercado futuro
A formação de preço ocorre no mercado futuro, onde os investidores montam apostas e protegem suas exposições. Isso acontece em função das limitações para diversos tipos de operação com moeda à vista.
Os dados referentes à terça-feira mostravam os estrangeiros com posição comprada em dólar futuro mais cupom cambial (DDI – juro em dólar) somando US$ 38,1 bilhões. Na ponta oposta, estavam os bancos, com posição vendida de US$ 18 bilhões, e os fundos de investimento, também vendidos em US$ 22,4 bilhões. Essas posições têm se alterado pouco nos últimos dias.