O Banco Central (BC) voltará a atuar no mercado à vista de câmbio na quarta-feira, dia 26, e dobrou o volume de atuação. Serão US$ 2 bilhões em leilões de linha com compromisso de recompra. Assim, investidores passarão o feriado mais tranquilos (ou não). Nesta sexta-feira, a cotação do dólar terminou em R$ 3,8982, alta de 1,09%.
Essas operações, que são um empréstimo dos dólares das reservas internacionais, têm sido usuais desde o fim de novembro e são comuns nos períodos de fim de ano em função do aumento na demanda por moeda à vista pelas empresas que fecham balanços e remetem os recursos para fora do país. O presidente do BC, Ilan Goldfajn, falou sobre o assunto em entrevista na quinta-feira.
Nesta sexta-feira, o BC atualizou os dados sobre o fluxo cambial. Em dezembro até o dia 19, a saída líquida estava em US$ 7,911 bilhões, reflexo de uma retirada de US$ 9,177 bilhões via conta financeira e de ingresso de US$ 1,266 bilhão. Até o dia 14, a saída líquida era de US$ 3,5 bilhões.
O estoque de linhas ofertado ao mercado está em US$ 4,7 bilhões vincendos em 4 de fevereiro de 2019 e US$ 4,55 bilhões vincendos em 6 de março de 2019. Do total de US$ 9,25 bilhões, US$ 8 bilhões são “linhas novas” colocadas no mercado e US$ 1,25 bilhão é referente à rolagem de operação feita em agosto e que venceria no começo de dezembro.
No mercado futuro, nesta sexta-feira, o BC encerrou a rolagem dos contratos de swap cambial que venceriam em janeiro e somavam US$ 10,4 bilhões. Fica a expectativa se ao longo de janeiro o BC fará a rolagem dos US$ 13,4 bilhões que vencem em fevereiro de 2019.
Quando o BC promove a rolagem integral dos contratos de swaps ele se mantém “neutro” no mercado, sem alterar o atual estoque de US$ 68,9 bilhões. Se a opção fosse por não realizar a rolagem ou mesmo pela rolagem parcial, o efeito líquido no mercado seria de compra de dólares no mercado futuro.
O swap é um derivativo que relaciona a variação cambial com a taxa de juros em determinado período de tempo. Ele é engenhoso pois é capaz de prover proteção cambial aos agentes de mercado com toda sua liquidação acontecendo em reais. Não se gasta um centavo das reservas.