BC quer mais concorrência no setor financeiro
Instituição vem agindo para abrir espaço para que fintechs consigam atuar no mercado, segundo diretor do Banco Central, Reinaldo Le Grazie
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Reinaldo Le Grazie, disse que a autoridade monetária vem tomando medidas para aumentar a concorrência no setor financeiro. Com isso, a instituição planeja abrir espaço a empresas menores, como as fintechs.
Le Grazie participou da abertura de evento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que discute a estrutura do setor financeiro nacional e o impacto da verticalização sobre a concorrência.
Custo do crédito
O diretor citou ações adotadas pelo BC para aumentar a oferta de produtos e reduzir o custo do crédito, como segmentação de instituições, regulação e previsão de instituições com propósitos específicos e com menores custos regulatórios.
"Além disso, a instituição vem tomando medidas para aumentar a disponibilidade de informações às instituições, fomentar a portabilidade de depósitos e empréstimos, facilitar o acesso ou mudança de instituição financeira pelos clientes e incentivar inovações financeiras", completou.
Le Grazie disse ainda que, com base nesse ambiente regulatório que tem sido criado, o mercado mostra que a atuação em nichos específicos e de forma inovadora, permite que empresas entrantes possam competir com as já estabelecidas. "Os casos das cooperativas de crédito e das fintechs são exemplos de como a regulação pode fomentar a concorrência na prestação de serviços financeiros", afirmou.
Medidas especiais
Ele ressaltou ainda medidas que vêm sendo tomadas para que fintechs tenham condições de atuar no mercado, como a portabilidade de salário e permissão de que estrangeiros participem do capital dessas empresas.
"Esta medida facilitará a capitalização dessas empresas e a entrada de novas, tendo, portanto, grande potencial de aumentar a competição no setor". Ele acrescentou que a regulação permitiu o desenvolvimento de um ecossistema de fintech "diversificado e crescente".
O diretor ressaltou que o avanço da regulamentação na área de pagamentos teve como um dos efeitos mais evidentes para os usuários finais o aumento da oferta no mercado de credenciadoras, que saiu de um duplo monopólio para mais de 20 empresas. "É preciso manter as condições para que novos credenciadores tenham condições de entrar no mercado", completou.
Le Grazie lembrou que, no mês passado, o Banco Central limitou tarifa de intercâmbio para cartões de débito e disse que a expectativa é que essa redução seja repassada ao usuário final, barateando e aumentando o uso dos meios eletrônicos como forma de pagamento.
*Com Estadão Conteúdo
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