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Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Guerra comercial e Vale agitam voltam do carnaval

Acordo entre Estados Unidos e China para encerrar disputa tarifária deve ser assinado ainda neste mês

Olivia Bulla
Olivia Bulla
6 de março de 2019
5:27 - atualizado às 13:46
Ações da Vale repercutem decisão de afastar o presidente Fábio Schvartsman

O mercado financeiro brasileiro volta aos negócios na tarde desta quarta-feira (13h) com ajustes a fazer. Durante a pausa no início da semana por causa dos dias de folia do carnaval, sinais de que Estados Unidos e China irão alcançar um acordo comercial até o fim deste mês ditaram o ritmo dos ativos no exterior. Mas ainda faltam detalhes.

Washington e Pequim estariam na fase final de negociação, em busca de encerrar uma disputa tarifária entre as duas maiores economias do mundo. De um lado, a China prometeu exportar mais produtos dos EUA e afrouxar restrições aos setores agrícola, químico e de automóveis, entre outros.

Em contrapartida, a Casa Branca eliminaria sanções às importações chinesas. Mas os dois lados ainda estão negociando a questão tecnológica, sendo que os EUA alegam haver violações de segurança por parte da China. Um pacto final deve ser assinado pelos presidentes norte-americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping, ainda em março.

Em reação, a Bolsa de Xangai alcançou na segunda-feira o maior nível desde junho do ano passado. Na terça-feira, o índice Xangai Composto descolou-se da tendência lateral, com inclinação negativa, pelo mundo e subiu novamente, embalado por promessas de mais apoio do governo chinês à economia. Hoje, a Bolsa chinesa subiu mais 1,6%.

Durante a abertura da assembleia anual do Partido Comunista da China (PCC), o primeiro-ministro, Li Keqiang, delineou planos para sustentar a economia do país, incluindo um aumento nos gastos fiscais, novos cortes de impostos, redução de taxas para novos negócios e aumento nos empréstimos bancários a pequenas empresas privadas.

Reflexos na economia

A batalha entre EUA e China abala o mercado financeiro pelo mundo há meses, com os investidores temendo que o conflito comercial irá pesar no crescimento econômico global, que já mostra sinais de desaceleração. Aliás, o governo chinês definiu uma meta menor de crescimento econômico neste ano, para o intervalo entre 6% e 6,5%.

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Esse alvo de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) é ligeiramente menor que o apurado em 2018, quando o crescimento de 6,6% ficou levemente acima da meta “ao redor de 6,5%”. A economia chinesa cresceu no ano passado no ritmo mais lento em três décadas, abaixo da expansão de 6,8% em 2017, mas segue entre as mais fortes do mundo.

Ainda assim, trata-se de uma “meta ambiciosa” do governo chinês, uma vez que perda de tração da atividade na China se espalha por outros países, impactando a economia global. Dados na zona do euro e nos EUA em fevereiro mostraram certa estabilização, com a resiliência no setor de serviços ofuscando o menor dinamismo da indústria.

A percepção é de que mesmo com Trump se afastando de políticas protecionistas, um acordo comercial com a China não impedirá a desaceleração econômica mundial. Afinal, as tarifas punitivas cobradas por ambos os lados no ano passado já reduziu o ritmo da atividade pelo mundo, ao passo que os estímulos dos bancos centrais perderam vigor.

Paciência tem limite

Cientes disso, os mercados internacionais mostram sinais de cansaço, com os investidores refletindo nos preços dos ativos um acordo sino-americano e avaliando se já não teria ido longe demais a recuperação neste início de ano, após o Federal Reserve reforçar a mensagem de que será “paciente” no processo de alta dos juros norte-americanos.

Afinal, os preços dos ativos mais arriscados, como as ações, não podem apenas surfar na onda de maior liquidez, diante da pausa no ciclo de aperto monetária nos EUA. É preciso também “precificar” um cenário de menor crescimento, com impacto nos lucros das empresas e, portanto, menor potencial de valorização dos papéis.

Tanto que as bolsas de Nova York andaram de lado, com viés negativo neste início de semana. Nesta manhã, os índices futuros em Wall Street sinalizam para uma nova sessão de perdas, com os novos ganhos em Xangai sem forças para inspirar os mercados globais. Na Ásia, Tóquio caiu 0,6% e o pregão europeu também indica uma abertura em queda.

Entre as moedas, o euro é cotado abaixo de US$ 1,13, nesta véspera da reunião do Banco Central Europeu (BCE), ao passo que o dólar australiano recua, após a forte desaceleração econômica do país na segunda metade de 2018 intensificarem as chances de corte na taxa de juros. Ontem, o BC da Austrália (RBA) manteve a política monetária inalterada.

De um modo geral, a moeda norte-americana mede forças em relação aos rivais, após Trump afirmar que não quer “um dólar tão forte” e renovou às críticas à política do Fed. No mercado de bônus, o título dos EUA de 10 anos (T-note) segue na faixa de 2,70%. Nas commodities, o petróleo cai com sinais de produção maior e economia global mais fraca.

Vale em reforma

Já as ações da Vale reagem à decisão do Conselho de Administração, de afastar temporariamente o presidente Fábio Schvartsman, após pedidos do ministério público e da polícia. Também foram afastados três diretores da mineradora. No lugar de Schvartsman, assume interinamente o diretor-executivo de metais básicos, Eduardo de Salles Bartolomeo.

Em reação à notícia, os recibos de depósito de ações (ADRs) da Vale negociados na Bolsa de Nova York encerraram a segunda-feira em alta de 0,2%, apagando as perdas registradas durante a sessão, e subiram quase 2% na terça-feira, após o governo sinalizar medidas favoráveis à mineração, como a atividade em terra indígenas.

Esse noticiário em torno da mineradora tenta ofuscar o cenário mais pessimista no ambiente macroeconômico e no panorama político. Não se espera nenhum avanço no âmbito da reforma da Previdência nos próximos dias. A primeira comissão que irá avaliar a proposta do governo, a CCJ, deve ser instalada só na semana que vem.

O governo se prepara para intensificar as negociações para aprovação do texto enviado ao Congresso. Durante o carnaval, o assunto foi tratado pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele reuniu-se com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para definir a agenda dos próximos dias. Bolsonaro retoma as atividades hoje a partir das 14h.

Mesmo assim, os ruídos em torno das novas regras para aposentadoria já começaram e os sinais vindos do Congresso são, até o momento, mais negativos. Nem mesmo o presidente parece estar com um discurso ajustado à proposta da equipe econômica e tanto a postura dele quanto a campanha em prol da reforma parecem frágeis.

Esses pontos tendem a incomodar o investidor, o que deve se refletir nos ativos locais. No curto prazo, o mercado doméstico deve passar por momentos de realização de lucros e acomodação de preços, em meio à postura mais defensiva. Ainda assim, essa cautela deve ser momentânea, incapaz de eliminar a visão otimista de longo prazo.

Mas tudo vai depender dos esforços do governo em prol da aprovação da nova Previdência no Congresso. Se ao menos o empenho do presidente (e os filhos) nas negociações com os parlamentares fosse a mesma despendida nas redes sociais - mas sem criar provocações desnecessárias - o investidor estaria seguro de que as novas regras seriam aprovadas...

Payroll é o destaque da semana

Os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos (payroll) em fevereiro são os destaques da agenda econômica desta semana. Os números sobre a criação de vagas, a taxa de desemprego e o rendimento médio por hora serão conhecidos na sexta-feira. No mesmo dia, saem dados sobre o setor imobiliário norte-americano.

Antes, na quinta-feira, o foco se desloca para a Europa, onde o Banco Central Europeu (BCE) reúne-se para decidir sobre a taxa de juros na região da moeda única. Haverá entrevista coletiva do presidente do BCE, Mario Draghi. No mesmo dia, sai o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro ao final do ano passado.

Hoje, merecem atenção dados da ADP sobre o emprego no setor privado dos EUA no mês passado (10h15) e o Livro Bege (16h). No Brasil, o Banco Central publica às 12h o relatório semanal de mercado Focus, que pode trazer atualizações nas previsões para as principais variáveis macroeconômicos. Também por aqui, na sexta-feira, sai o IGP-DI de fevereiro.

Em uma semana encurtada pelo carnaval, os destaques domésticos são poucos. Já na China são esperados até o fim desta semana os dados do mês passado sobre a balança comercial, a inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI). Ainda por lá, merece atenção a reunião anual do Partido Comunista, que ocorre ao longo desta semana em Pequim.

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