Todo mundo é liberal até o dólar bater os R$ 4
Com rápida valorização da moeda americana já se ouve pelas mesas perguntas de quando o Banco Central vem

Deterioração de expectativas no mercado local e externo promove um clássico movimento de aversão a risco. O dólar é o principal termômetro e é negociado firme acima dos R$ 4, testando patamares não visto desde setembro do ano passado, auge das incertezas eleitorais.
No mercado, já temos alguns chamados, mesmo que em voz baixa, por uma atuação do Banco Central (BC) para ajudar na formação de preço. Como disse um amigo com longa experiência no mercado dá até samba: “todo mundo é liberal até o dólar bater os 4 paus”.
Brincadeiras à parte, ontem mesmo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, defendeu o câmbio flutuante e disse que: “as operações cambiais são feitas para atender momentos com gap de liquidez para cima e para baixo. Não usamos política cambial para fazer política monetária. O câmbio é a parte do tripé que é livre”.
Por ora, o BC vem mantendo apenas a rolagem dos contratos de swaps cambial e não coloca novos contratos desde o ano passado. O swap é um derivativo que relaciona a variação cambial com a taxa de juros em determinado período. Ele é engenhoso pois é capaz de prover proteção cambial aos agentes de mercado com toda sua liquidação acontecendo em reais. Não se gasta um centavo das reservas internacionais, que servem de “lastro” para a operação.
O que tivemos neste 2019 foram ofertas novas de linhas com compromisso de recompra, que atendem à demanda por dólar no mercado à vista, no fim de março.
Questão estrutural
No fim de abril, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra Fernandes, fez uma interessante avaliação sobre o comportamento do câmbio, sugerindo que o dólar "mais caro" pode ser um fenômeno que veio para ficar.
Leia Também
Temos uma redução da liquidez em moeda estrangeira para o país, o que afeta o custo do dólar. Ainda de acordo com o diretor, o que não está claro é quão duradoura será essa mudança.
Em estudo publicado ontem, mostramos que o Brasil foi o mercado emergente que mais recebeu investimento direto entre 2015 e 2018, mas que não captamos nada em fluxo de portfólio, que é destinado ao mercado de ações e dívida.
O que pode levar a uma mudança nessa questão estrutural é a aprovação das reformas, notadamente no lado fiscal. A grande incerteza que paira por aqui também esteve na fala de Campos Neto, que falou que os investidores aguardam a configuração de um quadro de sustentabilidade fiscal para desengavetar investimentos.
O que temos, por ora, é um quadro de conflito político e institucional, com o presidente Jair Bolsonaro chamando o Congresso, o Ministério Público e parte da sociedade para a briga, depois dos protestos contra os cortes na Educação e reiteradas suspeitas e denúncias de movimentações financeiras atípicas de seu filho, sua esposa e ex-funcionários.
O ministro Paulo Guedes até tentou “animar a plateia" falando que as reformas serão aprovadas em 60 dias, mas o mercado não reagiu. Ainda hoje, o ministro faz palestra em evento no Rio, do qual também participa o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que tem se fortalecido cada vez mais.
O que faz o BC atuar?
O BC não atua para mudar a direção da taxa de câmbio, mas sim para suavizar eventuais movimentos de estresse do mercado. Tal estratégia é conhecida como “leaning against the wind” ou “inclinar-se contra o vento” em tradução literal.
Outras moedas emergentes também perdem para o dólar nessa sexta-feira, então não estamos sozinhos nesse episódio de “risk off”, depois que a China endureceu o tom com os Estados Unidos, sinalizando que vê motivos para retomar negociações comerciais.
O que pode levar o BC a ofertar liquidez é se nosso movimento de desvalorização se descolar muito do que estamos vendo no mundo.
Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”
O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar
Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores
O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair
Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas
Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420
As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia
Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas
O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC
Economia verde: União Europeia quer atingir neutralidade climática até 2050; saiba como
O BCE vai investir cerca de 30 bilhões de euros por ano; União Europeia está implementado políticas para reduzir a emissão de carbono
A escalada continua: Inflação acelera, composição da alta dos preços piora e pressiona o Banco Central a subir ainda mais os juros
O IPCA subiu 0,67% em junho na comparação com maio e 11,89% no acumulado em 12 meses, ligeiramente abaixo da mediana das projeções
Focus está de volta! Com o fim da greve dos servidores, Banco Central retoma publicações — que estavam suspensas desde abril
O Boletim Focus volta a ser publicado na próxima segunda-feira (11); as atividades do Banco Central serão retomadas a partir de amanhã
Greve do BC termina na data marcada; paralisação durou 95 dias
Os servidores do Banco Central cruzaram os braços em abril e reivindicavam reajuste salarial e reestruturação da carreira — demandas que não foram atendidas a tempo
Vai ter cartinha: Banco Central admite o óbvio e avisa que a meta de inflação para 2022 está perdida
Com uma semana de atraso, Banco Central divulgou hoje uma versão ‘enxuta’ do Relatório Trimestral da Inflação
Greve do BC já tem data pra acabar: saiba quando a segunda mais longa greve de servidores da história do Brasil chegará ao fim — e por quê
A data final da greve dos servidores do BC leva em consideração a Lei de Responsabilidade Fiscal, sem previsão de acordo para a categoria
O fim da inflação está próximo? Ainda não, mas para Campos Neto o “pior momento já passou”
O presidente do BC afirmou que a política monetária do país é capaz de frear a inflação; para ele a maior parte do processo já foi feito
O Seu Dinheiro pergunta, Roberto Campos Neto responde: Banco Central está pronto para organizar o mercado de criptomoedas no Brasil
Roberto Campos Neto também falou sobre real digital, greve dos servidores do Banco Central e, claro, política monetária
O Banco Central adverte: a escalada da taxa Selic continua; confira os recados da última ata do Copom
Selic ainda vai subir mais antes de começar a cair, mas a alta do juro pelo Banco Central está próxima do pico
A renda fixa virou ‘máquina de fazer dinheiro fácil’? Enquanto Bitcoin (BTC) sangra e bolsa apanha, descubra 12 títulos para embolsar 1% ao mês sem estresse
O cenário de juros altos aumenta a tensão nos mercados de ativos de risco, mas faz a renda fixa brilhar e trazer bons retornos ao investidor
Sem avanços e no primeiro dia de Copom, servidores do BC mantêm greve
A greve já dura 74 dias, sem previsão de volta às atividades; o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deve comparecer à Câmara para esclarecer o impasse nas negociações com os servidores
Precisamos sobreviver a mais uma Super Quarta: entenda por que a recessão é quase uma certeza
Não espere moleza na Super Quarta pré-feriado; o mundo deve continuar a viver a tensão de uma realidade de mais inflação e juros mais altos
Greve do BC: Vai ter reunião do Copom? A resposta é sim — mesmo com as publicações atrasadas
A reunião do Copom acontece nos dias 14 e 15 de junho e os servidores apresentaram uma contraproposta de reajuste de 13,5% nos salários
Nada feito: sem proposta de reajuste em reunião com Campos Neto, servidores do BC seguem em greve
Mais uma vez, a reunião do Copom de junho se aproxima: o encontro está marcado para os dias 14 e 15 e ainda não se sabe em que grau a paralisação pode afetar a divulgação da decisão
Inflação no Brasil e nos EUA, atividade e juros na Europa; confira a agenda completa de indicadores econômicos da semana que vem
Nesta semana, o grande destaque no Brasil fica por conta do IPCA, o índice de inflação que serve de referência para a política monetária do BC