Dólar sobe a R$ 3,98, maior nível de fechamento em 2019; Ibovespa cai 0,92%
O mercado ligou o “modo cautela”, preocupado com as dificuldades que a tramitação da reforma da Previdência poderá enfrentar daqui para frente. No exterior, o dólar ganhou força ante as moedas globais e trouxe pressão extra ao real

A reforma da Previdência finalmente passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Portanto, o dia foi de comemoração no Ibovespa e no dólar, certo?
É... não foi bem assim. Afinal, o mercado sempre pensa adiante para tomar suas decisões — e a tramitação da proposta no Congresso ainda tem um caminho longo e traiçoeiro pela frente, o que trouxe uma boa dose de cautela às negociações.
Além disso, a preocupação em relação ao estado da economia brasileira contribuiu para dar um viés defensivo à sessão. E, no exterior, o fortalecimento do dólar pressionou ainda mais o mercado de câmbio por aqui.
Nesse contexto, o dólar à vista terminou o dia em alta firme de 1,64%, a R$ 3,9864, um novo recorde de fechamento em 2019 — em termos intradiários, a moeda americana chegou a bater os R$ 4,0171, em 28 de março.
Já o Ibovespa conseguiu reduzir as perdas na última hora de pregão e terminou a quarta-feira em qued ade 0,92%, aos 95.045,43 pontos — na mínima, tocou os 94.163,33 pontos (-1,83%). Vale lembrar que o índice vinha de uma sequência de três altas consecutivas, fechando a sessão de ontem com ganho de 1,41%.
Jogo duro
A aprovação da admissibilidade da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, na noite de ontem, foi bem recebida pelo mercado, sem dúvidas. Mas o evento já havia sido precificado em grande parte na sessão anterior, abrindo pouco espaço para eventuais novos ganhos hoje.
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E a perspectiva de que o texto irá enfrentar dificuldades cada vez maiores para continuar avançando no Congresso foi motivo de apreensão nesta quarta-feira. "Pelo teor das brigas de ontem, a gente já viu que não vai ser fácil para o governo passar tudo como gostaria", diz Ari Santos, gerente da mesa de operações da H. Commcor. "O governo vai ter que se empenhar muito para ter apoio daqui para frente".
A Comissão Especial da Câmara, próximo colegiado a analisar o texto, já foi formalmente criada pelo presidente da casa, Rodrigo Maia, e deve ser instalada amanhã. No entanto, a primeira reunião deve ocorrer apenas em 7 de maio — o feriado de 1º de maio, na semana que vem, dificulta a obtenção de quórum para iniciar os trabalhos.
E é nessa etapa que a tramitação da reforma da Previdência pode sofrer os maiores atrasos e passar pelas alterações mais profundas, os dois maiores temores do mercado. "O governo teve uma vitória importante [na CCJ], mas isso não quer dizer que venceu a guerra", diz Jefferson Luiz Rugik, diretor da Correparti Corretora. "A guerra vai ser bem árdua, e isso deve continuar fazendo preço por aqui".
Além disso, o noticiário econômico local contribuiu para frear qualquer otimismo após o resultado de ontem na CCJ. Mais cedo, foram divulgados os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) — e eles não foram nada animadores: o Brasil fechou 43 mil vagas de emprego formal em março.
"Os números do Caged, os dados de atividade econômica mais fraca... Isso tudo dá a impressão de que o PIB vai vir ainda mais fraco do que o mercado está projetando", diz Santos. O último boletim Focus estima avanço de 1,71% no PIB brasileiro neste ano — na semana passada, o crescimento esperado era de 1,95%.
Tempestade perfeita
O dólar ainda sofreu com um foco extra de pressão vinda do exterior: lá fora, a moeda americana ganhou terreno em relação a quase todas as divisas globais, incluindo as de países emergentes.
Rugik, da Correparti, destaca que a queda inesperada no índice IFO de sentimento das empresas da Alemanha em abril trouxe uma onda de cautela em relação aos ativos europeus. Esse dado, somado às incertezas em relação ao Brexit, derrubaram o euro e provocaram uma corrida ao dólar.
Como resultado, o índice DXY — que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta com as principais divisas do mundo — renovou novamente os recordes históricos. O dólar também teve alta firme em relação às moedas emergentes, como o rublo russo, peso mexicano, rand sul-africano, lira turca e peso chileno, entre outras.
"É uma tempestade perfeita para o câmbio", diz Rugik. "As moedas emergentes perderam feio para o dólar lá fora, e, aqui dentro, nós temos os nossos problemas".
As curvas de juros também passaram por ajustes intensos, acompanhando o dólar: os DIs com vencimento em janeiro de 2020 subiram de 6,425% para 6,46%, e os com vencimento em janeiro de 2021 avançaram de 6,96% para 7,04%. Entre as curvas longas, as para janeiro de 2023 tiveram alta de 8,12% para 8,22%, e as para janeiro de 2025 foram de 8,65% para 8,76%.
Sinal amarelo
O mercado reagiu negativamente ao balanço da Cielo no primeiro trimestre de 2019 — a empresa encerrou o período com lucro líquido de R$ 548,5 milhões, queda de 40,4% na base anual e abaixo dos R$ 588,4 milhões projetados por analistas.
As ações ON da Cielo recuaram 4,43% e despontaram entre os piores desempenhos do Ibovespa. Em entrevista coletiva, o presidente da companhia, Paulo Caffarelli, disse que a empresa terá pagamento instantâneo e vai devolver o valor pago pelos lojistas em maquininhas, em reação ao movimento dos concorrentes.
WEG decepciona
As ações ON da WEG caíram 2,34%, também em meio à divulgação de seus resultados trimestrais. Entre janeiro e março deste ano, a empresa teve lucro líquido de R$ 306,849 milhões, alta de 7,7% ante os primeiros três meses de 2018 — o resultado, no entanto, frustrou a previsão dos analistas, que projetavam ganho de R$ 338 milhões no período.
Minério em queda
O minério de ferro terminou o dia em baixa de 1,04% na China — o que traz pressão às ações do setor de mineração e siderurgia. Também influenciadas pelo cenário de cautela local em relação à Previdência, CSN ON (-2,9%) e Vale ON (-3%) caíram forte e puxaram o Ibovespa como um todo para baixo.
Dentro do esperado
As ações ON da Via Varejo passaram boa parte do dia operando em queda, após a empresa registrar prejuízo líquido de R$ 43 milhões no primeiro trimestre de 2019 — há um ano, a companhia obteve lucro de R$ 64 milhões.
Mas os papéis se recuperaram perto do fechamento e encerraram o dia estáveis, a R$ 3,93. Analistas ponderaram que os resultados da Via Varejo no trimestre foram fracos, mas que, em linhas gerais, essa fragilidade já era esperada. Por um lado, a receita líquida e a margem bruta da empresa foram decepcionantes, mas, por outro, a redução nas despesas com vendas, gerais e administrativas surpreenderam positivamente.
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