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Cotações por TradingView
Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Nuvens carregadas

O tempo feio no exterior desanimou o mercado e fez o Ibovespa cair mais de 1%

Dúvidas quanto aos próximos passos do BC dos EUA deixaram os céus do mercado financeiro carregados, derrubando o Ibovespa nesta quarta-feira (22)

Victor Aguiar
Victor Aguiar
22 de agosto de 2019
10:29 - atualizado às 14:29
Nuvens carregadas
As nuvens carregadas vistas lá fora quase fizeram com que o Ibovespa perdesse o nível dos 100 mil pontos - Imagem: Shutterstock

O Ibovespa até chegou a colocar o pé para fora de casa nos primeiros minutos da sessão desta quarta-feira (22). Deu um ou dois passos no campo positivo, olhou para os céus e viu uma enorme nuvem de dúvida pairando sobre os mercados. O clima, definitivamente, não estava convidativo para um passeio ao ar livre.

Ventos frios e tempo feio, uma combinação perfeita para ficar na defensiva e esquecer o mundo lá fora. E foi exatamente isso que o Ibovespa fez: passados os primeiros instantes de pregão, o índice deu meia-volta e virou ao campo negativo. Entrou em casa, se enfiou embaixo das cobertas e não saiu mais de lá.

Ao fim do dia, o principal índice da bolsa brasileira teve baixa de 1,18%, aos 100.011,28 pontos, na mínima da sessão. O mercado de câmbio também ficou acuado com o clima fechado: o dólar à vista fechou em alta de 1,19%, a R$ 4,0780 — a maior cotação de encerramento desde 20 de maio, quando valia R$ 4,1034.

O problema todo não é a falta de sol nesta quinta-feira: o que deixou os mercados apreensivos é a instabilidade na previsão do tempo. Afinal, o que encobre os céus é a dúvida em relação aos próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano): ele continuará cortando os juros nos Estados Unidos, ou o ajuste visto em julho foi apenas pontual?

E os satélites não conseguem definir um padrão para o clima: em certos momentos, uma corrente de ar parece afastar as nuvens para longe, mas, em outros, uma súbita frente fria deixa a nebulosidade ainda mais intensa — e ameaçadora.

Ao que tudo indica, essa instabilidade climática tende a acabar apenas nesta sexta-feira (23): o presidente do Fed, Jerome Powell, irá discursar no simpósio de Jackson Hole — uma espécie de encontro dos principais bancos centrais do mundo — e deve dar pistas mais claras sobre o que a instituição fará daqui para frente.

Mas, enquanto essa postura não é conhecida, os mercados preferiram assumir uma postura mais cautelosa — na dúvida, é melhor se proteger contra uma tempestade. Com isso, o Ibovespa ficou a um triz de perder novamente o nível dos 100 mil pontos e o dólar deu mais um passo rumo aos R$ 4,10.

Nuvens ameaçadoras

O Fed já cortou os juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto na reunião de julho, mas os mercados querem mais — só que, até o momento, não há clareza quanto à postura da instituição. E, embora os agentes financeiros acreditem que o tempo irá melhorar amanhã, a previsão do tempo ainda não crava que as nuvens vão se dissipar.

Por isso, o discurso de Powell, amanhã, é visto como crucial: desde a reunião anterior, o Fed e suas autoridades têm assumido uma postura evasiva, sem deixar muito claro se o corte de julho foi apenas pontual ou se marcava o início de um ciclo de ajustes negativos.

Hoje, dois dirigentes do Fed — Esther George e Patrick Harker — deram declarações indicando que são contrários a uma nova redução nos juros. No entanto, a postura das autoridades não trouxe uma onda extra de cautela, uma vez que George e Harker são sabidamente mais conservadores.

"Existe uma grande mudança de cenário desde a última reunião do Fed", diz Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, lembrando que a guerra comercial. com a China passou por uma piora relevante nas últimas semanas. "Segue uma cautela maior do mercado, aguardando o Powell. Ele sim deve indicar com mais clareza qual vai ser o próximo passo, a direção a ser tomada".

E por que os mercados querem tanto um novo corte de juros nos EUA? Por um lado, os agentes acreditam que uma redução nas taxas irá estimular a economia americana e neutralizar possíveis efeitos negativos da guerra comercial.

Mas, por outro, os mais recentes dados da economia dos EUA indicam que a atividade do país ainda não dá sinais nítidos de desaceleração — ao contrário do que é visto na China e na Alemanha, por exemplo. Assim, o argumento de que é preciso reduzir os juros para gerar estímulo econômico perde força.

Em meio à instabilidade climática e às nuvens ameaçadoras, as bolsas americanas passaram o dia dando sinais de cautela: o Dow Jones (+0,19%) conseguiu sustentar leve alta, mas o S&P 500 (-0,05%) e o Nasdaq (-0,36%) fecharam em queda.

Na Europa, contudo, a sessão teve um tom mais negativo: o índice de confiança do consumidor da zona do euro voltou a cair, elevando o pessimismo em relação à economia no velho continente. Como resultado, as bolsas da região caíram em bloco — o índice pan-continental Stoxx 600 recuou 0,40%.

Tempo fechado

A questão dos juros americanos mexe com as negociações em escala global, uma vez que taxas mais baixas nos EUA diminuem a rentabilidade dos investimentos no país — e, consequentemente, aumenta a atratividade dos ativos de países emergentes, que são mais arriscados, mas oferecem retornos mais atraentes.

Sem ter certeza quanto aos próximos passos do Fed, os agentes financeiros preferem assumir uma abordagem mais cautelosa, reduzindo a exposição aos ativos emergentes. Isso se reflete especialmente no mercado de câmbio: moedas como o real, o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno perdem força ante o dólar.

Além disso, as incertezas em relação à Argentina e a nebulosidade ainda grande no front da guerra comercial também penalizam a cesta de mercados emergentes como um todo.

Day after

Vale lembrar que as perdas registradas pelo Ibovespa nesta quinta-feira ocorrem após os ganhos de 2% registrados na sessão de ontem, quando o noticiário local relacionado às privatizações de empresas estatais animou as negociações por aqui.

O pacote anunciado pelo governo, no entanto, foi menor que o esperado: ao todo, a lista de ativos a serem vendidos engloba 11 empresas, e não 17, como foi anunciado anteriormente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A relação oficial não incluiu a Eletrobras.

Apesar disso, os mercados seguem animados com as ações da estatal, dadas as sinalizações de que a privatização da companhia terá amplo respaldo do Congresso quando estiver pronta para sair do papel. Nesta quinta-feira, Eletrobras ON (ELET3) subiu 4,07% e Eletrobras PNB (ELET6) avançou 4,02% — os ativos tiveram ganhos de mais de 11% ontem.

Já as ações da Petrobras devolvem parte dos avanços de quase 6% registrados na véspera, quando notícias referentes à possibilidade de privatização da empresa também animaram os mercados. Os papéis PN (PETR4) tiveram baixa de 0,90% e os ONs (PETR3) recuaram 0,97%.

Dólar em alta

Sem ter certeza quanto aos próximos passos do Fed — e ao estado da economia global —, os agentes financeiros voltam a assumir uma postura mais defensiva no mercado de câmbio, preferindo a segurança do dólar ao retorno mais arriscado das divisas emergentes.

E nem mesmo a venda de US$ 550 milhões pelo Banco Central no mercado à vista trouxe tranquilidade ao câmbio nesta quinta-feira. A autoridade monetária fará operações diárias como essa até 29 de agosto — ontem, foram vendidos US$ 200 milhões.

DIs para cima

A curva de juros fechou em alta, acompanhando a pressão no dólar e a cautela em relação ao Fed. Na ponta curta, os DIs para janeiro de 2020 subiram de 5,37% para 5,38%, e os com vencimento em janeiro de 2021 avançaram de 5,35% para 5,38%.

No vértice mais longo, as curvas para janeiro de 2023 terminaram em alta de 6,34% para 6,37%, e as com vencimento em janeiro de 2025 foram de 6,83% para 6,88%.

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