Comprado em Guedes/Maia e vendido em Bolsonaro? O trade de quem aposta em um ‘parlamentarismo branco’
Congresso costura agenda própria para as reformas, isolando Jair Bolsonaro, e ensaiando um parlamentarismo branco. Mas como fica a vaidade política do presidente em um momento de ebulição nas redes sociais?

O fim de semana foi de intenso noticiário e debates políticos e começamos a segunda-feira com uma tese que está ganhado força e que pode ter impacto no preço dos ativos negociados nos mercados brasileiros. Estaríamos assistindo à migração do nosso presidencialismo para um parlamentarismo branco?
Explico (ou melhor, tento explicar e não defender). Com Jair Bolsonaro se isolando politicamente, o Congresso, ou boa parte dele, na figura do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, acena que vai passa por cima do Executivo e de sua agenda e fazer uma reforma da Previdência com o DNA da Casa e que garanta o almejado R$ 1 trilhão do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Na ótica do mercado, faz sentido, pois a percepção é de que Bolsonaro seria um entrave à reforma ao não conseguir ou mesmo não querer construir algum relacionamento com o Legislativo.
Em tese, como a proposta está sendo costurada entre Maia, o presidente da Comissão Especial, Marcelo Ramos (PP-AM), e o relator Samuel Moreira (PSDB-SP), ela deixaria de ser uma reforma de Bolsonaro ou mesmo de Guedes e passaria a ser uma reforma do Congresso. Sendo da Casa, a resistência seria muito menor, agilizando o tempo de tramitação. Bom para os ativos de risco.
A questão é: e Bolsonaro? O presidente vai assistir a isso passivamente? Ainda mais se a história transparecer que tem a anuência de Paulo Guedes, que terá reunião nesta segunda-feira com esses parlamentares. Como fica a vaidade política? O presidente vai se sentir traído? Vai aceitar ser tutelado?
O primeiro ministro
Já tinha dito, na semana passada, que o único a se fortalecer com os desencontros políticos e a evidente fraqueza econômica era o próprio Rodrigo Maia, que conta com a lealdade de parlamentares de ampla gama partidária.
Leia Também
Está se desenhando algo que vem sendo aventado desde os tempos de campanha. Bolsonaro vai usar sua popularidade e as redes sociais para pressionar o Congresso, que está reagindo como “corpo”, lançando mão de um dos instintos políticos mais básicos, o instinto de preservação.
Na sexta-feira, Maia disse que a Câmara e o Senado vão ter uma agenda muito racional, muito objetiva de reestruturação do Estado brasileiro e completou dizendo que: “Não vamos ficar olhando a internet e guerrilhas virtuais. É uma confusão enorme essa coisa de rede social. Se a gente ficar olhando rede social, não faz a Previdência.”
Depois, vimos notícias de Ramos reforçando o que vem sendo chamado de “recuperar o protagonismo” do Congresso, ao dizer que Bolsonaro aposta no caos para construir uma saída autoritária e que a hora é de isolar gestos pouco republicanos do presidente.
Os ataques à Câmara e aos deputados não nos afastarão do nosso compromisso com o Brasil e com os brasileiros.
— Marcelo Ramos (@marceloramosam) May 20, 2019
Reforçando a avaliação de que o cálculo político mudou, tivemos uma nota no “O Globo” dizendo que é possível sim passar uma reforma de R$ 1 trilhão e que isso não seria a garantia de uma reeleição a Bolsonaro. Algo no exato oposto do sincericídio vocalizado por Paulinho da Força no 1º de maio.
A avaliação, agora, é de que Bolsonaro se desgasta sozinho e nesse ritmo não chegaria competitivo às próximas eleições. Nada mais “a política como ela é” do que isso. A lógica da política, o poder, é incontornável.
Fogo nas redes
Enquanto os políticos fazem a política, as redes sociais se inflamaram com a convocação de uma manifestação favorável ao presidente Bolsonaro no dia 26 de maio. Já há até o esboço de uma “resposta” do que seria a “oposição”, para o dia 30.
Como tudo que acontece na rede, diversas bandeiras foram levantadas. Os mais radicais querem invadir o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Diante disso, apoiadores de Bolsonaro começam a brigar entre si, com parte deles pedindo a coisa mais escassa quando se trata de comportamento de massa: racionalidade. Jânio Quadros já ensinou que o povo ama odiar...
A deputada estadual por São Paulo, Janaina Paschoal, disse que o presidente confunde discussões democráticas com toma lá, dá cá, e que ruas vazias no dia 26 levarão o presidente a parar de fazer drama e trabalhar. Esse é um exemplo, mas basta dar um passeio por “Twitter” e “Facebook” e veremos diversas “cenas lamentáveis” envolvendo parlamentares do próprio PSL.
Nas redes fica claro o embate que temos entre os diferentes círculos de apoio que tornaram a eleição de Bolsonaro possível. Tem a “tia do zap”, o “indignado”, o “olavista”, o povo que acha que o general Mourão quer dar um golpe, aqueles que como os petistas acham que a Globo é a raiz de todo mal e por aí vai...
O presidente disse em sua diplomação que: “o poder popular não precisa mais de intermediação. As novas tecnologias permitiram uma relação direta entre eleitor e seus representantes”. Também afirmou que: “a construção de uma nação mais justa e desenvolvida requer uma ruptura com práticas que, historicamente, retardaram o nosso progresso”.
Agora, qual poder popular o presidente ouvirá? Os mais radicais, que querem a ruptura na marra? Os mais moderados, que avaliam a política como a arte do possível? Ou o presidente vai ser pragmático e ouvir os milhões de desempregados e subempregados, construindo uma relação hígida com os demais Poderes, reduzindo a incerteza que trava a economia? Com economia crescendo e gerando emprego não ficaria mais fácil lutar a guerra cultural, resgatar valores familiares e levar adiante uma agenda conservadora?
Tentando olhar a questão de um ângulo diferente. O momento é muito interessante. Bolsonaro está fazendo exatamente o que disse que faria. E isso deixa muita gente apavorada. A eleição de Bolsonaro e esse começo de governo são uma afronta ao que Milton Friedman chama de “tirania do status quo”. Haverá vencedores?
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde
Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)
É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes
Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo
O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas