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Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
A política como ela é

O caso do deputado Paulinho da Força e o #CentrãoBlocoDeLadrao

Paulinho não mentiu, seu “erro” foi justamente dizer a verdade, coisa que o grosso da população sempre cobra de um político

Paulinho da Força e Eduardo Cunha
Ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP) - Imagem: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados

O deputado Paulinho da Força (SD-SP) cometeu um ato de política explícita ao falar que o famigerado grupo de partidos reunidos no “Centrão” quer uma reforma da Previdência que não garanta a reeleição de Jair Bolsonaro.

A declaração dada no Dia do Trabalho pode ser vista como um episódio dentro de uma série “A política como ela é”, tendo como inspiração Nelson Rodrigues e a sua “A vida como ela é”.

As pessoas sempre ficam horrorizada ao descobrir que a lógica da política é o poder. Sim, esse é um jogo sujo e quanto menos a política for idealizada, mais fácil para se compreender o que se passa aqui em Brasília.

Grande parte da população ainda mantém uma visão imaculada da “política”, que teria de ser uma moça pura, altruísta, que age sempre pensando em um bem maior, o bem do povo. Mas com diz Nelson, não existe família sem adúltera.

Ao comentar o episódio com um amigo e argumentar que a frase do Paulinho simplesmente desnuda a lógica da política, ele me questionou de volta: “Mas não se fala isso abertamente, né?”

Cobramos da política um pouco de vergonha, um certo rubor nas faces. Mas isso não vai acontecer.

Antes que o leitor me agrida, quero deixar claro que não concordo ou defendo essa lógica da política, meu esforço está em apenas tentar explicar como ela funciona.

Sincericídio

Ilustrando que Paulinho cometeu o pecado mortal da sinceridade, outros políticos saíram a rebater suas declarações.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse não acreditar que a fala de Paulinho seja uma posição de todo o Centrão, refirmou que vai trabalhar por uma economia de R$ 1 trilhão com a reforma da Previdência e que não está preocupado com a eleição de 2022.

O líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO) foi ao “Twitter” dizer que “as alegações mais vis serão explicitadas.. já estão sendo... valorize seu voto...”

Mas o melhor exemplo de que embora suja, a política é necessária veio da líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), que disse que a frase do Paulinho não reflete a opinião da maioria e que “precisamos dos partidos de Centro para aprovar o texto”. Ela ainda pediu “mais foco e menos beligerância”.

O tuíte da deputada veio no meio da revolta das redes, com a expressão “#CentrãoBlocoDeLadrao” entre os assuntos mais comentados do dia de ontem. Pelos comentários ao tuíte, não parece ter acalmado os ânimos de ninguém.

Instrumentos da política

A negociação, a barganha e o repudiado “toma lá, dá cá” não são uma exclusividade brasileira. O que muda de país a país é o grau em que isso ocorre e como esses instrumentos são utilizados para se atingir algum objetivo.

Esses são meios de fazer política e não o fim da política e isso parece estar sendo aprendido tanto pelo governo, quanto pela classe política depois da revolta da população que transpareceu nas eleições passadas. O “toma lá, dá cá” atingiu proporções assustadoras, sem relegar objetivo senão da política pela política.

O próprio Maia já disse em entrevista que não adianta nada ele ficar voltado para dentro do Parlamento apenas fazendo a política se não tiver o respeito da população.

Bolsonaro ensaiou uma ruptura com a lógica da política, mas ela é inescapável e ele está, agora, construindo o que parecer ser um meio termo entre instrumentos políticos e objetivos de política (como as reformas).

Isso transparece na mudança de postura e do discurso. O presidente apela para um sentimento maior do Parlamento em fazer uma reforma que o Brasil precisa, mas sabe que ninguém da política vai se mexer se não houver perspectiva ou efetiva divisão de poder e de dividendos eleitorais.

Paulinho não mentiu, seu “erro” foi justamente dizer a verdade, coisa que o grosso da população sempre cobra de um político.

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