Mercado entre estatais e BCs
Mercado fez a festa com notícia “requentada” sobre privatização de empresas estatais, mas agora aguarda ata do BCE e discurso em Jackson Hole
O mercado financeiro brasileiro se aproveitou ontem de uma notícia “requentada”, sobre privatização de empresas estatais, para suplantar em um só dia toda a oscilação acumulada pelo Ibovespa nos últimos quatros pregões. A festa na renda variável mostra a carência dos investidores por “boas novas”, em meio ao cenário recente de indefinição e volatilidade.
Mas a lista de 17 empresas a serem privatizadas contemplava, na verdade, apenas nove estatais, sendo que sete delas já constavam no programa de privatizações do governo Temer. Não houve, portanto, nenhuma surpresa. E nem a afirmação de que a Petrobras será vendida até o fim do governo Bolsonaro empolgou os investidores estrangeiros.
As ordens de compra das ações preferenciais e ordinárias da estatal petrolífera foram dominadas por instituições locais, sendo que no ranking de volume líquido das corretoras, os “gringos” estavam nas duas pontas, com alguma força no lado vendedor. Quem liderou as compras foi o BTG Pactual, tanto no giro total quanto na Petrobras.
Os investidores sabem que a meta do governo Bolsonaro de impulsionar a economia com as privatizações é ambiciosa e pode esbarrar na burocracia, demorando um longo período até conseguir o aval do Congresso e da Suprema Corte (STF) para acontecer. Com isso, o Brasil corre o risco de ter um fraco desempenho econômico por um tempo prolongado.
Afinal, uma das grandes críticas ao governo neste início de mandato foi apostar todas as fichas na reforma da Previdência, o que deixou o país praticamente parado, sem outras medidas de estímulo de curto prazo, aguardando o longo processo de tramitação da proposta na Câmara. Aliás, no Senado, o parecer do relator na CCJ ainda não foi entregue.
Hoje, então, é dia de voltar-se para a agenda econômica e para o cenário externo, que ontem ajudou - e muito - para que a Bolsa brasileira tivesse um pregão de alta. A aparente calmaria no exterior, depois de vários dias de turbulência, foi o suficiente para o Ibovespa subir forte e recuperar o nível dos 100 mil pontos.
Leia Também
Já a reação ao início dos leilões realizados pelo Banco Central nos mercados à vista e futuro de câmbio poderia ter sido melhor. Tanto que, no fim da sessão de ontem, o dólar seguiu acima de R$ 4,00 pelo quarto dia seguido.
Exterior misto
As principais bolsas europeias iniciaram a sessão sem uma direção firme, alternando altas e baixas, apó um pregão novamente misto na Ásia, onde Hong Kong caiu (-0,8%), mas Tóquio e Xangai oscilaram no positivo, apesar da indústria japonesa seguir em território de contração pelo quarto mês seguido.
Na zona do euro, dados preliminares de atividade em agosto mostram que a indústria na França e na Alemanha alcançaram o maior nível em dois meses, enquanto o setor de serviços alemão caiu à mínima em sete meses, mas o francês subiu à máxima em nove meses. Em reação, o euro oscila em alta, com o dólar mais fraco favorecendo o petróleo.
Já os índices futuros das bolsas de Nova York ensaiam ganhos, um dia após o Federal Reserve não dizer nem que sim nem que não para a continuidade da redução da taxa de juros nos Estados Unidos, mas deixar a porta aberta para mais afrouxamento monetário neste ano, se necessário.
O destaque do dia fica com a ata da reunião de julho do Banco Central Europeu (BCE), logo cedo (8h30). No encontro do mês passado, esperava-se um corte na taxa de juros na zona do euro, mas o presidente da autoridade monetária da zona do euro, Mario Draghi, tratou de jogar um balde de água fria e passar a batata quente para as mãos do Fed.
Divulgada ontem, a ata da reunião do BC dos EUA também no mês passado prometia muito e acabou entregando pouco. O documento mostrou que a maioria dos integrantes viu o corte de 0,25 ponto em julho como um “ajuste de meio de ciclo”, apoiando a queda como uma medida “preventiva” ao crescimento econômico e à inflação no país.
Segundo o Fed o corte nos juros norte-americanos no mês passado - o primeiro desde 2008 - faz parte de uma “reavaliação em curso” da trajetória da política monetária, que teve início no fim do ano passado, quando a taxa estava em alta. Porém, pouco se falou sobre os próximos passos, fazendo nenhuma menção sobre o que será feito.
A expectativa do mercado financeiro era de que o Fed indicasse cortes adicionais, mostrando disposição em aliviar mais a política monetária ainda neste ano. Em vez disso, os integrantes optaram por uma abordagem reunião a reunião, deixando as decisões futuras sobre a taxa de juros para cada um dos três encontros restantes em 2019.
Ainda assim, o Fed citou a guerra comercial e o sentimento de empresários e consumidores como fatores de risco - uma pista de que quer ter flexibilidade na condução da política monetária, de modo a estar pronto para agir, se necessário. Mas não se trata, de fato, de um ciclo de cortes - reforçando a mensagem do presidente Jerome Powell na já famigerada coletiva de imprensa após a decisão de julho.
A ver, então, o que Powell tem a dizer em Jackson Hole. Por mais que o Fed tenha descartado um ciclo agressivo de cortes nos juros, não se sabe, ainda, quantos novas quedas cabem nesse “ajuste”. E o mercado financeiro segue acreditando em um processo de afrouxamento relativamente prolongado, com continuidade já em setembro.
Dia de agenda cheia
A agenda de indicadores econômicos ganha força nesta quinta-feira, no Brasil e no exterior. Por aqui, o destaque fica com a prévia deste mês da inflação oficial ao consumidor. O chamado IPCA-15 deve subir 0,2% em relação a julho, após dois meses seguidos de resultados próximos à estabilidade.
Com isso, a taxa acumulada em 12 meses até agosto deve seguir em níveis confortáveis, ao redor de 3,3% - portanto, abaixo do alvo perseguido pelo Banco Central neste ano, de 4,25%. Os números efetivos serão divulgados às 9h. Antes, às 8h, sai o índice de confiança do consumidor brasileiro neste mês.
Já o calendário norte-americano traz os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos no país (9h30), a leitura preliminar de agosto sobre a atividade na indústria e nos serviços nos EUA (10h45) e o índice de indicadores antecedentes em julho (11h). No mesmo horário, na zona do euro, tem ainda a confiança do consumidor na região em meados deste mês.
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
