🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Mercado aguarda decisão de BCs

Fed e Copom devem manter taxas de juros hoje, mas expectativa é por sinalização de cortes à frente

Olivia Bulla
Olivia Bulla
19 de junho de 2019
5:33 - atualizado às 6:11
Mercado está confiante de que bancos centrais irão fazer ação coordenada de estímulos

De hoje até o fim do ano, a cada 40 dias, aproximadamente, os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos reúnem-se nas mesmas datas para decidir sobre suas respectivas taxas de juros. Mas enquanto o anúncio do Federal Reserve (15h) será feito com o mercado financeiro ainda aberto, o que tende a agitar os ativos globais, a reação à decisão do Comitê de Política Monetária fica adiada para sexta-feira, por causa do feriado amanhã.

Em ambos os casos, a expectativa é de manutenção da taxa de juros, com os Fed Funds seguindo no intervalo entre 2,25% e 2,50%, enquanto a Selic deve ser mantida em 6,50% pela décima vez consecutiva. Porém, os investidores aguardam uma mudança no tom do comunicado que acompanhará o anúncio das decisões, indicando cortes à frente - quiçá já em julho.

No caso do Fed, merecem atenção também as projeções para as principais variáveis macroeconômicas contidas no gráfico de pontos, o chamado dot plot. Outro ponto de relevo é a entrevista coletiva do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, a partir das 15h30. Combinados, esses eventos envolvendo o Fed devem mexer com os mercados globais, deixando os ativos de lado até meados da tarde.

Já o Copom anuncia sua decisão de juros apenas no fim do dia, às 18h. Apesar da expectativa de manutenção da taxa Selic, a comunicação do Comitê também deve ser ajustada, indicando uma assimetria nos riscos de a inflação ficar abaixo do esperado, o que seria um primeiro passo para a redução do juro básico à frente.

Qualquer sinalização diferente, tanto em relação ao Fed quanto ao Copom, pode gerar grande frustração nos mercados, principalmente se algum BC optar por manter uma abordagem mais conservadora (“hawkish”), o que pode resultar em colapso dos ativos de risco. Já uma decisão suave (“dovish”), não deve ser tão surpreendente assim...

Ação coordenada

Isso porque os investidores acreditam que os principais bancos centrais mundiais irão lançar mão de uma nova rodada de estímulos, em uma ação coordenada nos moldes do que se viu há cerca de 10 anos, quando as autoridades monetárias agiram para conter os contágios da crise de 2008, que teve início em ativos financeiros tóxicos (subprime).

Leia Também

A fala do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ontem, indicando que os juros básicos na zona do euro podem ser cortados em breve, se necessário, reforçou a percepção de uma atuação sincronizada entre os BCs, jogando mais ficha a favor das apostas de que Fed e Copom também devem sinalizar cortes à frente.

O problema é que existem dúvidas quanto à eficácia de tais medidas adicionais de estímulos no longo prazo. Afinal, uma década após a maior crise econômico-financeira mundial desde os anos 1930, talvez sejam necessárias medidas não convencionais - não só dos BCs - para a economia global crescer com vigor e de forma sustentável.

Fazer “mais do mesmo” pode não ser suficiente para alterar a rota da economia global, mantendo o crescimento baixo e com sustentação duvidosa. Diante dessa incerteza sobre os resultados práticos (reais), fica cada vez mais evidente que o mercado financeiro segue montado na armadilha da liquidez, da qual não consegue sair, pressionando os BCs.

Assim, mesmo que os bancos centrais disponibilizem mais recursos no sistema financeiro, os investidores e as instituições podem apenas acumular tais recursos, retendo mais moeda. Aliás, pesquisa recente de um grande banco norte-americano mostrou um aumento expressivo na situação “caixa” (“cash”) dos grandes players, com posições bem defensivas.

A única vantagem é que, agora, não existe nenhum tipo específico de ativo que esteja com demanda elevada e ausência de lastro, capaz de quebrar todo o sistema financeiro, como foi na época do subprime. Ao contrário, o que existe hoje é uma grande soma de dinheiro circulando nos mercados, em busca de retornos atraentes - e não em direção aos investimentos ou à oferta de crédito aos consumidores e empresários.

Exterior à espera

Enquanto aguardam esse movimento sincronizado, os mercados internacionais exibem oscilações estreitas. Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram na linha d’água, porém, com um leve viés positivo, mas as praças europeias abriram no vermelho. Na Ásia, a sessão foi de fortes ganhos, acompanhando a alta em Wall Street ontem.

Além de alimentar as expectativas em relação ao Fed, os investidores também renovam as esperanças quanto à guerra comercial, após o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmar que conversou com o líder chinês, Xi Jinping, e que os dois devem se reunir durante a reunião do G20, no fim do mês. As palavras de Draghi também ecoam nos mercados.

O euro, porém, se recupera e sobe em relação ao dólar, ao passo que o iene se fortalece pelo terceiro dia seguido. Já a lira turca cai, diante de relatos de novas sanções dos EUA contra o país, por causa da compras de mísseis de defesa russo. Nos bônus, o rendimento (yield) do título norte-americano de 10 anos (T-note) segue abaixo de 2,10%.

Entre as commodities, o petróleo tipo WTI se sustenta na faixa de US$ 54, enquanto o minério de ferro subiu nas negociações asiáticas.

Agenda também tem decisão de BoJ e BoE

Além das decisões de juros dos BC dos EUA, à tarde, e do Brasil, no fim do dia, a agenda econômica desta quarta-feira traz também como destaque a reunião de política monetária do Banco Central do Japão (BoJ). O anúncio será feito durante a madrugada já de quinta-feira, feriado no Brasil.

Aliás, durante a pausa nacional, amanhã, merece atenção também a decisão de juros do BC da Inglaterra (BoE). Hoje, o calendário econômico traz também os estoques semanais norte-americanos de petróleo bruto e derivados (11h30) e os números semanais sobre a entrada e saída de dólares do Brasil (12h30).

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SD ENTREVISTA

Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê

1 de maio de 2025 - 6:54

Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora

30 de abril de 2025 - 19:45

Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil

QUEDA DE BRAÇO

Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal

30 de abril de 2025 - 15:59

Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos

JUNTANDO OS TIJOLINHOS

Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa

30 de abril de 2025 - 13:57

Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3

TCHAU, QUERIDA?

Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora

30 de abril de 2025 - 12:48

Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava

TREINO ATIVO

Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas

30 de abril de 2025 - 11:08

Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

SD ENTREVISTA

Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China

30 de abril de 2025 - 5:52

Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump

DIÁRIO DOS 100 DIAS

Donald Trump: um breve balanço do caos

29 de abril de 2025 - 21:00

Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso

DIA 100

Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”

29 de abril de 2025 - 19:12

O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro

FOGO AMIGO

Ironia? Elon Musk foi quem sofreu a maior queda na fortuna nos primeiros 100 dias de Trump; veja os bilionários que mais saíram perdendo

29 de abril de 2025 - 18:15

Bilionários da tecnologia foram os mais afetados pelo caos nos mercados provocado pela guerra tarifária; Warren Buffett foi quem ficou mais rico

ALTA COM ALERTA

Trump pode acabar com o samba da Adidas? CEO adianta impacto de tarifas sobre produtos nos EUA

29 de abril de 2025 - 17:16

Alta de 13% nas receitas do primeiro trimestre foi anunciado com pragmatismo por CEO da Adidas, Bjørn Gulden, que apontou “dificuldades” e “incertezas” após tarifaço, que deve impactar etiqueta dos produtos no mercado americano

DIA 7 A SELIC SOBE

Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana

29 de abril de 2025 - 15:26

Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

DIA 99

Trump vai jogar a toalha?

28 de abril de 2025 - 19:45

Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento

EFEITOS DA GUERRA COMERCIAL

Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta

28 de abril de 2025 - 18:45

Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics

CRIPTO HOJE

Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado

28 de abril de 2025 - 15:26

Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos

VOO BAIXO

Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)

28 de abril de 2025 - 14:43

O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar