Bolsonaro, quem diria, “dilmou”
Quando a intempestiva intervenção de Bolsonaro fez com que a Petrobras perdesse 32,4 bilhões de reais em valor de mercado
Parece que foi de propósito, uma vendetta pessoal. Bastou que eu publicasse, na quinta-feira dia 11, na newsletter “Warm Up Pro”, a crônica "O príncipe" garante, sugerindo a compra de contratos futuros de petróleo, na Nymex, em Nova York, e de ações da Petrobras, na B3, para que o presidente Jair Bolsonaro mandasse a empresa cancelar um aumento de 5,74% no preço do óleo diesel, aumento esse que começaria a vigorar na sexta, dia 12 de abril.
A quem seguiu meu conselho, peço desculpas. Só espero que tenha comprado suas ações nas mínimas do dia, já que os papéis da Petrobras caíram 8,5%.
Meus argumentos, ao menos eu pensava, eram mais do que sólidos. Durante o governo de Michel Temer, na gestão Pedro Parente, a estatal começou a praticar uma política comercial realista, vendendo combustíveis pelo preço internacional multiplicado pela cotação do dólar.
Veio a greve dos caminhoneiros e Parente, por imposição de Temer, voltou atrás numa alta do diesel, para encerrar uma greve de caminhoneiros que paralisava o país.
Parente logo depois pediu demissão do cargo.
Tanto Temer como Bolsonaro “dilmaram” nessas duas oportunidades. Para quem tem memória curta, lembro que a presidente fazia política anti-inflacionária (malsucedida, por sinal) maquiando preços de serviços públicos e de derivados de petróleo.
Leia Também
É evidente que não poderia dar certo. Tanto é que a inflação em 2015 (no segundo mandato de Dilma) foi de 10,67%, mais de quatro pontos percentuais acima do topo da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (entre 4,5% e 6,5%).
Temer, cuja popularidade era próxima de zero, preferiu abortar os avanços de Parente a travar uma luta contra os caminhoneiros.
Em janeiro deste ano, ao tomar posse na presidência da Petrobras, Roberto Castello Branco mostrou-se ultraliberal. Não só defendeu a política de preços reais, como a privatização da empresa.
Eu fui um dos otários que acreditaram. Na primeira oportunidade, ele foi infiel aos seus princípios e obedeceu ao chefe.
Quando o preço da soja sobe no mercado internacional, os agricultores brasileiros a vendem no mercado interno pela mesma fórmula simples: preço em Chicago x cotação do dólar frente ao real. O mesmo acontece com o milho e diversos outros produtos.
Isso chama-se “lei de mercado”. Pena que tenha sido praticada tão poucas vezes pela Petrobras. E, quando isso aconteceu, a União sabotou o conceito. Desastradamente, como seria de se presumir.
A intempestiva intervenção de Bolsonaro fez com que a empresa perdesse 32,4 bilhões de reais em valor de mercado.
Como o maior acionista é a União, percebe-se que somos nós todos, brasileiros, que estamos aliviando os caminhoneiros.
Ao ser indagado por que vetara o aumento do diesel, Jair Bolsonaro falou que o percentual era maior do que a inflação prevista para todo o ano de 2019.
Honestamente, o homem é muito limitado, como sempre diz o Fernando Gabeira. O que tem a ver uma coisa com a outra? A inflação (é triste ter de explicar algo tão primário) é uma combinação de todos os preços praticados: aluguel, energia, material escolar, chuchu, smartphones, passagens de ônibus, etc., etc., etc... Entra até o preço do Bromazepam, um anti-ansiolítico que precisei tomar tão logo vi a notícia de que Jair Bolsonaro cancelara o aumento do diesel.
Outra declaração do capitão-presidente, ao ser perguntado por jornalistas a respeito do veto, foi a de dizer que não entendia nada de economia.
Cacete! Se não entende, por que não perguntou ao Posto Ipiranga, que se encontrava em viagem aos Estados Unidos? Garanto que ele atenderia o telefone.
De caminhoneiros, conheço um pouco.
No primeiro trimestre de 2001, viajei quarenta dias de carreta por grande parte do Brasil, pesquisando para o meu livro Carga Perigosa. Mais tarde, fui roteirista da série Carga Pesada, da TV Globo.
Caminhoneiros reclamam de tudo: do preço do frete, do combustível, dos pedágios nas estradas, dos buracos das estradas sem pedágio.
São uma categoria forte. Chantageando governos, eles já conseguiram fechar quase todas as balanças das rodovias brasileiras. Assim podem trafegar com excesso de peso, danificando o asfalto, o mesmo asfalto do qual se queixam.
E não é só aqui no Brasil.
Nas semanas que precederam o golpe militar chileno, em 1973, houve uma paralisação geral dos caminhoneiros locais. Aderiram ao movimento não só os autônomos como também as empresas transportadoras.
O general Augusto Pinochet aproveitou-se do clima de insatisfação popular com a escassez de gêneros para depor o presidente Salvador Allende, que preferiu se suicidar a deixar o Palacio de La Moneda.
Durante o governo John Kennedy, seu irmão, Bob, secretário de Justiça (US Attorney General), travou uma luta feroz contra o líder dos caminhoneiros (os teamsters), Jimmy Hoffa. Conseguiu vencer a parada. Hoffa foi parar na cadeia.
Margaret Thatcher preferiu parar o país a ceder aos mineiros de carvão. Com perdão pelo trocadilho, a Iron Lady ganhou a parada.
Ao contrário dos dois estadistas acima, Jair Bolsonaro entregou os pontos antes que eventuais reivindicações acontecessem. Já vinha fazendo isso nas negociações da Reforma da Previdência.
Mesmo que volte atrás em seu veto ao aumento, Bolsonaro já mostrou sua tibieza.
Como já escrevi por ocasião do segundo turno das eleições presidenciais de 2018, votei no 17. Ou melhor, votei contra o PT. E não me arrependo disso. A outra opção era pior.
Para o mercado em geral, e para a Bolsa em particular, sempre será melhor um presidente favorável ao capitalismo, mesmo que movido a impulsos, como o capitão, do que Haddad, Dilma, Lula, Gleisi, etc.
Quanto às ações da Petrobras, (com exceção de uns day trades rápidos), é bom esperar para pôr em carteira quando (e se) ocorrer a privatização da empresa, mesmo que isso signifique postergar a decisão para o seu futuro bisneto.
Com Bolsonaro, não dá. Ele tem o hábito de “dilmar” de vez em quando.
IRB (IRBR3) dispara na bolsa após JP Morgan indicar as ações como favoritas; confira
Os analistas da instituição também revisaram o preço-alvo para 2026, de R$ 54 para R$ 64 por ação, sugerindo potencial de alta de cerca de 33%
SpaceX, de Elon Musk, pode retomar posto de startup mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 800 bilhões em nova rodada de investimentos, diz WSJ
A nova negociação, se concretizada, dobraria o valuation da empresa de Musk em poucos meses
Localiza (RENT3) propõe emitir ações preferenciais e aumento de capital
A Localiza, que tem uma frota de 600.000 carros, disse que as novas ações também seriam conversíveis em ações ordinárias
Fitch elevou rating da Equatorial Transmissão e de suas debêntures; veja o que baseou essa decisão
Sem grandes projetos à vista, a expectativa é de forte distribuição de dividendos, equivalente a 75% do lucro líquido regulatório a partir de 2026, afirma a Fitch.
Correios vetam vale-natal de R$ 2,5 mil a funcionários, enquanto aguardam decisão da Fazenda
A estatal negocia uma dívida de R$ 20 bilhões com bancos e irá fazer um programa de desligamento voluntário
Por que o Itaú BBA acredita que há surpresas negativas na compra da Warner pela Netflix (NTFLX34)
Aquisição bilionária amplia catálogo e fortalece marca, mas traz riscos com alavancagem, sinergias e aprovação regulatória, diz relatório
3tentos (TTEN3): veja por que Bank of America, XP e BBA compartilham otimismo com a ação, que já avança 30% em 2025
Vemos a 3tentos como uma história de crescimento sólida no setor agrícola, com um forte histórico, como demonstrado pela sua expansão no MT nos últimos 4 anos, diz Bank of America
Petrobras (PETR4) diz que é “possível” assumir operação na Braskem, prepara projeto de transição energética e retomará produção de fertilizantes
A presidente da estatal afirmou que não há nada fechado, mas que poderia “exercer mais sinergias” entre a atividade de uma petroquímica, Braskem, com a de uma petroleira, a Petrobras
ANS nega recurso da Hapvida (HAPV3), e empresa terá de reapresentar balanço à agência com ajustes de quase R$ 870 milhões
A empresa havia contabilizado o crédito fiscal relacionado ao programa, que prevê a negociação com desconto de dívidas das empresas de saúde suplementar com o Sistema Único de Saúde (SUS)
Super ricaços na mira: Lifetime acelera a disputa por clientes que têm mais de R$ 10 milhões para investir e querem tratamento especial, afirma CEO
O CEO Fernando Katsonis revelou como a gestora pretende conquistar clientes ‘ultra-high’ e o que está por trás da contratação de Christiano Ehlers para o Family Office
Game of Thrones, Friends, Harry Potter e mais: o que a Netflix vai levar em acordo bilionário com a Warner
Compra bilionária envolve HBO, DC, Cartoon Network e séries de peso; integração deve levar até 18 meses
A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?
Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem
Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito
O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência
Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações
A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos
Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões
No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono
Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real
Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha
Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG
A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher
Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema