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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Testamos!

Ser cliente do Banco Inter vale a pena? Eu testei a conta digital e gratuita e te conto como foi

Com uma conta 100% digital e gratuita, o Banco Inter já ultrapassou os 2 milhões de clientes, e mais de 40% deles o utiliza como banco principal; eu me tornei correntista e te conto se dá para dispensar o bancão ou se tem alguma pegadinha aí

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
28 de maio de 2019
5:30 - atualizado às 10:23
banco inter
Sede do Banco Inter, em Belo Horizonte (MG). Imagem: Vinícius Pinheiro/Seu Dinheiro

Até bem pouco tempo atrás, o Banco Inter era, para mim, apenas mais um dos muitos bancos médios que ofereciam alguma solução pontual de crédito ou investimento para clientes específicos.

Eu me lembro de quando ele ainda se chamava Intermedium, e investidores nas redes sociais discutiam se valia a pena investir neste ou naquele CDB do banco, que tinham rentabilidades atrativas em comparação aos títulos dos bancões.

Eu percebi que a coisa estava ficando diferente no ano passado, quando o Seu Dinheiro ainda nem tinha nascido, e eu notei que um colega de trabalho muito, mas muito são-paulino mesmo, tinha um cartão do Banco Inter com as cores e o escudo do seu clube do coração. Para quem não sabe, o Banco Inter patrocina o tricolor paulista.

Achei curioso. Caramba, eu conhecia um cara que não era ligado em investimentos e finanças pessoais e que tinha conta num banco digital de médio porte! Dali a alguns meses - em setembro - o banco mineiro anunciava ter chegado à marca de um milhão de clientes na sua conta digital, cifra que hoje já ultrapassou os dois milhões.

Hoje não dá mais para dizer que o Banco Inter é um ilustre desconhecido ou um banco de nicho. A instituição lidera a febre dos bancos digitais completos e gratuitos, um movimento que veio para ficar e deixou de ser tópico de discussão apenas dos mais antenados.

A busca por uma conta desse tipo - com cartão de crédito sem anuidade, de preferência - vem se generalizando, e marcas como a do Banco Inter estão caindo na boca do povo.

Depois de escrever uma reportagem sobre a NuConta, a conta digital do Nubank, muitos leitores do Seu Dinheiro pediram um raio-X do Banco Inter e me perguntaram se valia a pena se tornar correntista.

Pois bem, eu fiz o teste para saber o que é que o Banco Inter tem, se é tudo de graça mesmo ou se tem pegadinha, e se já é possível dar um pé na bunda dos grandes bancos e ficar só com o laranjinha.

O que é que o Banco Inter tem

Para fazer uma longa história curta, o Banco Inter oferece uma conta digital sem tarifas, inclusive nas versões PJ e MEI.

Os correntistas pessoas físicas contam com TEDs gratuitas e ilimitadas, além de saques sem custo e também ilimitados na rede Banco24Horas. Também é possível solicitar um cartão de crédito internacional e sem anuidade.

Como é um banco completo, o Banco Inter oferece também produtos como seguros, consórcio, empréstimos e financiamentos, além de investimentos, numa plataforma aberta nos moldes daquelas oferecidas pelas principais corretoras do país.

Certamente o investimento que mais salta aos olhos para a pessoa física é o famoso CDB do Inter que paga 100% do CDI com liquidez diária, onde muitos investem a sua reserva de emergência.

Há também uma LCI de três meses que paga 90% do CDI - sem IR, bom lembrar. Mas a plataforma de renda fixa também é aberta, disponibilizando produtos de diversas instituições financeiras.

Não há taxa de administração para o Tesouro Direto, nem corretagem ou custódia para investir em qualquer ativo de bolsa, via home broker. Alguns fundos garantem cashback de parte das taxas, aquela porção que seria destinada a um agente autônomo, caso o Banco Inter trabalhasse com esse tipo de intermediário, o que não é o caso.

Minha experiência com o Banco Inter foi, no geral, positiva, mas não perfeita. Eu não a cheguei a utilizar intensamente, mas mesmo assim verifiquei uma certa instabilidade no app. Além disso, li uma série de relatos de usuários se queixando do mesmo problema nos últimos meses, mas vou detalhar isso mais adiante, quando falar de tecnologia e segurança.

Mas já adianto que o nível de satisfação dos clientes com o Banco Inter é bem alto. Mais de 40% deles o utilizam como banco principal. O Inter também foi eleito o segundo melhor banco do Brasil, na opinião dos clientes, segundo ranking da Forbes.

E aqui na redação, meus dois colegas que são clientes Inter - o Edu Campos e a Bruna Furlani - são fãs de carteirinha.

Abertura de conta

Para um banco, o processo de abertura de conta até que é rápido, mas tem várias etapas, dada a burocracia e a regulação à qual esse tipo de instituição financeira está sujeita.

Todo o procedimento deve ser feito pelo app, sendo necessário informar dados pessoais, tirar selfie e fotos de RG, comprovante de residência e da sua assinatura. Depois de aprovada a abertura de conta, você só precisa confirmar e-mail e número de celular e cadastrar sua senha.

“Para se tornar cliente Inter, basta ser brasileiro, ter CPF válido e um smartphone com acesso à internet. Não há qualquer limitador financeiro. Para quem estiver com a documentação na mão, o processo todo leva de cinco a sete minutos”, explica Priscila Salles, diretora de marketing do Banco Inter, que reforça que mesmo quem está negativado consegue abrir conta.

O banco dá um prazo de 10 dias para análise de documentação e aprovação da abertura de conta, mas no meu caso, a conta foi aberta em menos de 24 horas.

O processo até que é bastante parecido com a abertura de conta num grande banco tradicional, porém com a vantagem de ser tudo digitalizado e muito mais rápido, sem inconvenientes como ter que comparecer à agência, cadastrar token em caixa eletrônico ou desbloquear cartão de débito no caixa presencial.

Para fazer compras ou sacar dinheiro, o cliente recebe um cartão de débito de um laranja muito vivo que, ao menos aqui na redação, dividiu opiniões do ponto de vista estético. O prazo que o Inter dá para o recebimento do cartão é de 15 dias, e a entrega pode ser rastreada pelo app. O meu chegou em dez dias corridos.

Como é a conta-corrente do Banco Inter

Pessoa física

  • 100% digital: movimentações feitas somente por cartão, app ou internet banking;
  • Tarifa zero: sem taxa de abertura ou manutenção, sem custo para cesta de serviços;
  • Saques ilimitados e gratuitos na rede Banco24Horas ou nos três caixas do Inter em Minas Gerais (nestes, apenas mediante agendamento pelo app): o Inter arca com os custos do saque;
  • TEDs ilimitadas e gratuitas: com limite máximo de valor de R$ 5 mil, que pode ser elevado mediante solicitação;
  • Transferência de recursos para a conta mediante DOC, TED, boleto (gratuito), cheque por imagem via app (gratuito) ou portabilidade de salário;
  • Interpag: pagamento via QR code gerado no próprio app entre clientes Inter, também gratuito.

Pessoa jurídica (PJ) e Microempreendedor Individual (MEI)

Contas PJ e MEI no Banco Inter

O cartão de crédito sem anuidade

Um produto que faz os olhos dos potenciais correntistas brilharem é o cartão de crédito MasterCard Internacional sem anuidade. Ao receber o cartão de débito, o cliente pode imediatamente solicitar a liberação da função crédito na área logada do banco que, se for liberada, será habilitada no mesmo cartão usado para a função débito.

Assim que recebi meu cartão, confirmei o recebimento no app e solicitei a função crédito. O banco deu um prazo de sete dias corridos, mas eu tive o crédito liberado em apenas quatro, com um limite razoável.

Quando você solicita a função crédito, tem a opção de enviar alguns documentos digitalizados, como holerites e declaração de imposto de renda, para facilitar a análise de crédito e aumentar as suas chances de ser aprovado.

Eu mesma não enviei documentação alguma. Apenas as informações financeiras a que os bancos normalmente já têm acesso a meu respeito, como meu score de crédito e meu relacionamento em outras instituições financeiras, já foram suficientes para a aprovação.

Cartão do Banco Inter
O cartão muitíssimo laranja do Banco Inter. - Imagem: Julia Wiltgen/Seu Dinheiro

Mas para os muitos clientes Inter que se queixam nas redes sociais de não conseguir ter o crédito aprovado, a dica da Priscila Salles é justamente munir o banco do máximo de informações possível.

Enviar a documentação solicitada ajuda, mas se mesmo assim o cartão for negado ou o limite liberado for baixo, Priscila aconselha o cliente a utilizar a conta por algum tempo para o banco entender o seu padrão de consumo, seu comportamento no app e os tipos de produtos financeiros que você utiliza.

Clientes que pedem portabilidade de salário, fazem investimentos ou colocam contas de consumo em débito automático, por exemplo, têm mais facilidade de obter crédito, pois todas essas coisas funcionam como garantias de que o cliente tem renda recorrente e um colchão financeiro.

Para quem já tem o cartão e deseja um limite maior, utilizá-lo bastante e sempre pagar a fatura em dia pode contribuir.

De tempos em tempos, o banco fará novas análises de crédito, podendo finalmente liberar o cartão ou um limite maior. Mas, a cada 90 dias, o próprio cliente pode tomar a iniciativa de pedir uma nova avaliação de crédito.

É claro que clientes negativados terão mais dificuldade de ter crédito aprovado, mas quem já teve o nome sujo no passado e hoje não tem mais pode perfeitamente obter o cartão de crédito. “Não é porque o cliente teve problemas no passado que ele nunca mais vai ter uma boa experiência financeira na vida”, diz Salles.

Lembrando que o padrão de utilização do cartão também é levado em conta. “Se a pessoa tem um limite de R$ 1.000 e utiliza sempre R$ 800, é bem possível que ela consiga um aumento de limite. Mas se com o mesmo limite ela só utilize normalmente R$ 300, é mais difícil”, completa.

Investimentos: taxa zero ou preço reduzido

A Plataforma Aberta Inter (PAI) conta hoje com cerca de 170 mil clientes investidores e é agradavelmente integrada à conta-corrente.

Você não precisa, por exemplo, abrir uma conta de investimentos na DTVM do Inter para poder operá-la. Nos bancões, apesar de a conta-corrente ser integrada à plataforma de investimentos, em geral o cliente precisa abrir uma conta na corretora da instituição financeira para começar a operar.

A primeira coisa que você deve fazer para começar a investir é o teste de perfil de investidor (suitability), obrigatório em qualquer instituição financeira que ofereça investimentos.

Achei o teste do Inter mais rígido do que o de outras corretoras. Eu, que normalmente sou classificada como moderada ou arrojada, fui considerada conservadora.

Mas mesmo para um investidor conservador, o Inter não descarta a possibilidade de aplicação de uma parcela pequena dos investimentos em ativos de mais risco, como fundos de ações, então acho que ficam elas por elas.

Na PAI, o cliente encontra ativos de renda fixa de diversas instituições financeiras (CDB, LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures), além de poder simular investimentos em renda fixa e participar de ofertas públicas.

Eu transferi uma grana para a conta e resolvi aplicá-la no tal CDB que paga 100% do CDI com liquidez diária (e acima disso para quem se atreve a investir mais que o limite do Fundo Garantidor de Créditos, de R$ 250 mil).

Uma coisa que eu achei bem legal é que, tal qual acontece com a NuConta, onde seu dinheiro fica aplicado em títulos públicos, você vê o seu saldo aumentando dia a dia. É bem educativo. Adicionalmente, no Inter você também visualiza a rentabilidade bruta e a líquida.

Aplicações em CDB e outros títulos de renda fixa bancária não costumam funcionar assim. Em geral, você só vê o valor investido (principal). O saldo corrigido só é mostrado quando ocorre um resgate ou o vencimento do título.

Outra coisa que eu achei bacana foi receber por e-mail a nota de negociação do CDB, comprovando a compra e a sua custódia na B3, o que transmite segurança.

Na PAI, o Inter também oferece uma série de outros investimentos. É possível, por exemplo, investir no Tesouro Direto com taxa zero (você paga apenas a taxa de custódia obrigatória de 0,25% ao ano, como já acontece em outras corretoras) e operar ativos de renda variável no home broker sem taxa de custódia ou corretagem. Ou seja, você paga somente os emolumentos à bolsa.

A plataforma de fundos é similar ao de outras plataformas abertas de corretoras, com fundos de investimento de diversas gestoras renomadas por aportes iniciais acessíveis. Um diferencial é a existência de cashback para alguns fundos: a devolução para o investidor de parte das taxas de administração e performance pagas.

A ideia do cashback é devolver ao cliente o valor que seria destinado a um eventual agente autônomo, caso este existisse. Como o banco não trabalha com esse tipo de intermediário, o cliente só paga, no fim das contas, a parte da taxa destinada a remunerar a gestão, a administração e, é claro, o próprio Inter.

E para quem acha que aí tem pegadinha, com tudo pela metade do dobro, eu mesma vi na PAI fundos nos quais eu invisto por outra corretora sendo oferecidos pela mesma taxa de administração, porém com a possibilidade de cashback. Ou seja, ao que parece, sairia mais barato mesmo.

Finalmente, o Inter também oferece previdência privada em parceria com a Icatu, que pode ser simulada e contratada inteiramente on-line.

Crédito, seguros e outros produtos bancários

O Banco Inter oferece atualmente apenas três linhas de crédito: empréstimo consignado (com desconto em folha), financiamento imobiliário e home equity, que é aquele financiamento em que o cliente põe um imóvel próprio e já quitado em garantia.

Só para ter uma noção de custo, eu fiz uma simulação para financiamento imobiliário e home equity e consegui juros de 9% ao ano mais Taxa Referencial (TR).

Também são oferecidos consórcio e operações de câmbio, com envio e recebimento de remessas internacionais.

Entre os seguros, são oferecidos seguro residencial e de cartão de crédito (proteção financeira e perda e roubo de cartão) em parceria com a seguradora Liberty, além de seguro auto, em parceria com as principais seguradoras do mercado.

Para contratar, o correntista deve solicitar uma cotação pelo app, e o banco retorna com as melhores opções para o seu perfil.

Uai, mas se é tudo de graça, como o Banco Inter ganha dinheiro?

Essa é a pergunta que todo cliente desconfiado está fazendo hoje em dia, já que tudo que é empresa digital oferece produtos e serviços de graça.

Bem, basicamente, o banco ganha na concessão de crédito, nas taxas recebidas pelo uso do cartão nas funções débito e crédito, além das comissões recebidas pela distribuição de investimentos e produtos como seguros.

Além disso, o custo da operação é relativamente baixo, já que o banco é digital e, por isso, conta com uma estrutura bastante enxuta. “Nunca fomos um banco físico, com agências, papelada, segurança e caixas eletrônicos”, me disse Priscila Salles.

No caso das TEDs, a Priscila me explicou que se trata de uma via de mão dupla, pois assim como o banco paga a tarifa para outras instituições financeiras quando seu cliente faz uma TED para fora (custo este que não é repassado ao cliente), as outras instituições financeiras também pagam a tarifa para o banco quando este recebe uma TED. “Então o resultado acaba sendo neutro ou pouco negativo”, diz.

“Um cliente normal do Inter hoje faz de duas a três TEDs e meio saque por mês - porque, a cada dois clientes, apenas um faz um saque. Se o cliente médio usa a conta de uma forma moderada e consciente, a conta sempre vai sair positiva para nós”, afirma.

Onde o Banco Inter deixou a desejar

O aplicativo do Banco Inter é bastante intuitivo e fácil de usar. Mas mesmo tendo usado a conta por pouco tempo, e ainda assim sem muita frequência, dado que não é o meu banco principal, eu experimentei certa instabilidade, tanto no app quanto no internet banking.

Eu cheguei a não conseguir acessar a conta e, em dado momento, meu CDB, onde eu tinha deixado todo o dinheiro que havia transferido, simplesmente desapareceu da minha carteira, reaparecendo apenas horas depois. Um susto!

De fato, navegando por grupos de clientes no Facebook e fazendo uma breve busca no Google, não são raros os relatos de instabilidade tecnológica do aplicativo do Banco Inter.

Priscila Salles disse que de fato o app passou por certa turbulência recentemente em razão da implantação do i-safe, uma espécie de token para incrementar a segurança, e também para a oferta de novos serviços na plataforma.

Segurança

O Banco Inter é um banco e, portanto, está sujeito à rigorosa regulação do Banco Central, além de todos os depósitos feitos nele terem proteção do FGC.

Durante o meu teste, eu não tive nenhum problema com segurança, nem tive que utilizar o atendimento do banco. Meus colegas que são clientes também não têm reclamações neste sentido.

Mas o Banco Inter já se deparou com problemas envolvendo vazamento de dados e golpes que chegaram a ganhar as páginas dos jornais, o que pode deixar clientes em potencial desconfiados.

Em maio de 2018, logo após a abertura de capital do banco, veio à tona um caso de vazamento de dados, confirmado pelo Banco Inter em agosto.

Segundo a instituição, o vazamento não teria sido fruto de um ataque externo, como inicialmente divulgado, mas sim de uma ação interna de um funcionário que violou seu código de ética profissional e dever de sigilo.

Na época, o Banco Inter alegou que os danos foram quase todos de baixo impacto, e que os clientes mais sensíveis foram contatados. Em dezembro, a instituição fez acordo com o Ministério Público do Distrito Federal para encerrar o caso, pagando R$ 1,5 milhão.

Relatos de golpes, por sua vez, não são raros. Uma reportagem da RBS, rede de afiliadas da Globo no Sul do país, mostrou o caso de golpistas que ligavam para clientes do Inter se passando por funcionários do banco e solicitavam a confirmação de seus dados pessoais.

Após a confirmação, os golpistas transferiam as linhas telefônicas das vítimas para chips que estavam em seu poder, conseguindo movimentar os recursos das vítimas.

Os clientes afetados relatam transferências indevidas de recursos para contas de desconhecidos, acesso da conta por celulares estranhos ou simplesmente que o dinheiro em conta desapareceu. Encontrei queixas semelhantes ao buscar informações sobre o Banco Inter no site Reclame Aqui.

O nome deste golpe é SIM Swap (grosso modo, troca de chip) e suspeita-se que os golpistas consigam realizá-lo com o auxílio de funcionários de operadoras de telefonia.

Ainda que não esteja relacionado diretamente a alguma falha de segurança do banco, não dá para negar que esse tipo de notícia abala a imagem de uma instituição que vive de confiança, como é o caso de um banco.

Por isso mesmo, o Banco Inter parece bastante preocupado com segurança, exigindo uma série de verificações para tudo que se faz no app e batendo na tecla da segurança dos dados nas comunicações feitas junto aos clientes.

Segundo Priscila Salles, o golpe do SIM Swap é, atualmente, o mais comum e problemático para as instituições financeiras. É importante frisar aqui, aliás, que esse tipo de golpe não acontece apenas com clientes do Banco Inter, já tendo sido relatado inclusive por clientes de grandes instituições financeiras.

“Todos os clientes do Inter que sofreram esse golpe tiveram seus casos analisados e foram ressarcidos. Para evitá-lo, até o final de abril todos os usuários do app já estavam com o i-safe instalado no celular. Esse sistema acaba com a possibilidade de se fazer um SIM Swap, pois o app deixa de ter relação com a operadora e passa a ser registrado no próprio aparelho celular”, explicou a diretora de marketing.

De fato, tentativa de golpe é o que não falta por aí, até porque só com alguns dados pessoais básicos e de fácil acesso - como nome, CPF e e-mail - já é possível aplicar uma série deles.

Eu mesma já recebi, na minha caixa de spam, um e-mail suspeitíssimo e cheio de erros de português, supostamente do Banco Inter, falando que eu havia sido selecionada para ser cliente do segmento Black e ter acesso a coisas como “agências exclusivas”, sendo que nem agência o banco tem. Ele pedia para eu acessar um link e confirmar meus dados.

“O cliente também é responsável pelos dados dele. Nós avisamos sobre as formas de comunicação do banco e nunca entramos em contato para pedir confirmação de dados de conta”, alerta Priscila.

Em seu site, o Banco Inter tem uma página dedicada a orientações antifraude e de proteção contra golpes.

Atendimento

Outro aspecto que também gera reclamações de usuários é o atendimento. Muitos se queixam de demora no atendimento via telefone ou chat, ou falta de retorno conforme havia sido prometido em contato anterior, o que destoa completamente do restante dos produtos e serviços do banco, tão ágeis, digitais e sem burocracia.

Priscila Salles, que também é responsável pela área de atendimento ao cliente, me explicou que, durante o período de troca do sistema de segurança, o volume de comunicações aumentou muito, o que de fato causou problemas no atendimento. Segundo ela, porém, o atendimento já foi normalizado.

“Passamos por uma reestruturação da área de atendimento e contratamos uma empresa que vai nos ajudar nessa parte”, disse.

Segundo Priscila, o Banco Inter disponibiliza contato por telefone, chat (onde a mensagem fica salva), redes sociais, além de monitorar o Reclame Aqui e grupos de Facebook e Whatsapp.

O veredito

Ter conta no Banco Inter vale a pena sim, dado o baixo custo e a grande quantidade de bons produtos e serviços, fora a praticidade e a falta de burocracia.

Como o Inter também dispõe de todos os principais produtos e serviços que qualquer bancão oferece, com o benefício de serem leves para o bolso, acho que ele também pode ser o seu banco principal.

Aliás, depois que você experimenta a facilidade de abrir conta no Inter, realmente se pergunta por que todos os bancos não podem ter um processo de abertura de conta tão simples, mas isso é certamente algo que eles já estão correndo atrás.

Porém, ainda não considero que seria o momento de o Inter ser o seu único banco. Dados os problemas relatados, eu manteria, pelo menos por algum tempo, uma conta de backup - seja em outra instituição digital e gratuita, seja num grande banco mesmo (lembrando que você pode ter uma conta gratuita em qualquer banco apenas com serviços essenciais, aqueles mais básicos).

Também me certificaria de manter recursos em uma aplicação financeira de baixo risco e alta liquidez em uma dessas contas, ou então numa corretora.

Assim, caso venha a ocorrer qualquer problema com a sua conta no Banco Inter, você não fica sem recursos ou sem alguma conta para movimentar.

Lembre-se, ainda, de que o Inter é um banco médio. É bem verdade que ele é protegido pelo FGC. Mas lembre-se de que, quando o FGC precisa ser acionado, o ressarcimento dos investidores e correntistas não é imediato, podendo levar alguns dias.

Por sinal, uma pergunta que me fazem bastante é sobre manter a reserva de emergência no CDB que rende 100% do CDI com liquidez diária. Mas eu não deixaria toda a minha reserva de emergência num produto de crédito privado justamente por essa questão do FGC. Além disso, em última instância, é o risco do emissor que você está correndo.

Assim, pelo menos uma parte da sua reserva de emergência - se não toda - deve ficar em títulos públicos atrelados à Selic, via fundos ou Tesouro Direto.

Seja como for, a minha dica, para quem está interessado em abrir conta no Inter, é ir experimentando aos poucos e sentir se agrada. E ainda manter, pelo menos enquanto a conta digital ainda é jovem e está se consolidando, uma conta com recursos em outra instituição (só não deixe o dinheiro parado, viu?).

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