“A tecnologia está revolucionando o mercado bancário global e as expectativas dos clientes por suas instituições financeiras são maiores do que nunca”.
É com essa frase, tão óbvia quanto verdadeira, que a prestigiada revista americana Forbes inicia o texto que inaugura seu mais novo ranking: o dos melhores bancos do mundo.
Os vencedores da categoria no Brasil em 2019 não poderiam combinar mais com a assertiva da publicação. As três primeiras posições pertencem a fintechs de vida curta se comparadas aos grandes bancos.
São elas Nubank, a dona do popular cartão roxo baseada em São Paulo, o mineiro Banco Inter e o também paulista Neon. Em seguida, em quarto e quinto lugar, figuram velhos conhecidos dos brasileiros, a Caixa Econômica Federal e o Itaú Unibanco.
Tamanho é documento?
Além do gap de longevidade das instituições, um fator que chama a atenção entre as top 5 é a disparidade do número de funcionários que compõem o quadro de cada empresa.
Enquanto Nubank, Inter e Neon contam apenas com algumas centenas de colaboradores, os tradicionais bancões passam da casa dos 80 mil. Fica a pergunta no ar: são melhores apesar de serem menores? Ou são melhores justamente porque são menores?
Foco no consumidor
Diferentemente do que faz normalmente com seu tradicional ranking de maiores bancos dos Estados Unidos, a Forbes não se apoiou em planilhas e balanços das instituições, mas sim no índice de satisfação de mais de 40 mil consumidores. A pesquisa foi realizada em mais de 20 países numa parceria com a consultoria Statista.
Os bancos foram avaliados pelos níveis de recomendação e satisfação de seus clientes e também em cinco subcritérios: confiança, termos e condições, serviços aos clientes, serviços digitais e aconselhamento financeiro. Entendeu por que seu banco ficou dentro (ou fora) da lista?
O primeiro dos primeiros
Em nível mundial, o gigante holandês ING Group desponta na liderança da pesquisa. Com um amplo "legado de inovações", como aponta a Forbes, o banco obteve pontuação alta em nada menos que oito dos países que compuseram o índice.
O único outro banco que esteve na dianteira em mais de cinco países foi o Citibank.
O “rival” da Nubank?
Outro destaque do ranking é o banco digital alemão N26, que conquistou uma vaga no lugar mais quentinho do coração dos consumidores de cinco países europeus.
Sem nenhuma base física nos países onde atua, a instituição levantou US$ 160 milhões no ano passado em uma rodada de financiamento série C liderada pela multinacional chinesa Tencent. O famoso capitalista de risco Peter Thiel, co-fundador do PayPall, e o fundo soberano de Cingapura são outros dos investidores de peso por trás do player.
Na semana passada, o diretor da companhia no Brasil (sim, no Brasil!) anunciou que o N26 irá abrir uma subsidiária por aqui. Alguns veículos de imprensa, inclusive, apressaram-se em apelidá-lo de “rival da Nubank”.
Dadas as similaridades nos modelos de negócio e o número parelho de clientes – ambos têm cerca de 2,5 milhões de contas digitais abertas – a comparação até que cai bem.
Vale lembrar, porém, que as empresas também têm características geográficas distintas. De um lado, o N26 já mostrou seu potencial de capilaridade com atuação em 26 países. A Nubank, do outro, já conseguiu se consolidar como peso pesado no nada fácil mercado brasileiro. Lembremos que o Brasil, amigos, não é para amadores.
Não sei quanto a vocês, mas para mim, que venha a briga. Quem tem a ganhar com alguns dos melhores bancos do mundo (e mais concorrência no setor), é o investidor de varejo brasileiro.