🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – VEJA AQUI

Vinícius Pinheiro

Vinícius Pinheiro

Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances "O Roteirista", "Abandonado" e "Os Jogadores"

Entrevista exclusiva

Agora vai? 2020 será o ano dos IPOs na bolsa, diz executivo do Credit Suisse

O número de IPOs pode saltar de 5 para até 40 e volume de ofertas de ações pode mais que dobrar no ano que vem, me disse Bruno Fontana, responsável pela área de banco de investimentos da instituição

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
19 de dezembro de 2019
5:36 - atualizado às 9:32
Bruno Fontana, responsável pela área de banco de investimento do Credit Suisse
Bruno Fontana, responsável pela área de banco de investimento do Credit Suisse - Imagem: Divulgação Credit Suisse

Depois de mais um ano frustrante, 2020 deve enfim marcar a retomada das ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) de empresas brasileiras. O número de aberturas de capital pode saltar de apenas cinco (ou sete se contarmos as duas operações realizadas na Nasdaq) para até 40 no ano que vem.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A afirmação é de Bruno Fontana, responsável pela área de banco de investimentos do Credit Suisse. Com um sorriso largo no rosto, o executivo me recebeu para uma entrevista no escritório do banco em São Paulo na semana passada.

Para além da simpatia e do otimismo, ele tem vários motivos para estar satisfeito. Afinal, o ano foi bem generoso para as operações realizadas no mercado de capitais brasileiro.

Até novembro, o volume de captações de empresas com a emissão de títulos como ações e debêntures já superava em mais de 50% todo o ano passado. E mais negócios significam mais comissões para os bancos de investimentos que coordenam essas operações.

As ofertas de ações na B3 também bateram recorde em 2019 (se excluirmos o ano da megacapitalização de Petrobras), com um volume da ordem de R$ 85 bilhões. Mas a maioria esmagadora das emissões foi realizada por empresas que já estão listadas na bolsa – os chamados “follow ons”, no jargão do mercado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apenas cinco companhias abriram o capital na bolsa brasileira em 2019: Centauro, Neoenergia, Vivara, Banco BMG e C&A. E a oferta da XP Investimentos, de longe a mais aguardada do ano, acabou acontecendo na bolsa norte-americana Nasdaq, assim como a da empresa de educação Afya. Essa equação, contudo, deve começar a mudar no próximo ano.

Leia Também

“2019 foi o ano dos follow ons e 2020 com certeza vai ser o ano dos IPOs”, afirmou Fontana.

Por que agora vai decolar?

Atualmente, cinco companhias estão com pedidos de registro de IPO na Comissão de Valores Mobiliários (CVM): Iguá e Cagece, de saneamento, a provedora de serviços de internet Locaweb e as incorporadoras Mitre e Moura Debeux.

A expectativa do executivo do Credit Suisse é de 30 a 40 ofertas de novas empresas na bolsa no ano que vem. Incluindo os IPOs e follow ons, o volume de emissões de ações pode mais que dobrar em relação a 2019. Estamos falando de um mercado que pode movimentar algo como R$ 170 bilhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O otimismo se sustenta na perspectiva de retomada da economia e na queda dos juros. A Selic nas mínimas históricas estimula os investidores a migrarem os recursos que hoje estão na renda fixa para a bolsa.

Esse processo já começou. Apenas neste ano, a participação de ações na carteira dos fundos de investimento aumentou de 7,5% para 9%, o que representou um fluxo de R$ 70 bilhões para a B3, segundo Fontana. "Esse percentual não tem por que parar por aí e pode chegar a até 15%."

Para absorver todo esse dinheiro que vai entrar, a bolsa vai precisar de novos nomes. Pelas contas dele, a B3 conta hoje com apenas 273 empresas com ações que negociam pelo menos US$ 5 milhões por dia – patamar mínimo de liquidez considerado adequado para um grande investidor.

O juro baixo, agora de forma sustentável, também viabiliza uma série de negócios que antes não paravam de pé em razão das taxas altas praticadas no Brasil, segundo Fontana. Essas companhias agora podem ir à mercado em busca de sócios na bolsa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por que ainda não decolou?

Se as condições para a retomada dos IPOs estão dadas, por que o ano foi tão fraco para as aberturas de capital, em contraste com o recorde nas ofertas das empresas que já têm ações na bolsa (follow ons)?

Para o chefe do banco de investimento do Credit Suisse, dois fatores prejudicaram os planos das empresas que pretendiam abrir o capital: o primeiro foi a expectativa em torno da aprovação da reforma da Previdência.

A tramitação do projeto, que só foi aprovado em outubro, trouxe volatilidade ao mercado na maior parte do ano. "Precificar IPO em um cenário volátil é extremamente delicado", disse.

Já no caso dos follow ons, o investidor já conhece a performance do papel na bolsa e sabe que tem liquidez para comprar e vender se necessário, por isso o impacto das discussões da reforma foi bem menor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O segundo fator que dificultou o cenário para os IPOs neste ano foi a incerteza sobre a economia brasileira, que deve registrar uma expansão da ordem de 1% em 2019. O desempenho ainda fraco afeta a demanda do investidor, em particular do estrangeiro.

"Agora, com um cenário de crescimento do PIB por volta de 2,5% para 2020, o investidor começa a acreditar que pode colocar suas fichas."

Um dos grandes temas da bolsa ao longo deste ano, aliás, foi justamente a baixa participação do investidor estrangeiro. Para o executivo do Credit Suisse, houve de fato uma frustração, mas isso não significa que os gringos ficaram de fora do mercado brasileiro.

Ele disse que em muitos casos o que houve foi uma "reciclagem do capital". Ou seja, o investidor de fora vendeu ações no mercado à vista na bolsa para montar uma posição mais representativa durante um follow on, o que não seria possível de fazer via compra direta sem mexer no preço dos papéis no pregão.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com que bolsa eu vou?

A previsão do Credit Suisse de até 40 IPOs ao longo do ano que vem inclui tanto as ofertas realizadas na B3 como nas bolsas norte-americanas. Em 2019, foram cinco operações realizadas no país e duas lá fora.

Os IPOs fora do país são uma pedra no sapato da bolsa brasileira. O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, afirmou que "fica um gosto amargo" toda vez que vê uma empresa brasileira o abrir capital no exterior.

"Não vai haver uma fuga do mercado da B3, mas vamos ter que aprender a conviver com mais operações nas bolsas estrangeiras", afirmou Fontana.

E qual o perfil das empresas que se preparam para buscar sócios na bolsa? Ele não falou de casos específicos, mas disse que 2020 deve ser marcado por IPOs de companhias de tecnologia, tanto na B3 como no exterior.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com a perspectiva de retomada da economia, as empresas de varejo, consumo e educação devem aproveitar o momento para abrir o capital. A retomada da construção civil também deve levar as incorporadoras de volta à bolsa, em particular as voltadas para o segmento de baixa renda.

Outra novidade para 2020 pode ser o IPO de companhias do setor industrial, que há algum tempo não acessam a bolsa, segundo o executivo do Credit Suisse.

Vai ser bom para o investidor?

Momentos de maior euforia da economia e do mercado de capitais costumam ser favoráveis para as empresas que estão em busca de recursos. Mas nem sempre é bom para quem compra as ações no IPO. Quem viveu o "boom" das ofertas no mercado brasileiro em 2007 sabe do que estou falando.

Quando perguntei se os IPOs serão uma boa oportunidade para o investidor, Fontana não titubeou ao responder: "tenho certeza que sim".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A convicção dele vem do atual ambiente econômico favorável e da perspectiva de crescimento dos mercados de atuação das companhias, que viabilizam uma série de histórias que devem chegar à bolsa.

As ameaças mais visíveis para o desempenho dos IPOs hoje estão no plano macro, segundo Fontana. Aqui no Brasil, o maior risco é o de uma eventual mudança na agenda liberal do governo. Lá fora, o desempenho da economia global em ano de eleições nos Estados Unidos pode prejudicar o calendário das ofertas.

Mas se o forte crescimento dos IPOs de fato se confirmar, em algum momento o mercado também deve se deparar com o que Fontana chamou de "estresse do sistema".

"Vamos lidar com um volume que nunca lidamos antes no mercado de capitais. Se tivermos 100 novas companhias na bolsa, teremos a necessidade de 100 áreas de RI, conselhos de administração e analistas para cobrir as empresas. Será que o mercado comporta?"

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E você, já investiu ou pretende investir nas empresas com planos de vender suas ações em IPOs na bolsa? Deixe seu comentário logo abaixo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
GIGANTE NA ÁREA

TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora

12 de dezembro de 2025 - 11:31

Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões

VERSÃO TUPINIQUIM

BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)

11 de dezembro de 2025 - 19:21

O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic

COM EMOÇÃO

Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem

11 de dezembro de 2025 - 17:01

Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros

FIIS HOJE

JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje

11 de dezembro de 2025 - 14:31

Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas

O TEMPO ESTÁ ACABANDO

Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever

10 de dezembro de 2025 - 15:00

Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial

DEVO, NÃO NEGO...

Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista

10 de dezembro de 2025 - 12:01

A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto

ESTRATÉGIA DO GESTOR

Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger 

9 de dezembro de 2025 - 19:12

Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real

DINHEIRO NO BOLSO

Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa

9 de dezembro de 2025 - 14:31

Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total

MERCADOS HOJE

Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia

9 de dezembro de 2025 - 12:10

Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira

OPERAÇÃO MILIONÁRIA

FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo

9 de dezembro de 2025 - 11:12

Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro

SINAIS CONFUSOS

Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA

9 de dezembro de 2025 - 9:32

Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo

NOVOS HORIZONTES

TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações

8 de dezembro de 2025 - 10:17

O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil

8 de dezembro de 2025 - 6:31

Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias

PEQUENA E PODEROSA

Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas

7 de dezembro de 2025 - 14:06

Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.

ILEGAIS

CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são

6 de dezembro de 2025 - 12:39

Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros

QUANTO MAIOR A ALTA...

Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas

6 de dezembro de 2025 - 11:23

Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”

5 de dezembro de 2025 - 16:44

Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência

CARTEIRA RECHEADA

Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro

5 de dezembro de 2025 - 10:07

A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%

MERCADOS

Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar? 

4 de dezembro de 2025 - 19:00

A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui

ALÉM DAS NUVENS

Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan 

4 de dezembro de 2025 - 17:35

Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar