BTG Pactual recomenda renda fixa isenta de IR com retornos próximos a 10% + IPCA para janeiro; confira as indicações
Banco fez duas trocas nas suas recomendações de crédito privado incentivado para começar o ano

Com a Selic em alta, a renda fixa tende a ficar cada vez mais atrativa em 2025. Mas entre os investimentos de crédito privado — títulos de dívida emitidos por empresas e projetos privados —, os juros elevados podem pesar sobre a saúde financeira dos emissores. Fora que os retornos ficaram espremidos diante da grande demanda no ano passado.
Sendo assim, duas coisas se mostram importantes para o investidor que busca investimentos em renda fixa privada a fim de diversificar a carteira e ganhar retornos superiores aos dos títulos públicos: preferir os papéis isentos de imposto de renda, os quais mantêm mais facilmente sua vantagem ante os papéis emitidos pelo governo; e evitar os emissores mais alavancados ou cujos negócios possam ser prejudicados por uma economia em provável desaceleração.
Nesse sentido, a escolha dos investimentos se mostra fundamental. Para iniciar o ano, o banco BTG Pactual publicou, nesta terça-feira (14) as suas recomendações de renda fixa privada isenta de IR para o mês de janeiro, com indicações de debêntures incentivadas de infraestrutura, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).
Troca-troca na carteira
Houve duas substituições na seleção do BTG em relação ao mês passado. Deixaram de ser recomendadas o CRI da Intervias (24J2539865) e a debênture da Chesf - Eletrobras (CHSF13), sob a justificativa de que a elevada demanda pelos ativos reduziu o lastro dos papéis. No entanto, para quem já tinha esses títulos na carteira, a recomendação do banco é mantê-los.
As duas debêntures foram substituídas por outras duas debêntures da Comerc (COMR14 / COMR15), cujos prêmios de crédito (retornos em comparação aos títulos públicos, referentes ao risco de crédito dos papéis) foram considerados atrativos, levando-se em conta que a empresa tem um acionista de grande porte (a Vibra, antiga BR Distribuidora), projetos maduros e operacionais e alavancagem em queda.
Outra debênture também foi incluída na seleção do BTG, a da Ecorodovias (ERDVC4), cujo prêmio de crédito também foi considerado atrativo, levando-se em conta seu acionista de grande porte, volume de tráfego resiliente nas rodovias concedidas e seu portfólio de rodovias maduras.
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Vale lembrar que as recomendações de crédito privado não constituem uma carteira recomendada, no sentido de que o investidor não precisa necessariamente adquirir todos os ativos indicados em uma proporção pré-determinada, a fim de superar um índice de mercado (benchmark).
Da mesma forma, retiradas de ativos não necessariamente constituem recomendações de venda, podendo significar apenas que os ativos não estão mais disponíveis para compra ou, se estiverem, que suas condições para quem os adquirir hoje não são mais atrativas segundo o critério dos analistas.
As indicações, no entanto, são feitas pensando que o investidor ficará com o papel até o vencimento, uma vez que ele receberá, no fim do prazo, a rentabilidade contratada no ato da compra.
A venda ocorreria, assim, somente se os fundamentos do ativo mudarem a ponto de tornar desvantajosa a sua manutenção na carteira.
As recomendações de CRIs, CRAs e debêntures incentivadas do BTG para janeiro
A maioria dos papéis indicados pelo BTG são voltados para o público geral. No entanto, em seu relatório o banco recomenda o investimento em crédito privado apenas a investidores qualificados, isto é, aqueles que têm, no mínimo, R$ 1 milhão em aplicações financeiras.
É importante manter em mente que debêntures, CRIs e CRAs não contam com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), ficando o investidor exposto ao risco da empresa ou projeto emissor do papel.
Em geral, esses títulos contam com garantias, como imóveis e outros ativos reais, mas é importante priorizar os emissores que sejam bons pagadores, ou seja, com baixo risco de calote.
Confira as recomendações do banco para janeiro:
Título | Setor | Vencimento | Retorno anual no vencimento* | Rating local | Tipo de estratégia |
CRI Cogna (22E1321749) | Educação | 15/07/2029 | IPCA + 9,39% | AA+ | Moderada |
Debênture Comerc (COMR14) | Geração de Energia | 15/11/2038 | IPCA + 8,26% | AA- | Moderada |
Debênture Comerc (COMR15)** | Geração de Energia | 15/04/2040 | IPCA + 8,28% | AA- | Moderada |
CRI JHSF (24J2539865)** | Real Estate – Shopping & Incorporação | 15/10/2034 | IPCA + 8,38% | N/D | Moderada |
Debênture Equatorial Goiás (CGOS16) | Energia – Distribuição | 15/05/2036 | IPCA + 7,96% | AAA | Conservadora |
CRI Rede D’Or (23L1737623) | Saúde | 15/12/2038 | IPCA + 8,10% | AAA | Conservadora |
Debênture Ecorodovias (ERDVC4) | Concessão Rodoviária | 15/06/2039 | ND | AAA | Moderada |
Debênture Iguá Rio de Janeiro (IRJS14) | Saneamento | 15/05/2043 | IPCA + 9,21% | AA+ | Moderada |
Debênture Iguá Rio de Janeiro (IRJS15)** | Saneamento | 15/02/2044 | IPCA + 9,26% | AAA*** | Moderada |
CRA Grupo Cereal (CRA02400AHV) | Agronegócio | 15/11/2029 | ND | AA- | Sofisticada |
(**) Somente investidor qualificado.
(***) A S&P atribuiu o rating AAA para a nova emissão de debêntures IRJS15 e colocou a emissão atual (IRJS14) em observação positiva (rating brAA+) com perspectiva de elevação após a liquidação dos novos financiamentos.
Fonte: BTG Pactual.
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