🔴VEM AÍ ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE – DE 1 A 4 DE JULHO – INSCREVA-SE GRATUITAMENTE

Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

FOGO ALTO OU BANHO-MARIA?

Não vai meter a colher onde não é chamado: Fed mantém taxa de juros inalterada e desafia Trump

Como era amplamente esperado, o banco central norte-americano seguiu com os juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, mas o que importa nesta quarta-feira (7) é a declaração de Powell após a decisão

Carolina Gama
7 de maio de 2025
15:10 - atualizado às 16:19
Imagem criada por inteligência artificial mostra Donald Trump encarando o presidente do BC dos EUA, Jerome Powell. Ao fundo, a bandeira dos EUA desfocada.
Imagem criada por inteligência artificial de Donald Trump e Jerome Powell - Imagem: Aurora / Grok

A temperatura já estava elevada para a reunião desta quarta-feira (7) e o Federal Reserve (Fed) resolveu manter o fogo alto ao anunciar a manutenção da taxa de juros na faixa de 4,25% e 4,50% ao ano — colocando para ferver a relação com o presidente dos EUA, Donald Trump

O republicano jogou Jerome Powell na panela de pressão: criticou o nível dos juros nos EUA, pressionou pelo afrouxamento monetário imediato e até ameaçou demitir o chefe do banco central norte-americano, sacudindo os mercados lá fora e aqui. Depois de hoje, a relação de ambos pode passar do ponto — de novo. 

O comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) trouxe um alerta junto com a decisão unânime de manutenção dos juros: os riscos de volatilidade e como ela está influenciando as decisões.

"A incerteza quanto às perspectivas econômicas aumentou ainda mais", diz o documento.

"O comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu duplo mandato e avalia que os riscos de aumento do desemprego e da inflação aumentaram", acrescenta a nota, referindo-se ao mandato de pleno emprego e estabilidade de preços em 2%.

O comunicado, no entanto, não aborda especificamente as tarifas de Trump.

Leia Também

Se, na Casa Branca, a decisão tem tudo para esquentar os nervos do presidente norte-americano, no mercado, a manutenção já era esperada — ainda assim a reação, antes das declarações de Powell foram quentes.

Em Wall Street, o Dow Jones avançou mais de 200 pontos na esteira do comunicado, ou 0,24%, enquanto o S&P 500 passou a operar no vermelho, com queda de 0,36%, e o Nasdaq acelerou as perdas para 0,85%.

Por aqui, o Ibovespa seguiu em queda, de -0,19%, aos 133.263,29 pontos, enquanto o dólar no mercado à vista se manteve em alta. A moeda norte-americana subia 0,56%, cotada a R$ 5,7430.

No caldeirão das tarifas

A decisão do Fed acontece em um momento em que a Casa Branca está em negociações com parceiros comerciais por um período de 90 dias, iniciado no início de abril, e que implica na imposição de taxas gerais de 10% sobre quem não retaliou os EUA — claro, com a China fora desse “alívio”.

À medida que as manchetes quase diárias avaliam a guerra comercial, a economia tem emitido sinais conflitantes. O Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, caiu 0,3% no primeiro trimestre, resultado da desaceleração dos gastos do consumidor e do governo e de um aumento nas importações antes das tarifas. 

A maioria dos economistas de Wall Street espera que a economia retorne ao crescimento no segundo trimestre.

No comunicado de hoje, o Fomc observa que “oscilações nas exportações líquidas afetaram os dados” e manteve a recente caracterização de que a economia norte-americana “continuou a se expandir em um ritmo sólido”. 

O FIM ESTÁ PRÓXIMO! Qual o FUTURO da SELIC e como ela deve IMPACTAR seus INVESTIMENTOS?

Trump x Powell: cozinhando em banho-maria

Trump identificou Powell como um de seus principais alvos. No último mês, chamou o presidente do Fed de "Sr. Tarde Demais" e de "grande perdedor" em meio às exigências de corte dos juros. 

O republicano teria discutido a demissão de Powell, uma medida com base jurídica instável e, desde então, vem adotando uma postura de morde e assopra com relação à condução da política monetária do Fed. 

  • Powell foi nomeado para presidente do Federal Reserve por Trump em 2017, reconduzido por Joe Biden, e seu mandato só termina em maio de 2026. 

Embora Trump queira meter a colher onde não foi chamado, Powell já deixou claro que acredita que o presidente dos EUA não tem autoridade legal para destituí-lo antes do término de seu mandato, mas não abordou explicitamente a recente onda de xingamentos do republicano. 

Por isso, o mercado estava esperando pelas declarações de Powell na coletiva que seguiu a decisão de política monetária de hoje — e ele não quis colocar mais lenha na fogueira da relação com Trump.

Questionado sobre os comentários do presidente norte-americano sobre a política monetária, o chefe do Fed disse: "As críticas de Trump não afetam o trabalho do Fed. Perseguimos nosso mandato duplo e fazemos o que é preciso para atingi-lo".

Powell também foi questionado sobre a possibilidade de ser demitido por Trump, mas dessa resposta ele se esquivou: "não tenho nada a comentar sobre esse assunto".

Mas foi quando uma jornalista perguntou se ele pediria para se reunir com Trump que Powell se mostrou irritado. Elevando o tom, ele disse: "Não pedi para me encontrar com nenhum presidente e nunca vou fazer um pedido desses", disse ele, referindo-se a quando foi chamado por Trump para ir à Casa Branca ainda no primeiro mandato.

Chef Powell pilotando os fogões do Fed

O Fed opera em um sistema de mandato duplo para manter a inflação na meta de 2% e o emprego robusto. 

O mercado de trabalho norte-americano tem se mostrado estável, com os EUA criando 177.000 empregos no mês passado, um número melhor do que o esperado, enquanto a taxa de desemprego se manteve em 4,2%.

Já o mandato de inflação vem se destacando nos últimos quatro anos, após os preços atingirem o maior nível em quatro décadas em 2022. 

Desde então, a inflação tem se moderado lentamente: embora acima da meta, a medida preferida do Fed para variações de preços atingiu a mínima em quatro anos, a 2,3% em março. 

O problema é que economistas esperam que as tarifas de Trump levem a um aumento considerável nos preços ao consumidor. 

Sobre isso, Powell disse que as expectativas de inflação de curto prazo aumentaram e as tarifas, segundo pesquisas, são as principais responsáveis por esse avanço. 

"As tarifas são significativamente maiores do que o esperado", afirmou ele, acrescentando que o impacto de longo prazo da guerra comercial ainda não é claro.

Embora tenha reconhecido progressos com relação à inflação e ao emprego nos EUA, Powell admitiu que o Fed deve encontrar tensão entre os objetivos de seu mandato duplo, que é determinado pelo Congresso norte-americano e não pela Casa Branca.

"Evitar uma inflação persistente dependerá do tamanho e do timing das tarifas", afirmou ele, acrescentando que o risco de mais desemprego e mais inflação amentou, embora não tenha se materializado nos dados.

Cortando na carne dos juros

Antes da reunião, as projeções indicavam praticamente nenhuma chance de um corte de juros hoje e menos de 30% de probabilidade de um movimento em junho, com o próximo corte previsto para julho.

Depois da decisão de hoje, julho seguiu como o mês mais provável para a primeira redução da taxa em 2025, com 56,8% de chances, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group.

Os investidores também continuaram a precificar três cortes neste ano, em um total de 0,75 ponto percentual de afrouxamento previsto.

Powell, no entanto, voltou a dizer que não tem pressa para retomar os cortes de juros.

"Estamos bem posicionados em termos de política monetária, por isso, não precisamos ter pressa [para realizarmos ajustes nos juros]. É apropriado que sejamos pacientes agora", disse ele, acrescentando que "não estamos em uma situação em que possamos agir preventivamente".

O presidente do Fed, no entanto, descartou — ao menos por enquanto — a chance de os juros subirem por conta das tarifas. "Dependendo do jeito que as coisas evoluírem, podemos manter ou cortar os juros", afirmou.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
QUANDO A GUERRA BATE NA PORTA

A Europa corre perigo? Otan sobe meta de gastos para 5% em mudança histórica e Trump manda recado duro para um membro

25 de junho de 2025 - 12:16

A medida mais decisiva da aliança em mais de uma década ocorre em meio à escalada de tensões no Oriente Médio e ao conflito entre Ucrânia e Rússia — mas um país europeu ainda resiste

BARRIL DE PÓLVORA

Trump falhou: peças centrais do programa nuclear do Irã seguem intactas, diz inteligência dos EUA

24 de junho de 2025 - 19:59

Enquanto a Casa Branca nega as informações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, promete atacar novamente se Teerã retomar seu programa nuclear

MAKE PEACE GREAT AGAIN

Após cessar-fogo entre Irã e Israel, Donald Trump é indicado ao Nobel da Paz (de novo)

24 de junho de 2025 - 17:41

Mais que prestígio, a indicação ao prêmio entra no jogo político da Casa Branca — e no xadrez internacional

TRUMP ESTÁ DE OLHO

Israel e Irã podem mexer com a política de juros nos EUA? Powell responde

24 de junho de 2025 - 13:30

O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala dos reflexos da instabilidade no Oriente Médio nas decisões do banco central norte-americano

DIA 1 NO CONGRESSO

Powell diz o que pensa na guerra pelo corte de juros após ser chamado de burro por Trump

24 de junho de 2025 - 11:57

O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala o que vai acontecer com os juros, o que pensa sobre as tarifas e sobre a guerra entre Israel e Irã

SEM VENCEDORES (AINDA)

A guerra não acabou: Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Irã — mas tem o maior dos desafios pela frente

23 de junho de 2025 - 20:13

Mais cedo, Teerã respondeu à ofensiva norte-americana contra instalações nucleares com um ataque com mísseis à Base Aérea de Al Udeid, no Catar

CONDENOU OU APROVOU

Brasil na guerra: governo se posiciona sobre ataque dos EUA ao Irã; veja o que diz o Itamaraty

22 de junho de 2025 - 15:58

Ministério das Relações Exteriores emite nota oficial sobre a escalada do conflito no Oriente Médio; mais cedo o ex-chanceler e agora assessor especial Celso Amorim havia se manifestado sobre os confrontos

SEM AR E MAR

Empresas começam a suspender atividades com escalada da guerra entre Israel e Irã

22 de junho de 2025 - 13:31

Do setor marítimo ao setor aéreo, as primeiras companhias começam a anunciar uma paralisação temporária das operações na esteira dos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas

GATILHO

Apagando fogo com gasolina: a oferta da Rússia ao Irã que pode desencadear uma guerra nuclear

22 de junho de 2025 - 12:10

Um dos homens fortes do governo de Putin questiona sucesso do ofensiva norte-americana, que atacou três instalações nucleares iranianas, afirmando que uma futura produção de armas atômicas segue sobre a mesa

SEM PRECEDENTES

O Estreito de Ormuz na berlinda: Irã se prepara para fechar a passagem marítima mais importante do mundo

22 de junho de 2025 - 11:12

Embora tenha ameaçado diversas vezes, o governo iraniano nunca fechou, de fato, a via, mas, agora, o parlamento começa a dar passos nessa direção

CONDENADO OU APROVADO

Da China a Europa: a reação internacional ao ataque dos EUA às instalações nucleares do Irã

22 de junho de 2025 - 10:45

Na noite de sábado (21), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma operação classificada por ele como bem-sucedida contra três usinas nucleares iranianas

OLHO POR OLHO

Consequências perpétuas: a resposta do Irã ao envolvimento direto dos EUA na guerra de Israel

22 de junho de 2025 - 9:02

Enquanto não toma uma decisão mais dura, Teerã lança a 20ª onda de ataques com mísseis e drones contra alvos militares israelenses

PRECISÃO, HABILIDADE E VELOCIDADE

Uma declaração de guerra? Ou haverá paz ou haverá tragédia, diz Trump em pronunciamento após ataques ao Irã

21 de junho de 2025 - 23:28

O presidente norte-americano falou pela primeira vez à televisão pouco mais de uma hora depois de anunciar uma ofensiva contra três instalações nucleares iranianas; o primeiro-ministro de Israel também discursa

MUNDO EM ALERTA

EUA entram na guerra de Israel contra o Irã: o que está em jogo após o ataque histórico com aval de Trump 

21 de junho de 2025 - 22:49

O presidente norte-americano anunciou neste sábado (21) uma ofensiva contra instalações nucleares, incluindo Fordow — uma usina que fica em uma região montanhosa e a 90 metros de profundidade

GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Israel ataca 5ª instalação nuclear do Irã e tensão aumenta entre países

21 de junho de 2025 - 16:11

Não foram detectados vazamentos radioativos, mas agência da ONU alerta para os riscos

AUSTERIDADE NA VEIA

Motosserra segue ativa: Milei quer mais corte de gastos na Argentina para atingir uma meta pessoal

21 de junho de 2025 - 9:01

O presidente fechou um acordo com o FMI para conseguir um empréstimo, mas estabeleceu um objetivo próprio para o país em 2025

GATO ESCALDADO…

Luz amarela no Japão: por que o salto dos rendimentos dos títulos do governo deixou o mercado em alerta (de novo)

20 de junho de 2025 - 19:03

Em maio, o retorno dos chamados JGBs de 40 anos subiram para 3,675% — atingindo o maior nível desde 2007

A QUEDA DE GOLIAS

Escalada da guerra dos chips: a decisão de Trump que derruba ações de gigantes na bolsa de Nova York — nem a Nvidia (NVDC34) escapou

20 de junho de 2025 - 16:14

Segundo o The Wall Street Journal, o governo norte-americano está analisando trazer de volta uma medida que pode afetar significativamente o negócio das fabricantes de semicondutores

MAIS PRAZO

Trump está procrastinando? TikTok ganha (mais) 90 dias para negociar acordo de venda para empresa dos EUA 

20 de junho de 2025 - 9:36

Segundo porta-vozes da Casa Branca, o presidente não quer que o aplicativo chinês saia do ar

VAI OU NÃO VAI?

Petróleo avança quase 3% em meio a temores de intervenção dos EUA no conflito Israel-Irã

19 de junho de 2025 - 16:54

Ameaça iraniana de fechar o Estreito de Ormuz impulsiona as tensões na região e gera preocupação entre analistas do mercado

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar