Yduqs (YDUQ3) e Ânima (ANIM3) disparam na bolsa após JP Morgan elevar ações para compra — e rebaixar concorrentes
O banco norte-americano passou um pente fino do setor de educação e cortou a recomendação de Educacional (SEER3) e Afya (A2FY34) para neutra; confira os detalhes do relatório
Nesta quinta-feira (17) disfarçada de sexta, as ações da Yduqs (YDUQ3) e Ânima (ANIM3) ditam o ritmo dos negócios na bolsa brasileira, que se prepara para uma pausa por conta do feriado da Páscoa e de Tiradentes.
Os papéis de Yduqs (YDUQ3) fecharam o dia com a segunda maior valorização do Ibovespa, de 10,83%, cotados a R$ 14,80. As ações da Ânima (ANIM3), que não fazem parte do índice, sobem ainda mais: 17,87%, cotadas a R$ 3,10.
Já a Cogna (COGN3) abriu o dia no outro extremo: o das perdas. Mas, ao longo do pregão, as ações viraram para alta e terminaram a véspera do feriado de Páscoa com um avanço de 5,60%, negociadas a R$ 2,45.
O motivo por trás dos movimentos dos papéis do setor de educação é um só: o relatório do JP Morgan.
Nele, os analistas declararam a mudança nas preferências para o segmento:
- YDUQ3 foi elevada de neutra para compra;
- COGN3 rebaixada para neutra.
O banco também mexeu nas recomendações para os papéis menos líquidos do setor: Ser Educacional (SEER3) e Afya (A2FY34) foram rebaixadas para neutra.
Leia Também
Já a Ânima (ANIM3) saiu de neutra para compra. Abaixo detalhamos as mudanças dos analistas no relatório.
- VEJA MAIS: Este FII pode subir até 15% nos próximos meses – e está entre os cinco melhores para comprar ainda hoje, segundo analista; confira a seleção
A ordem de preferência do banco é:
1° - Anima (compra)
2° - Yduqs (compra)
3° - Ser Educacional (neutro)
4°- Cogna (neutro)
5°- Afya (neutro)
Por que Yduqs e não Cogna?
Embora Yduqs e Cogna tenham registrado uma geração sólida de caixa em 2024 — equivalente a 9% e 10% de seus respectivos valores de mercado —, o JP Morgan destaca alguns pontos importantes. Um deles é que a Yduqs deve se beneficiar de bases comparativas mais favoráveis em 2025.
Isso porque, em 2024, o fluxo de caixa livre (FCF) foi pressionado pelo programa de Diluição Solidária (DIS), que permitia aos alunos da Estácio pagar apenas R$ 59 nas três primeiras mensalidades, com o restante sendo diluído em até 46 meses e corrigido pela inflação.
Por outro lado, 2024 foi o ano em que a Cogna colheu os frutos do fim do Parcelamento Estudantil Privado (PEP), que acabava abrindo brecha para alunos que pagavam apenas uma mensalidade, sem quitar o restante antes de fazer a rematrícula.
O efeito foi de cerca de 3,5% do valor de mercado da Cogna e o JP Morgan não espera que isso se repita em 2025.
Além disso, a Cogna tem maior exposição aos cursos da área da saúde na modalidade ensino à distância (EAD), no qual os analistas enxergam mais risco regulatório.
O Ministério da Educação (MEC) está prestes a anunciar mudanças regulatórias para o EAD, que deve aumentar a carga presencial nessas modalidades. O JP Morgan acredita que ambas tenham condições de se adaptar a qualquer exigência.
No entanto, os cursos da área da saúde parecem ser um foco maior das autoridades. O próprio presidente do MEC, Camilo Santana (PT), declarou publicamente que os cursos de enfermagem deveriam ser exclusivamente presenciais.
Com isso, as operações de EAD da Cogna estão mais expostas à área da saúde (21% dos alunos, contra 14% da Yduqs), sendo que essa diferença se deve principalmente aos cursos de enfermagem — que representam 8% da base de alunos EAD da Cogna, contra apenas 1% na Yduqs.
Já os demais cursos de saúde (excluindo enfermagem) representam cerca de 13% da base de EAD de ambas as companhias.
Também vale destacar que as ações da Cogna subiram 110% no ano até agora, frente a 55% da Yduqs e 8% do Ibovespa.
O banco elevou o preço-alvo de Yduqs para R$ 20, ante R$ 10,50 — o que representa um potencial de valorização de 38,68% em relação ao fechamento anterior.
“Embora não tenhamos preço-alvo para Cogna, também vemos uma valorização relevante em seu valor justo”, diz o relatório.
O que esperar da Yduqs?
O JP Morgan aumentou a projeção para o Ebitda (lucros antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia em 2,7% para 2025. Para o ano que vem, a projeção subiu em 3,2%.
A melhora é explicada, principalmente, pela expectativa de redução nas perdas com inadimplência e nas despesas gerais e administrativas. Já a projeção de receita foi mantida praticamente estável.
Os analistas também ajustaram as projeções de despesas financeiras líquidas, com alta de 6% prevista para 2025 e queda de 5% em 2026.
Um dos principais destaques da revisão foi a melhora na conversão de caixa: o banco elevou em 79% e 121% as estimativas de fluxo de caixa livre para os acionistas (FCFE) em 2025 e 2026, respectivamente.
Para os analistas, 2024 representou um ponto de virada na geração de caixa da companhia, tendência que deve se manter nos próximos anos com o avanço do Ebitda e a redução do endividamento.
Por que comprar Ânima e não Ser Educacional ou Afya?
A Ânima deve apresentar o maior rendimento entre todas as empresas de educação cobertas, segundo o relatório.
“Esperamos que a Ânima registre o maior rendimento de fluxo de caixa livre entre os pares em 2025, com 13%, mesmo considerando uma redução na geração proporcional de caixa — de R$ 166 milhões em 2024 para R$ 139 milhões em 2025 —, principalmente devido ao impacto das taxas de juros mais altas sobre um nível elevado de alavancagem”, diz o JP Morgan.
As projeções indicam um avanço para 17% em 2026 e 21% em 2027 no fluxo de caixa livre, impulsionado principalmente pela desalavancagem e pela maturação dos cursos de medicina.
Como discutido no caso de Yduqs e Cogna, a exposição ao ensino a distância apresenta maiores riscos regulatórios diante do novo marco regulatório esperado.
Em 2024, apenas 8% da receita da Ânima veio do ensino a distância, em comparação com 19% no caso da Ser Educacional.
No caso da Ser Educacional, o banco destaca que a expansão do programa Ser Solidário (semelhante ao DIS da Yduqs) deve consumir caixa nos próximos anos — com impacto estimado de R$ 25 milhões em 2025 e R$ 30 milhões em 2026 —, o que deve pressionar o fluxo de caixa no curto prazo.
Já em relação à Afya, os analistas entendem que a empresa está mais corretamente precificada pelos investidores, considerando a geração de caixa livre altamente consistente ao longo dos anos e o bom histórico de entrega de resultados, com um rendimento projetado de 8% em 2025.
O que esperar da Ânima?
O JP Morgan revisou para cima a estimativa de receita da Ânima em +0,8% para 2025 e +1,3% para 2026, impulsionada principalmente por revisões positivas no segmento Core, com a incorporação de alguns efeitos dos esforços da companhia para retomar o crescimento.
O segmento Core da Ânima é o setor de ensino acadêmico que inclui graduação presencial, exceto medicina, ensino básico e técnico, e pós-graduação stricto sensu.
O banco manteve as projeções de margem operacional praticamente estáveis, em 43,5% e 43,1%, respectivamente. Como resultado, elevou a estimativa de Ebitda ajustado em +2,3% para 2025 e +2,8% para 2026.
Embora o banco não tenha um preço-alvo para Ânima, a estimativa está entre R$ 4,20 e R$ 5,10 por ação, o que representa uma alta potencial de até 67,21% com base nos preços do último fechamento.
A Rede D’Or (RDOR3) pode mais: Itaú BBA projeta potencial de valorização de mais de 20% para as ações
O preço-alvo passou de R$ 51 para R$ 58 ao final de 2026; saiba o que o banco vê no caminho da empresa do setor de saúde
Para virar a página e deixar escândalos para trás, Reag Investimentos muda de nome e de ticker na B3
A reestruturação busca afastar a imagem da marca, que é considerada uma das maiores gestoras do país, das polêmicas recentes e dos holofotes do mercado
BRB ganha novo presidente: Banco Central aprova Nelson Souza para o cargo; ações chegam a subir mais de 7%
O então presidente do banco, Paulo Henrique Costa, foi afastado pela Justiça Federal em meio a investigações da Operação Compliance Zero
Raízen (RAIZ4) perde grau de investimento e é rebaixada para Ba1 pela Moody’s — e mais cortes podem vir por aí
A agência de classificação de risco avaliou que o atual nível da dívida da Raízen impõe restrições significativas ao negócio e compromete a geração de caixa
Dividendos robustos e corte de custos: o futuro da Allos (ALOS3) na visão do BTG Pactual
Em relatório, o banco destacou que a companhia tem adotado cautela ao considerar novos investimentos, na busca por manter a alavancagem sob controle
Mercado torce o nariz para Casas Bahia (BHIA3): ações derretem mais de 20% com aumento de capital e reperfilamento de dívidas
Apesar da forte queda das ações – que aconteceu com os investidores de olho em uma diluição das posições –, os analistas consideraram os anúncios positivos
Oncoclínicas (ONCO3): grupo de acionistas quer destituir conselho; entenda
O pedido foi apresentado por três fundos geridos pela Latache — Latache IV, Nova Almeida e Latache MHF I — que, juntos, representam cerca de 14,6% do capital social da companhia
Por que o Itaú BBA acredita que a JBS (JBSS32) ainda pode mais? Banco elevou o preço-alvo e vê alta de 36% mesmo com incertezas no horizonte
Para os analistas Gustavo Troyano, Bruno Tomazetto e Ryu Matsuyama, a tese de investimento permanece praticamente inalterada e o processo de listagem nos EUA segue como um potencial catalisador
Black Friday 99Pay e PicPay: R$ 70 milhões em recompensas, até 250% do CDI e descontos de até 60%; veja quem entrega mais vantagens ao consumidor
Apps oferecem recompensas, viagens com cashback, cupons de até R$ 8 mil e descontos de 60% na temporada de descontos
Uma pechincha na bolsa? Bradesco BBI reitera compra de small cap e calcula ganho de 167%
O banco reiterou recomendação de compra para a companhia, que atua no segmento de logística, e definiu preço-alvo de R$ 15,00
Embraer (EMBJ3) recebe R$ 1 bilhão do BNDES para aumentar exportações de jatos comerciais
Financiamento fortalece a expansão da fabricante, que prevê aumento nas entregas e vive fase de demanda recorde
Raízen (RAIZ4): membros do conselho renunciam no meio do mandato; vagas serão ocupadas por indicados de Shell e Cosan
Um dos membros já havia deixado cargo de diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Cosan
A hora da Localiza (RENT3) chegou? O que levou mais esse banco a retomar o otimismo com as ações
Depois de o Itaú BBA ter melhorado projeções para a locadora de veículos, agora é a vez de o BTG Pactual reavaliar o desempenho da companhia
Executivos da empresa que Master usou para captar R$ 12,2 bilhões do BRB também foram sócios em fintech suspensa do Pix após ataque hacker, diz PF
Nenhum dos dois executivos da Tirreno, empresa de fachada usada pelo Master, estavam na Nuoro quanto esta foi suspeita de receber dinheiro desviado de golpe bilionário do Pix
Americanas (AMER3) aceita nova proposta da BandUP! para a venda da Uni.Co, dona da Imaginarium e Pucket; entenda o que falta para a operação sair do papel
A nova oferta conta com os mesmos termos e condições da proposta inicial, porém foi incluído uma provisão para refletir novas condições do edital de processo competitivo
Vale tudo pelos dividendos da Petrobras (PETR4)? O que esperar do plano estratégico em ano de eleição e petróleo em queda
A estatal está programada para apresentar nesta quinta-feira (27) o novo plano de negócios para os próximos cinco anos; o Seu Dinheiro foi atrás de pistas para contar para você o que deve ser divulgado ao mercado
Lula mira expansão da Petrobras (PETR4) e sugere perfuração de gás em Moçambique
O presidente afirmou que o país africano tem muito gás natural, mas não tem expertise para a extração — algo que a Petrobras pode oferecer
Mais um adeus à B3: Controladora da Neoenergia (NEOE3) lança OPA para comprar ações e retirar empresa da bolsa
A espanhola Iberdrola Energia ofereceu um prêmio de 8% para o preço dos papéis da Neoenergia; confira o que acontece agora
Banco Master: Light (LIGT3) e Gafisa (GFSA3) dizem não ter exposição ao banco, após questionamentos da CVM
A Light — em recuperação judicial — afirmou que não mantém qualquer relação comercial, operação financeira ou aplicação ligada ao Banco Master ou a instituições associadas ao conglomerado.
Hapvida (HAPV3) revive pesadelo do passado… só que pior: além do balanço, o que realmente está por trás da queda de 42% em um dia?
Não é a primeira vez que as ações da Hapvida são dilaceradas na bolsa logo após um balanço. Mas agora o penhasco foi maior — e tem muito mais nisso do que “só” os números do terceiro trimestre
