Uma notícia boa e uma ruim na construção civil: Santander traça panorama para 2025 e elege mais uma queridinha do setor
Apesar de estar menos otimista com o segmento este ano, o banco ainda enxerga algumas oportunidades em determinadas companhias
Sabe aquela clássica pergunta: “eu tenho uma notícia boa e uma ruim, qual você quer primeiro?” É mais ou menos assim que o Santander começa o mais recente relatório sobre as construtoras listadas na bolsa brasileira.
A má notícia é que o banco está menos otimista com a construção civil do que estava em 2024.
A boa notícia é que nem tudo está perdido e ainda existem alguns fatores que jogam a favor do setor, especialmente para três empresas em específico.
A partir desse cenário, os analistas incluíram uma nova ação “top pick” neste começo do ano: a Cyrela (CYRE3) agora se junta à Direcional (DIRR3) e à Cury (CURY3) como um dos nomes preferidos do Santander entre as construtoras.
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Por outro lado, a instituição rebaixou a Even (EVEN3) e a JHSF (JHSF3) para recomendação neutra por não enxergar tanto potencial de valorização dos papéis.
A Moura Dubeux (MDNE3) segue com indicação de compra, apesar de não ser uma das preferidas. O valuation atraente, a diversificação do pipeline (cronograma de lançamentos) e o cenário competitivo saudável na região Nordeste justificam a indicação.
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Já a EZTEC (EZTC3) permanece com recomendação neutra, devido ao ambiente incerto para lançamentos e seu momentum de lucros e ROE mais fracos em comparação com a Cyrela.
Começando pelo pior
O “inimigo” das construtoras é comum a outros setores da economia também: o cenário macroeconômico deteriorado, com perspectivas de aumento dos juros e da inflação nos próximos meses.
Vale lembrar que o Banco Central segue sua escalada, elevando a taxa Selic a 13,25% na última reunião.
Por consequência, a deterioração do real pode pressionar o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), especialmente a parcela que se refere às matérias-primas.
Outro fator de risco é o aumento dos custos de financiamento – tanto para as empresas, que precisam de empréstimos para construir, quanto para os indivíduos, que usam este dinheiro para adquirir imóveis.
Aumento este causado pela alta da Selic e pelo encarecimento das emissões de Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
A luz no fim do túnel
Apesar dos desafios já previstos para as construtoras, 2025 não está totalmente perdido. O Santander enxerga algumas oportunidades para o setor, representados nos seguintes fatos:
- Os níveis de estoque (número de imóveis disponíveis para a venda) na cidade de São Paulo estão baixos;
- A regulamentação imobiliária está forte, protegendo as empresas de sofrerem com um número grande de cancelamento de vendas de um dia pro outro;
- O programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) sustenta uma forte demanda, já que deixa mais acessível a compra de imóveis.
No contexto de juros mais elevados, empresas com forte execução e balanço sólido devem ganhar mais participação de mercado, já que os bancos devem ficar mais seletivos quanto à concessão de crédito.
O Santander enxerga isso como um “bom presságio” para as top picks Cyrela, Direcional e Cury.
Por que a Cyrela é a nova ação ‘queridinha’ de construção civil do Santander
A Cyrela está barata e deve ter receitas líquidas ainda mais relevantes neste ano e no próximo.
Isso fez o Santander incluir a construtora entre as top picks do setor, mesmo tendo consciência que o cenário macro pode causar uma desaceleração no mercado.
- Explicando: as construtoras voltadas para a classe média são essencialmente dependentes das condições macro. Portanto, uma deterioração nesses indicadores pode afetar os fundamentos do setor e causar quedas nas ações das empresas.
Incorporando os resultados do terceiro trimestre de 2024 e o desempenho operacional do 4T24 – ambos mais fortes do que o esperado –, os analistas revisaram as estimativas para a Cyrela.
Com mais otimismo tanto para os lançamentos quanto para as pré-vendas, o banco estima um aumento de receita líquida em 12% para 2025 e 15% para 2026.
Para o lucro líquido, a expectativa é de R$ 1,8 bilhão para 2025 e R$ 2,1 bilhões para 2026 – alta de 12%, em relação às projeções anteriores.
O preço-alvo definido foi de R$ 36, o que pressupõe um potencial de valorização aproximado de 71%, já que a ação é negociada a cerca de R$ 21 atualmente.
Entre os riscos do investimento em CYRE3, o banco destaca a possível recessão econômica, que afetaria a demanda por moradia; e uma diminuição inesperada na lucratividade após inflação maior do que a prevista e excesso de oferta em algumas regiões.
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