Os dividendos da Petrobras (PETR4) vão minguar? Saiba se resultados mais fracos no 4T24 podem comprometer os proventos
A petroleira divulga nesta quarta-feira (26), após o fechamento dos mercados, os números financeiros do período entre outubro e dezembro, e os bancos projetam um desempenho mais fraco; para 2025, no entanto, a história que se desenha é outra
O melhor está por vir para a Petrobras (PETR4) — pelo menos é isso que sinalizam bancos e corretoras. A estatal deve encerrar 2024 com um desempenho financeiro mais fraco, mas graças aos fundamentos ainda vigorosos, a projeção é de um 2025 mais positivo.
Além de preços mais altos do petróleo e um câmbio favorável, analistas enxergam um ano melhor para a estatal na esteira do recente aumento do diesel — para os especialistas, uma indicação de que os preços domésticos dos combustíveis não se afastarão muito dos praticados lá fora.
- Vale lembrar que, em maio de 2023, a Petrobras acabou com a política de paridade de importação (PPI), que equiparava os preços praticados no mercado internacional ao doméstico, e passou usar referências como o custo alternativo do cliente, o valor a ser priorizado na precificação e o valor marginal para a gasolina e para o diesel.
Mas antes que os resultados de 2025 cheguem, os investidores encaram nesta quarta-feira (26) os números da Petrobras no quarto trimestre de 2024 após o fechamento do mercado. Confira as projeções da Bloomberg para o período, em base anual.
| Em reais | Em dólares | |
| Receita | 124,772 bilhões (-7%) | 21,630 bilhões (-20,2%) |
| Ebitda | 61,130 bilhões (-8,6%) | 10,671 bilhões (-21,2%) |
| Lucro líquido | 20,950 bilhões (-32,8%) | 5,117 bilhões (-18,5%) |
Petrobras e o 4T24
A expectativa de resultados mais fracos da Petrobras no quarto trimestre de 2024 se deve, principalmente, aos preços mais baixos do petróleo em relação aos praticados no terceiro trimestre de 2024 e no mesmo período de 2023.
- O petróleo tipo Brent, usado como referência no mercado internacional e também pela Petrobras, foi cotado, em média, a US$ 74,70 entre outubro e dezembro do ano passado — 6% menor na comparação trimestral e 11% mais baixo na comparação anual.
“O preço do petróleo no quarto trimestre de 2024 estava bem baixo, menor do que no quatro trimestre de 2023 e no terceiro trimestre de 2024, e apesar de não ter sido tão ruim, a produção pode não ser capaz de compensar [essa diferença de preços]”, disse Ruy Hungria, analista da Empiricus Research.
Você pode conferir os detalhes do relatório operacional da Petrobras aqui.
Leia Também
Hungria lembra que o reajuste do diesel aconteceu no final de janeiro deste ano, portanto, não tem efeito sobre o desempenho do quarto trimestre — e deixa um aviso: “O reajuste do diesel ajuda a margem da refinaria, mas não muda o jogo completamente para a Petrobras”.
E é justamente a redução de 11,5% da produção da Petrobras na comparação anual, para 2,628 milhões de barris por dia, que faz a XP prever um desempenho financeiro mais fraco para a petroleira entre outubro e dezembro de 2024.
A corretora projeta uma queda de 30% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na comparação ano a ano e de 10% quando comparado ao trimestre anterior, para US$ 10,5 bilhões.
Essa estimativa mais baixa vem da produção menor, do preço mais baixo do Brent e de preços de derivados marginalmente inferiores devido à depreciação do real.
“Esse Ebitda menor deverá impactar o lucro líquido, que estimamos em US$ 800 milhões, afetado pelo efeito de perdas cambiais”, dizem os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm.
O Itaú BBA vai na mesma linha da XP, projetando números fracos para o quarto trimestre de 2024 devido, principalmente, aos preços mais baixos do petróleo e aos menores volumes do período.
Para os analistas Monique Natal, Eric de Mello e Bruna Amorim, os investidores devem se concentrar na execução do capex (investimentos), estimado em US$ 3,3 bilhões e um Ebitda de US$ 10 bilhões — que deve sustentar um fluxo de caixa operacional de US$ 9,2 bilhões no trimestre.
LULA CAI E BOLSA SOBE: Como a popularidade do presidente mexe com os mercados
Vai ter dividendo ou não vai?
Os resultados mais fracos da Petrobras no quarto trimestre devem levar apenas ao pagamento de dividendos ordinários, segundo os analistas. A previsão dos bancos e corretoras variou entre US$ 2,5 bilhões e US$ 3 bilhões, ou R$ 14,4 bilhões e R$ 17,3 bilhões no câmbio atual.
O UBS BB, por exemplo, espera US$ 5,5 bilhões em fluxo de caixa livre (FCF) e US$ 2,5 bilhões em dividendos, o que representa 2,8% de rendimento.
A expectativa dos analistas Matheus Enfeldt, Tasso Vasconcelos e Victor Modanese é de um rendimento de 16% de dividendos para 2025, com exposição limitada aos ventos contrários que o ambiente macroeconômico doméstico pode apresentar.
Nas projeções do Itaú BBA, a Petrobras deve anunciar dividendos ordinários de US$ 2,6 bilhões junto com os resultados do quarto trimestre, com rendimento de 3,2%.
Já os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm, da XP, projetam dividendos ordinários de US$ 3 bilhões, representando um rendimento de 3,4% trimestralmente.
LEIA MAIS: CEO Conference 2025 reúner grandes nomes da economia, política e tecnologia; veja como participar
O que esperar da Petrobras para 2025
Mesmo após dados de produção mais baixos, o BTG Pactual manteve uma postura otimista em relação à Petrobras para este ano.
Segundo os analistas Luiz Carvalho, Pedro Soares e Henrique Pérez, na frente operacional, a produção da estatal foi “um tanto fraca” em 2024, mas existem razões sólidas para esperar uma recuperação do crescimento em breve.
“Sim, é início do ano, mas já estamos observando assimetrias positivas nas nossas estimativas, alimentadas por melhores preços do petróleo e do câmbio”, afirmam.
Antes do balanço, o BTG seguia com a Petrobras como top pick (preferida) do setor.
Olhando para 2025, a principal preocupação dos analistas do UBS BB, Matheus Enfeldt, Tasso Vasconcelos e Victor Modanese, continua a ser as paradas de produção e as taxas de FPSO (navios com capacidade para processar e armazenar o petróleo).
Entretanto, a Petrobras também é apontada como a principal opção do setor para o UBS BB, que ressalta a resiliência da empresa no fluxo de caixa livre e racionalidade da alocação de capital.
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social
Exclusivo: Oncoclínicas (ONCO3) busca novo CEO e quer reestruturar todo o alto escalão após a crise financeira, diz fonte
Após erros estratégicos e trimestres de sufoco financeiro, a rede de oncologia estuda sucessão de Bruno Ferrari no comando e busca novos executivos para a diretoria
Copasa (CSMG3): lei para a privatização da companhia de saneamento é aprovada pelo legislativo de Minas Gerais
O texto permite que o estado deixe de ser o controlador da companhia, mas mantenha uma golden share, com poder de veto em decisões estratégicas
B de bilhão: BB Seguridade (BBSE3) anuncia quase R$ 9 bi em dividendos; Cemig (CMIG4) também libera proventos
Empresas anunciam distribuição farta aos acionistas e garantem um fim de ano mais animado
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) estão entre as rainhas dos dividendos no 4T25; Itaú BBA diz quais setores vão reinar em 2026
Levantamento do banco aponta que ao menos 20 empresas ainda podem anunciar proventos acima de 5% até o final do ano que vem
MRV (MRVE3) entra no grupo de construtoras que vale a pena comprar, mas a preferida do JP Morgan é outra
Banco norte-americano vê espaço para uma valorização de até 60% nas ações do setor com juros menores e cenário político mais favorável em 2026
Ação acusa XP de falhas na venda de COEs como o da Ambipar (AMBP3) e pede R$ 100 milhões na Justiça
Após perdas bilionárias com COEs da Ambipar, associações acusam a corretora de erros recorrentes na venda de produtos ligados à dívida de grandes empresas no exterior
Ações da Oncoclínicas (ONCO3) na mão de Vorcaro vão parar no Banco de Brasília. O acordo para trocar os CDBs do Master subiu no telhado?
Com a transferência das cotas de fundos do Master para o BRB, investidores questionam o que acontece com o acordo da Oncoclínicas para recuperar o investimento em papéis do Master
Orizon (ORVR3) compra Vital e cria negócio de R$ 3 bilhões em receita: o que está por trás da operação e como fica o acionista
Negócio amplia a escala da companhia, muda a composição acionária e não garante direito de recesso a acionistas dissidentes
Maior rede de hospitais privados pagará R$ 8,12 bilhões em proventos; hora de investir na Rede D’Or (RDOR3)?
Para analista, a Rede D’Or é um dos grandes destaques da “mini temporada de dividendos extraordinários”
Fim da especulação: Brava Energia (BRAV3) e Eneva (ENEV3) negam rumores sobre negociação de ativos
Após rumores de venda de ativos de E&P avaliados em US$ 450 milhões, companhias desmentem qualquer transação em curso