Mobly (MBLY3) expõe gasto ‘oculto’ da Tok&Stok: R$ 5,2 milhões para bancar plano de saúde da família fundadora — que agora tem cinco dias para devolver o dinheiro
Em comunicado, a Mobly destaca que os pagamentos representam mau uso de recursos da companhia, conflito de interesses e violação da governança corporativa
Na noite da última quarta-feira (16), a Mobly (MBLY3) — controladora da Tok&Stok — revelou, em um comunicado ao mercado, a descoberta de um gasto indevido e recorrente desde 2013: a varejista de móveis e decoração desembolsou R$ 5,2 milhões ao longo dos anos para custear planos de saúde de ex-conselheiros ligados à família fundadora.
No total, os pagamentos eram destinados a cerca de 30 pessoas da família Dubrule ou ligadas a ela. A Mobly notificou esses ex-conselheiros para encerrar os pagamentos e restituir o valor integral em até cinco dias.
A empresa destacou que os pagamentos configuram mau uso de recursos da companhia e violação de governança corporativa.
- VEJA MAIS: Momento pode ser de menos defensividade ao investir, segundo analista; conheça os ativos mais promissores para comprar em abril
Fora isso, para a controladora, trata-se de um potencial conflito de interesses, especialmente se esses pagamentos não eram do conhecimento dos demais acionistas ou do conselho.
A batalha da Mobly com a família Dubrule
Desde março deste ano, a família Dubrule tem tentado retomar o controle da Tok&Stok menos de um anos depois da união entre as duas companhias, em novembro de 2024.
A proposta era comprar mais de 122,7 milhões de ações a R$ 0,68 cada. Este valor representava um desconto de cerca de 50% sobre o preço de mercado à época, estratégia que contrasta com as usuais ofertas, que oferecem um prêmio sobre o valor das ações.
Leia Também
A família também propôs a remoção da cláusula de "poison pill" do estatuto da Mobly, que obriga à realização de uma OPA quando um acionista atinge participação acionária relevante.
Eles argumentaram que a eliminação dessa cláusula daria mais flexibilidade à base acionária, permitindo uma decisão livre de cada acionista sobre a adesão à OPA.
À época, a diretoria e o conselho da Mobly apontaram a proposta como “inviável”.
Família propôs investimento em caso de OPA
No começo deste mês, os fundadores enviaram uma carta à varejista de móveis propondo uma capitalização da companhia, condicionada à aprovação da oferta pública de aquisição (OPA) de ações de minoritários.
Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly caso a OPA seja bem-sucedida.
Além disso, eles afirmaram que planejam converter quase R$ 56,5 milhões em debêntures da Tok&Stok em ações da Mobly, bem como capitalizar outros R$ 68,8 milhões em créditos que detêm contra a Tok&Stok.
Apesar desse compromisso financeiro, a Mobly manifestou ceticismo sobre a operação. A empresa segue com temores de que os acionistas que decidirem não aderir à OPA dos Dubrule poderiam ter suas participações diluídas no processo.
Em comunicado ao mercado, a controladora afirmou que "é dever fiduciário dos administradores buscar a maximização do preço para os acionistas em qualquer potencial OPA pelo controle".
Por isso, a administração manteve a recomendação do conselho de administração para que os acionistas rejeitem a proposta de exclusão da "pílula de veneno", prevista no estatuto da empresa, na assembleia geral ordinária e extraordinária (AGOE) marcada para 30 de abril.
Segundo a Mobly, apesar do compromisso "irrevogável e irretratável" de capitalização dos Dubrule em caso de sucesso na potencial OPA, o novo comunicado não especificou os termos e condições dessa oferta.
Na carta enviada neste mês, os Dubrule afirmam que "entendem que as medidas de capitalização são fundamentais para assegurar a viabilidade econômica e a continuidade" da companhia e de suas subsidiárias, "que se encontram, hoje, em situação crítica".
A empresa, por sua vez, diz que a afirmação "parece contraditória no contexto da potencial OPA", em que o preço proposto, de apenas R$ 0,68, "reflete um expressivo desconto sobre o valor de mercado e sobre o valor patrimonial contábil das ações da companha, soando mais como ameaça de ampla diluição aos acionistas que não aceitem vender suas ações na potencial OPA".
A Mobly também rebate as alegações da família Dubrule sobre a "situação crítica" da companhia, lembrando que o "alto endividamento da Tok&Stok", incluindo o pedido de falência de abril de 2023, é anterior à aquisição do seu controle pela Mobly e resultado de "mais de 40 anos de sucesso" da família Dubrule na gestão da subsidiária.
Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão
Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação
Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos
Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3
Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal
Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios
AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes
Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho
IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança
A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial
Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3
Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?
Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica
Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk
AZUL4 dá adeus ao pregão da B3 e aérea passa ter novo ticker a partir de hoje; Azul lança oferta bilionária que troca dívidas por ações
Aérea pede registro de oferta que transforma dívida em capital e altera a negociação dos papéis na bolsa; veja o que muda
Hapvida (HAPV3) prepara ‘dança das cadeiras’ com saída de CEO após 24 anos para tentar reverter tombo de 56% nas ações em 2025
Mudanças estratégicas e plano de sucessão gerencial será implementado ao longo de 2026; veja quem assume o cargo de CEO
Magazine Luiza (MGLU3) vai dar ações de graça? Como ter direito ao “presente de Natal” da varejista
Acionistas com posição até 29 de dezembro terão direito a novas ações da varejista. Entenda como funciona a operação
Tupy (TUPY3) azeda na bolsa após indicação de ministro de Lula gerar ira de conselheiro. Será mais um ano para esquecer?
A indicação do ministro da Defesa para o conselho do grupo não foi bem recebida por membros do colegiado; entenda
Santander (SANB11), Raia Drogasil (RADL3), Iguatemi (IGTI11) e outras gigantes distribuem mais de R$ 2,3 bilhões em JCP e dividendos
Santander, Raia Drogasil, JHSF, JSL, Iguatemi e Multiplan somam cerca de R$ 2,3 bilhões em proventos, com pagamentos previstos para 2025 e 2026
Eztec (EZTC3) renova gestão e anuncia projeto milionário em São Paulo
Silvio Ernesto Zarzur assume nova função na diretoria enquanto a companhia lança projeto de R$ 102 milhões no bairro da Mooca
Dois bancos para lucrar em 2026: BTG Pactual revela dupla de ações que pode saltar 30% nos próximos meses
Para os analistas, o segmento de pequenos e médios bancos concentra oportunidades interessantes, mas também armadilhas de valor; veja as recomendações
Quase 170% em 2025: Ação de banco “fora do radar” quase triplica na bolsa e BTG vê espaço para mais
Alta das ações em 2025 não encerrou a tese: analistas revelam por que ainda vale a pena comprar PINE4 na bolsa
Tchau, B3! Neogrid (NGRD3) pode sair da bolsa com OPA do Grupo Hindiana
Holding protocolou oferta pública de aquisição na CVM para assumir controle da Neogrid e cancelar seu registro de companhia aberta
A reorganização societária da Suzano (SUZB3) que vai redesenhar o capital e estabelecer novas regras de governança
Companhia aposta em alinhamento de grupos familiares e voto em bloco para consolidar estratégia de longo prazo
Gafisa, Banco Master e mais: entenda a denúncia que levou Nelson Tanure à mira dos reguladores
Uma sequência de investigações e denúncias colocou o empresário sob escrutínio da Justiça. Entenda o que está em jogo
Bilionária brasileira que fez fortuna sem ser herdeira quer trazer empresa polêmica para o Brasil
Semanas após levantar US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos, a fundadora da Kalshi revelou planos para desembarcar no Brasil
Raízen (RAIZ4) precisa de quase uma “Cosan” para voltar a um nível de endividamento “aceitável”, dizem analistas
JP Morgan rebaixou a recomendação das ações de Raízen e manteve a Cosan em Neutra, enquanto aguarda próximos passos das empresas