MBRF e os sauditas: um negócio promissor e uma ação que dispara 20% — o que fazer com MBRF3 agora?
Pelo segundo dia seguido, as ações da MBRF subiram forte na bolsa na esteira do anúncio da joint venture com a HPDC, subsidiária integral do fundo soberano da Arábia Saudita
Não é o Rally dos Sertões, mas poderia. Pelo segundo dia consecutivo, a MBRF (MBRF3) fez outras ações comerem poeira na bolsa — nesta terça-feira (28) a alta chegou a 20%, depois entrar em leilão por oscilação máxima permitida, liderando com folga os ganhos do Ibovespa.
A ação estendeu o rali da véspera, quando fechou com alta de 6,45% na esteira do anúncio da expansão da joint venture no Oriente Médio e a criação da Sadia Halal. Você pode saber mais do negócio aqui.
A transação entre a MBRF e a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária integral do fundo soberano da Arábia Saudita, está avaliada em US$ 2,07 bilhões, com faturamento líquido de US$ 2,1 bilhões nos últimos 12 meses até junho, equivalente a 7,3% da receita consolidada da MBRF, e um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 230 milhões.
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O acordo engloba as fábricas e centros de distribuição da MBRF localizados na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos, bem como suas empresas de distribuição no Catar, Kuwait e Omã, além do negócio de exportações diretas de aves, bovinos e produtos processados para clientes na região.
Os ativos da Turquia não fazem parte da transação, assim como as unidades da MBRF no Brasil. O negócio, no entanto, prevê o fornecimento de produtos de frango e bovino da MBRF para Sadia Halal com duração de dez anos renováveis, a partir das fábricas localizadas no Brasil.
A HPDC deterá 10% do capital da Sadia Halal, com possibilidade de chegar a 30% e direito de atingir até 40%. O aumento de participação ocorrerá por meio de aporte de capital, 50% primário e 50% secundário. A empresa afirma que o negócio é o primeiro passo para uma oferta pública de ações (IPO) da companhia, a partir de 2027.
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Vale lembrar que a operação está sujeita à aprovação dos órgãos regulatórios competentes.
Depois de subirem 20%, as ações MBRF3 terminaram o dia com alta de 15,63%, cotadas a R$ 18,50, liderando com folga os ganhos do Ibovespa. O principal índice da bolsa brasileira avançou 0,31%, aos 147.428,90 pontos.
Mercado reage bem, mas a MBRF fez um bom negócio?
Para o Bradesco BBI, a expansão da joint venture da MBRF no Oriente Médio deve apoiar a desalavancagem da empresa. O banco cita a transferência da dívida líquida para o novo negócio, além de injeções de capital da HPDC a múltiplos atrativos.
Segundo os analistas Henrique Brustolin e Pedro Fontana, o acordo visa abrir novas rotas de crescimento para a MBRF no Oriente Médio, estabelecendo uma presença local duradoura em uma região estratégica para a companhia e com foco na segurança alimentar e na autossuficiência.
O BTG Pactual vê com bons olhos a possibilidade de a a empresa estar discutindo explicitamente a abertura de capital da joint venture na bolsa de valores de Riad em algum momento a partir de 2027.
“Isso poderia adicionar outra camada de potencial de desbloqueio de valor para a MBRF no futuro. Em um momento no qual sentimos que os investidores estão cada vez menos confortáveis com a alavancagem da MBRF, especialmente porque o ciclo do frango mostra sinais crescentes de normalização, essa possibilidade é bem-vinda”, dizem os analistas Thiago Duarte e Guilherme Guttilla.
O Itaú BBA, por sua vez, diz que a transação posiciona a MBRF para consolidar sua liderança em geografias Halal de alto crescimento e potencialmente expandir além da avicultura para nichos de carne bovina. No entanto, não acredita que a injeção de capital na MBRF seja um divisor de águas agora.
“Para o curto prazo, ainda acreditamos que haja uma assimetria negativa em relação ao consenso para o ano fiscal de 2026, enquanto o lado comprador antecipa uma normalização no ciclo avícola ao longo de 2026”, dizem os analistas Gustavo Troyano, Bruno Tomazetto e Ryu Matsuyama.
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Negócio promissor e uma ação que dispara 20% — o que fazer com MBRF3 agora?
Para o Bradesco BBI, o valuation dos ativos é um dos principais pontos positivos do negócio. Nos últimos 12 meses, as operações geraram receitas de US$ 2,1 bilhões (cerca de 8% do total da MBRF) e Ebitda de US$ 230 milhões (cerca de 10%).
Apesar disso, o banco manteve a recomendação neutra para a MBFR e afirma que a magnitude do negócio não muda a opinião sobre a empresa até o momento. O preço-alvo é de R$ 24.
O BTG também diz que o momento não é de comprar as ações MBRF3. “Ainda assim elogiamos o acordo como uma oportunidade de desbloquear valor, fortalecer ainda mais a posição da MBRF no que talvez seja sua geografia mais promissora e, potencialmente, solucionar quaisquer preocupações com alavancagem. Atualmente, temos uma posição neutra na MBRF e esperamos atualizar nossas estimativas em breve”, dizem os analistas.
Outro que também reiterou a classificação neutra para as ações da MBRF é o Bank of America. Segundo o BofA, o lucro no curto prazo continua "desafiador, tendo em vista as margens pressionadas da carne bovina nos EUA, margens máximas da BRF e alta alavancagem".
A indicação neutra para as ações, no entanto, não é unânime. O Goldman Sachs manteve a recomendação de compra para as ações da MBRF após a joint venture com a HPDC.
“Vemos a criação da BRF Arabia como um ponto positivo estratégico para a MBRF e esperamos que as ações sejam negociadas em alta, já que a plataforma provavelmente fornecerá suporte durante os ciclos voláteis do frango por meio da exposição a uma região de rápido crescimento com alto poder de compra e uma estrutura de preços de custo mais margem", disse o banco em relatório.
O Goldman projeta preço-alvo da MBRF em 12 meses de R$ 27,80, considerando que as ações serão negociadas a 7,1 vezes o múltiplo de Ebtida.
De acordo com o banco, os riscos para queda das ações são:
- alta alavancagem
- inflexão negativa abrupta no ciclo de lucros da BRF
- desaceleração cíclica mais longa do que o esperado na carne bovina dos Estados Unidos
- potenciais embargos de exportação
- proibições e/ou interrupções sanitárias
- potenciais litígios em regiões produtoras importantes, como os EUA e o Brasil
- eventual valorização significativa do real
- deterioração macroeconômica geral
- demanda global por proteína mais fraca do que o esperado
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