Itaú (ITUB4), Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) têm lucros 22% maiores em 2024, mas ‘elemento mágico’ que fez os bancões lucrarem tanto pode não existir em 2025
Com a previsão de alta dos juros e desaceleração econômica, os bancos esperam colocar pé no freio em determinadas linhas de negócio
R$ 74,8 bilhões: este foi o lucro líquido dos três maiores bancos privados do Brasil.
Juntos, Itaú (ITUB4), Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) lucraram 22,1% a mais em 2024 do que no ano anterior, segundo dados compilados pelo Estadão.
Essa bonança foi alavancada pelo crescimento do crédito, um cenário que deve mudar em 2025. Com a previsão de alta dos juros e desaceleração econômica, os bancos esperam colocar pé no freio.
Um panorama dos resultados dos bancos
A maior expansão de carteira foi a do Itaú, com crescimento de 15,5% em um ano.
Houve influência do câmbio, que eleva o saldo de empréstimos a empresas denominados em dólar, mas o banco também cresceu entre micro, pequenas e médias empresas e na carteira de pessoas físicas. Em ambos os casos, o foco foi nos clientes com melhor capacidade de pagamento.
Em cartões de crédito, por exemplo, o banco teve crescimento de 4,9% em relação ao final de 2023. Essa expansão foi concentrada nos segmentos Uniclass e Personnalité, de média e alta renda, em que a alta da carteira no mesmo período foi de 17,5%.
Leia Também
Veja aqui o balanço completo do quarto trimestre de 2024 (4T24) do Itaú (ITUB4).
No Santander, o foco foi em determinadas linhas de crédito. Na financeira, por exemplo, o banco teve crescimento de 20% na carteira de automóveis, em que aposta para ampliar as vendas cruzadas de produtos e serviços à base de clientes. Em cartões, 88% dos clientes são correntistas.
"Nós não fazemos a gestão do banco pela margem financeira bruta, mas sim pela margem líquida, ajustada pelo risco", afirmou o presidente do Itaú, Milton Maluhy. Com esse foco, entre 2022 e o ano passado, o banco reduziu de forma relevante a exposição a clientes de maior risco, como os de baixa renda.
Veja aqui o balanço completo do 4T24 do Santander (SANB11).
O Bradesco também deu maior destaque à margem financeira líquida, que cresceu 32,7% no ano passado com a queda de 24,9% nas provisões contra a inadimplência. "Não estou trabalhando com a expectativa de que a gente tenha problema na inadimplência, estamos muito seguros com o que estamos originando", disse o presidente do banco, Marcelo Noronha, em entrevista à imprensa.
Veja aqui o balanço completo do 4T24 do Bradesco (BBDC4).
O que esperar dos ‘bancões’ em 2025?
Para 2025, há expectativa de aumento da rentabilidade, sim, mas contando com crescimento menor da carteira de crédito. O Itaú prevê alta de até 8,5%, por exemplo, e considera que a margem deve ter expansão maior, de até 11,5%.
O Santander não informa guidances, mas também sinalizou que o ano será de desaceleração. "É provável crescer na mesma ordem de grandeza de 2024. É pouco provável nós crescermos mais", disse o presidente do banco, Mário Leão, à imprensa.
No Bradesco, a expectativa é crescer de 4% a 8%. No ano passado, o banco expandiu a carteira de crédito em 11,9%, em uma retomada após dois anos de desaceleração para reverter o crescimento na inadimplência da carteira. "Tem uma regulagem do nosso apetite a risco, que se reflete no nosso guidance", afirmou Noronha.
O motivo para as projeções menos otimistas é a deterioração do cenário macroeconômico, com a alta dos juros.
Além de consumir uma fatia maior da renda das famílias, a Selic mais alta deve colocar um freio na atividade, aumentando o desemprego. Tudo para conter a inflação, que ainda deve fechar o ano acima do teto da meta oficial.
O Itaú, por exemplo, prevê que a Selic chegará a 15,75% ao ano no final de 2025, 2,5 pontos porcentuais acima do patamar atual.
A equipe de análise econômica do Bradesco afirmou, em relatório divulgado na quarta-feira (5), que a probabilidade de uma recessão no segundo semestre ficou maior.
Estes cenários se refletem em outros pontos das projeções dos bancos.
O Itaú, por exemplo, espera que as provisões contra a inadimplência cresçam neste ano.
"Vemos o patamar de provisionamento do banco como resultado da incorporação de um cenário muito desafiador, o que pode deixar espaço para reversão caso a economia mostre resiliência, ou formar um escudo caso o cenário ruim se confirme", afirmou o analista Gustavo Schroden, do Citi, em relatório.
A equipe do Safra considerou que embora apontem na mesma direção, os guidances de Itaú e Bradesco contam histórias diferentes.
"Diferente do guidance do Itaú, que tem tom conservador e parece desenhado para ser superado, o do Bradesco parece ter um alvo que exige grande esforço, especialmente considerando a alta de 15% esperada para a margem líquida", escreveu o analista Daniel Vaz.
Maluhy, do Itaú, disse que o banco está preparado para crescer mais que o previsto se houver espaço. "A nossa velocidade de reação para qualquer cenário que venha à frente é muito rápida. Não são decisões que você toma em 30 ou 60 dias, são decisões que você toma todos os dias", afirmou em teleconferência com analistas.
Noronha deu sinais na mesma direção. Segundo ele, o Bradesco começou a desacelerar o crédito já no quarto trimestre do ano passado, mas não descarta surpresa positiva caso o cenário-base do mercado não se confirme.
* Com informações do Estadão Conteúdo.
CSN (CSNA3) terá modernização de usina em Volta Redonda ‘reembolsada’ pelo BNDES com linha de crédito de R$ 1,13 bilhão
Banco de fomento anunciou a aprovação de um empréstimo para a siderúrgica, que pagará por adequações feitas em fábrica da cidade fluminense
De dividendos a ações resgatáveis: as estratégias das empresas para driblar a tributação são seguras e legais?
Formatos criativos de remuneração ao acionista ganham força para 2026, mas podem entrar na mira tributária do governo
Grupo Toky (TOKY3) mexe no coração da dívida e busca virar o jogo em acordo com a SPX — mas o preço é a diluição
Acordo prevê conversão de debêntures em ações, travas para venda em bolsa e corte de até R$ 227 milhões em dívidas
O ano do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11): como cada banco terminou 2025
Os balanços até setembro revelam trajetórias muito diferentes entre os gigantes do setor financeiro; saiba quem conseguiu navegar bem pelo cenário adverso — e quem ficou à deriva
A derrocada da Ambipar (AMBP3) em 2025: a história por trás da crise que derrubou uma das ações mais quentes da bolsa
Uma disparada histórica, compras controversas de ações, questionamentos da CVM e uma crise de liquidez que levou à recuperação judicial: veja a retrospectiva do ano da Ambipar
Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas
O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores
O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira
A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo
Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar
De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez
Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet
Faltando quatro dias úteis para o fim do trimestre, os papéis da companhia devem registrar a maior queda desde 2001
Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor
A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup