Fundos de ações ESG registram fuga de capitais no primeiro trimestre, enquanto fundos de renda fixa sustentáveis atraem investidores
Movimento reflete cautela dos investidores com volatilidade e busca por maior proteção em ativos de renda fixa sustentáveis, aponta pesquisa da Morningstar

O cenário para fundos sustentáveis ficou mais complexo em 2025, com pressões geopolíticas, mudanças regulatórias e um retrocesso no apoio governamental – em especial dos EUA – a pautas ESG em mercados-chave.
Os fundos sustentáveis globais registraram saídas líquidas recordes de US$ 8,6 bilhões (aproximadamente R$ 48,5 bilhões) no primeiro trimestre de 2025, segundo o relatório Global Sustainable Fund Flows da Morningstar publicado agora em abril.
Este movimento contrasta com os US$ 18,1 bilhões (cerca de R$ 102 bilhões) de captações líquidas registradas no trimestre anterior, sinalizando uma mudança drástica no apetite dos investidores por produtos ESG (ambientais, sociais e de governança).
- SAIBA MAIS: Declaração completa ou simplificada? Saiba qual a melhor para você no Guia do Imposto de Renda 2025
O universo analisado pela Morningstar inclui tanto fundos abertos quanto ETFs, que, por meio de seus documentos oficiais, declaram ter foco em sustentabilidade, impacto ou fatores ambientais, sociais e de governança.
Esses fundos e ETFs são divididos em três grandes regiões: Europa, Estados Unidos e Resto do Mundo — com dados mais detalhados para mercados como Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Japão. Outros países asiáticos, como China, Índia e Coreia do Sul, são agrupados sob a categoria "Ásia ex-Japão" devido ao seu menor volume de ativos.
Europa e EUA lideram o movimento de retirada de capital de fundos ESG
De acordo com o levantamento da Morningstar, a Europa, historicamente o maior mercado de fundos ESG, experimentou seu primeiro trimestre de saídas líquidas desde 2018, com resgates de aproximadamente US$ 1,2 bilhão. Já os Estados Unidos enfrentaram a décima retração trimestral consecutiva, com retiradas de US$ 6,1 bilhões.
Leia Também
O estudo mostra essa reversão nas tendências trimestrais de captação, evidenciando o impacto do ambiente político, como o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA, que enfraqueceu o compromisso com políticas ambientais e iniciativas de diversidade.
Na Ásia (ex-Japão) – o grupo de países asiáticos que inclui China, Índia e Coreia do Sul, mas exclui o Japão –, as saídas foram de US$ 918 milhões, enquanto Canadá e Austrália/Nova Zelândia foram exceções positivas, com entradas líquidas de cerca de US$ 300 milhões cada.
Crescimento expressivo nos fundos de renda fixa ESG
Em contraste com a saída de capital dos fundos de ações ESG, o levantamento aponta que os fundos de renda fixa sustentável se beneficiaram da busca dos investidores por proteção e estabilidade, especialmente em um ambiente de juros elevados e volatilidade nos mercados acionários.
O relatório indica que a renda fixa foi o único segmento ESG com captação líquida positiva expressiva no trimestre, somando US$ 14 bilhões em entradas. Este é o maior volume captado pelo segmento em mais de um ano, segundo a Morningstar.
De acordo com os analistas da empresa a realocação de recursos entre ações e renda fixa ESG reflete tanto o ambiente macroeconômico desafiador quanto mudanças estruturais na demanda por investimentos sustentáveis.
Além disso, o aumento da regulamentação contra o greenwashing na Europa e a intensificação da polarização política sobre temas ESG nos Estados Unidos têm incentivado os gestores e investidores a serem mais criteriosos na escolha de produtos sustentáveis.
- E MAIS: Calendário de resultados desta semana inclui Weg, Santander e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
Ativos ESG globais caem para US$ 3,16 trilhões
O relatório da Morningstar mostra que o volume total de ativos sob gestão em fundos sustentáveis caiu marginalmente, fechando março em US$ 3,16 trilhões, impactado também pela fraqueza no mercado acionário norte-americano.
De acordo com o relatório, 84% desses ativos estão concentrados na Europa e apenas 10% nos EUA.
Outro dado relevante: o lançamento de novos fundos sustentáveis atingiu o pior patamar em anos, com apenas 54 novos produtos no trimestre, frente a 105 no trimestre anterior.
Essa retração é atribuída ao ambiente regulatório mais rigoroso, à crescente aversão a acusações de greenwashing e ao ceticismo sobre a performance de setores sustentáveis, como o de energia limpa.
Rebranding e fechamento de fundos: adaptação às novas regras
O estudo também destaca um aumento expressivo nas mudanças de nome de fundos sustentáveis na Europa: 335 fundos alteraram suas designações, sendo que 116 retiraram referências a ESG, em antecipação às novas regras da União Europeia contra greenwashing.
As novas diretrizes da Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA, na sigla em inglês) para combater o greenwashing entraram em vigor em agosto de 2024. Fundos que já existiam antes da aplicação das diretrizes receberam um período de transição de seis meses, ou seja, até 21 de maio de 2025.
Essas regras estabelecem padrões mínimos para o uso de termos como "ESG", "sustentável" ou "impacto" nos nomes dos fundos comercializados na União Europeia. Os fundos que utilizam esses termos devem garantir que pelo menos 80% de seus ativos estejam alinhados com objetivos sustentáveis da UE e excluir investimentos em setores como combustíveis fósseis ou poluentes pesados.
Além disso, 94 fundos europeus foram liquidados ou fundidos no trimestre, enquanto os Estados Unidos bateram recorde histórico, com 20 fechamentos.
Apesar do ambiente desafiador, a BlackRock continua dominando o mercado de fundos ESG, com cerca de US$ 403 bilhões em ativos sob gestão globalmente. O UBS (US$ 179 bilhões) e a Amundi (US$ 178 bilhões) aparecem na sequência.
Itaú BBA inicia cobertura das construtoras brasileiras de baixa renda e já tem sua favorita
Para o banco, as construtoras estão em seus melhores dias devido à acessibilidade no nível mais alto já registrado
99 Food acelera investimentos no Brasil e intensifica batalha com iFood pelo delivery de comida brasileiro
A companhia agora prevê investir R$ 2 bilhões no primeiro ano de operação. O que está por trás da estratégia?
Prio (PRIO3) recebe aval final do Ibama e obtém licença para instalação dos poços de Wahoo, no Espírito Santo
Com a autorização, a petroleira iniciará a interligação submarina (tieback) de até onze poços à unidade flutuante de Frade
BTG eleva preço-alvo da Vale (VALE3) e prevê dividendos extraordinários, mas não muda recomendação; é hora de comprar?
Estratégia comercial e redução de investimentos contribuem para elevação do preço-alvo do ADR para US$ 11, enquanto valuation e fluxo de caixa fazem o banco “pensar duas vezes”
Itaú BBA sobre Eletrobras (ELET3): “empresa pode se tornar uma das melhores pagadoras de dividendos do setor elétrico”
Se o cenário de preços de energia traçado pelos analistas do banco se confirmar, as ações da companhia elétrica passarão por uma reprecificação, combinando fundamentos sólidos com dividend yields atrativos
O plano do Google Cloud para transformar o Brasil em hub para treinamento de modelos de IA
Com energia limpa, infraestrutura moderna e TPUs de última geração, o Brasil pode se tornar um centro estratégico para treinamento e operação de inteligência artificial
Banco Master: quais as opções disponíveis após o BC barrar a venda para o BRB?
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, há quatro cenários possíveis para o Master
Pague Menos (PGMN3) avalia emissão de R$ 250 milhões e suspende projeções financeiras: o que está em jogo?
Com um nível de endividamento alarmante para acionistas, a empresa pretende reforçar o caixa. Entenda o que pode estar por trás da decisão
Ânima Educação (ANIM3) abocanha fatia restante da UniFG e aumenta aposta em medicina; ações sobem na bolsa hoje
A aquisição inclui o pagamento de eventual valor adicional de preço por novas vagas de medicina
Natura (NATU3) vai vender negócios da Avon na América Central por 1 dólar… ou quase isso
A transação envolve as operações da Avon na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana; entenda a estratégia da Natura
Nas turbulências da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL54): investir nas ações das aéreas é um péssimo negócio ou a ‘pechincha’ é tanta que vale a pena?
No mercado financeiro, é consenso que o setor aéreo não é fácil de navegar. Mas, por mais que tantas variáveis joguem contra as empresas, uma recuperação da Azul e da Gol estaria no horizonte?
Como a Braskem (BRKM5) foi do céu ao inferno astral em apenas alguns anos — e ainda há salvação para a petroquímica?
Com prejuízo, queima de caixa ininterrupta e alavancagem elevada, a Braskem vivencia uma turbulência sem precedentes. Mas o que levou a petroquímica para uma situação tão extrema?
Construtoras sobem até 116% em 2025 — e o BTG ainda enxerga espaço para mais valorização
O banco destaca o impacto das mudanças recentes no programa Minha Casa, Minha Vida, que ampliou o público atendido e aumentou o teto financiados para até R$ 500 mil
Mesmo com acordo bilionário, ações da Embraer (EMBR3) caem na bolsa; entenda o que está por trás do movimento
Segundo a fabricante brasileira de aeronaves, o valor de tabela do pedido firme é de R$ 4,4 bilhões, excluindo os direitos de compra adicionais
Boeing é alvo de multa de US$ 3,1 milhões nos EUA por porta ejetada de 737-Max durante voo
Administração Federal de Aviação dos EUA também apontou que a fabricante apresentou duas aeronaves que não estavam em condições de voo e de qualidade exigido pela agência
Petrobras (PETR4) passa a integrar o consórcio formado pela Shell, Galp e ANP-STP após aquisição do bloco 4 em São Tomé e Príncipe
Desde fevereiro de 2024, a estatal atua no país, quando adquiriu a participação nos blocos 10 e 13 e no bloco 11
Azul (AZUL4) e Gol (GOLL54) lideram as altas da B3 nesta sexta-feira (12), em meio à queda do dólar e curva de juros
As companhias aéreas chegaram a saltar mais de 60% nesta semana, impulsionadas pela forte queda do dólar e da curva de juros
Simplificação do negócio da Raízen é a chave para a valorização das ações RAIZ4, segundo o BB Investimentos
A companhia tem concentrado esforços para reduzir o endividamento, mas a estrutura de capital ficará desequilibrada por um tempo, mesmo com o avanço de outros desinvestimentos, segundo o banco
Nova aposta do Méliuz (CASH3) para turbinar rendimentos com bitcoin (BTC) traz potencial de alta de mais de 90% para as ações, segundo o BTG
Para os analistas do banco, a nova negociação é uma forma de vender a volatilidade da criptomoeda mais valiosa do mundo e gerar rendimento para os acionistas
BTG vê avanço da Brava (BRAV3) na redução da dívida e da alavancagem, mas faz um alerta
Estratégia de hedge e eficiência operacional sustentam otimismo do BTG, mas banco reduz o preço-alvo da ação