Fundadores da Tok&Stok farão oferta pelo controle da Mobly (MBLY3) — mas querem um desconto pelas ações
A Mobly controla a Tok&Stok desde agosto de 2024, mas família fundadora da empresa adquirida ficou insatisfeita com o arranjo

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite do último sábado (1), a Mobly (MBLY3) comunicou ao mercado que a família Dubrule, fundadora da Tok&Stok, têm a intenção de adquirir o controle da companhia — mas por um "preço camarada".
A varejista de móveis disse ter recebido, na noite de sexta-feira (28), uma correspondência do casal fundador da Tok&Stok, Régis Edouard Alain Dubrule e Ghislaine Thérèse de Vaulx Dubrule, além de Paul Jean Marie Dubrule (na posição de procurador de Régis Dubrule), a respeito da sua intenção de formular uma oferta pública de aquisição (OPA) de até 100% das ações para obter o controle da Mobly.
"Com base em sua larga experiência no setor de varejo de móveis e decoração, os Potenciais Ofertantes acreditam firmemente em sua capacidade de impulsionar os resultados da Mobly, como fizeram com a Tok&Stok ao longo do período em que foi conduzida pelos Potenciais Ofertantes", diz a correspondência, anexada ao fato relevante.
- VEJA TAMBÉM: cobertura completa da temporada de balanços - Saiba o que esperar do mercado e como se posicionar
Acontece que os Dubrule querem um desconto: o preço da oferta deve ficar em R$ 0,68 por ação MBLY3, cerca de metade do preço pelo qual o papel é negociado hoje na B3.
A Mobly adquiriu a sua então concorrente em agosto de 2024, em um arranjo feito com a gestora SPX, que havia passado a controlar a Tok&Stok após ter assumido a operação de private equity do Carlyle no Brasil.
Na ocasião, a Mobly fez um aumento de capital para adquirir a participação da SPX na Tok&Stok, mas Régis e Ghislaine foram contra a operação.
Leia Também
A intenção da família, na época, era que a Tok&Stok fizesse um aumento de capital e uma conversão de dívida em capital, o que de toda forma daria saída para a SPX, que não colocaria mais dinheiro no negócio e, com isso, seria diluída. A gestora, no entanto, foi contra e optou pela fusão com a Mobly.
Em entrevista ao Neofeed à época, Régis Dubrule disse acreditar que o aumento de capital seria capaz de "salvar" a Tok&Stok, que passava por dificuldades; já a Mobly era, segundo ele, "um avião caindo" desde a sua criação, que "nunca ganhou dinheiro" e iria "se espatifar", podendo derrubar a Tok&Stok junto após a fusão.
Como deve funcionar a OPA pelas ações da Mobly (MBLY3)
Na carta enviada à Mobly, os Dubrule detalham a OPA pretendida, cujo edital deve ser divulgado em 45 dias. A oferta visa a adquirir no mínimo 85 milhões de ações da companhia, podendo chegar até 122.763.403 ações, o que corresponde, hoje, a 100% dos papéis emitidos pela empresa.
O preço a ser ofertado no âmbito da OPA será de R$ 0,68 por ação, o que hoje representa um desconto de cerca de 50% em relação ao preço de tela dos papéis MBLY3, que fecharam cotados a R$ 1,39 na última sexta-feira.
Isso significa que os Dubrule poderiam desembolsar no mínimo R$ 57,8 milhões, podendo chegar a R$ 83,5 milhões por 100% da Mobly, cuja capitalização de mercado é hoje de R$ 170,6 milhões.
O mais comum, numa situação como essa, seria a oferta de um prêmio sobre o preço de tela. Mas, segundo a coluna Pipeline do Valor Econômico, que antecipou a notícia, o argumento dos Dubrule é de que a Mobly segue queimando caixa, não tem liquidez em bolsa para uma referência mais acurada de preço e, principalmente, não tem qualquer outra proposta ou caminho em vista para "resgatar" a companhia e torná-la rentável.
- VEJA MAIS: Ibovespa ignora IPCA-15 e sobe em 2025 de olho na eleições; confira 10 ações para investir nesse cenário
A Mobly ainda não divulgou os resultados do quarto trimestre de 2024, mas nos nove primeiros meses do ano acumulou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo em R$ 6,4 milhões, além de prejuízo líquido de R$ 58,7 milhões, apesar de ter visto um crescimento de 8,5% na receita operacional líquida.
Segundo fontes ouvidas pelo Pipeline, a visão dos Dubrule é de que a Mobly precisará de uma capitalização em breve.
O desempenho dos papéis MBLY3 na bolsa também não tem sido bom. As ações acumulam baixa de mais de 40% nos últimos 12 meses.
Condições da oferta
A oferta está sujeita ainda a outras condições, como:
- Aprovação, em assembleia geral de acionistas da Mobly, de alteração no estatuto social da companhia que resulte na extinção da cláusula de poison pill ("pílula de veneno", a qual obriga à realização de uma OPA quando um acionista atinge participação acionária relevante);
- Subscrição e integralização das debêntures de primeira emissão da Tok&Stok pela integralidade dos credores detentores de Créditos Sujeitos – Dívidas Reestruturação 2023, nos termos e conforme definição constante do plano de recuperação extrajudicial da Tok&Stok;
- E renúncia, pelos credores da Tok&Stok, do direito de declarar vencimento antecipado da dívida caso a OPA seja bem-sucedida e a reforma estatutária aprovada.
Como os ofertantes ainda detêm participação acionária relevante na Tok&Stok (quase 39% do seu capital social, segundo a carta), eles informaram também ter a intenção de, no prazo máximo de seis meses após a OPA, adotar as medidas necessárias para que a Mobly incorpore as ações emitidas pela Tok&Stok, a fim de manter um alinhamento de interesses entre todos os acionistas.
"Conforme exposto acima, os Potenciais Ofertantes têm a convicção de que o sucesso da OPA beneficiará a Mobly, a Tok&Stok e todos os stakeholders das referidas companhias — inclusive os atuais acionistas que optarem por vender suas ações no leilão da OPA, assegurando-lhes liquidez ao seu investimento", diz a carta dos Dubrule.
Os ofertantes explicam ainda que, dadas as necessidades de assembleia para aprovar a reforma estatutária e obtenção da anuência dos debenturistas, não seria factível realizar o leilão da OPA no prazo de 30 a 45 dias a partir da publicação do edital, conforme determina a regulamentação da CVM.
Assim, na carta, os Dubrule pediram que a Mobly divulgasse sua intenção de fazer uma OPA em fato relevante e adotasse todas as medidas necessárias para a realização da assembleia o mais rápido possível. Também solicitaram que a companhia se abstivesse de se manifestar sobre o méritos da proposta até a publicação do edital da oferta.
"Pelas mesmas razões expostas acima, os Potenciais Ofertantes informam, ainda, que iniciarão, também de forma imediata, a negociação com os Credores visando a assegurar a obtenção da Anuência dos Debenturistas", diz o documento.
*Com informações do Pipeline e do Neofeed
Dividendos e JCP: saiba quanto a Multiplan (MULT3) vai pagar dessa vez aos acionistas e quem pode receber
A administradora de shopping center vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira os detalhes
Compra do Banco Master: BRB entrega documentação ao BC e exclui R$ 33 bi em ativos para diminuir risco da operação
O Banco Central tem um prazo de 360 dias para analisar a proposta e deliberar pela aprovação ou recusa
Prio (PRIO3): Santander eleva o preço-alvo e vê potencial de valorização de quase 30%, mas recomendação não é tão otimista assim
Analistas incorporaram às ações da petroleira a compra da totalidade do campo Peregrino, mas problemas em outro campo de perfuração acende alerta
Estreia na Nyse pode transformar a JBS (JBSS32) de peso-pesado brasileiro a líder mundial
Os papéis começaram a ser negociados nesta sexta-feira (13); Citi avalia catalisadores para os ativos e diz se é hora de comprar ou de esperar
Minerva (BEEF3) entra como terceira interessada na incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3); saiba quais são os argumentos contrários
Empresa conseguiu autorização do Cade para contribuir com dados e pareceres técnicos
“Com Trump de volta, o greenwashing perde força”, diz o gestor Fabio Alperowitch sobre nova era climática
Para o gestor da fama re.capital, retorno do republicano à Casa Branca acelera reação dos ativistas legítimos e expõe as empresas oportunistas
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio
Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder
A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior
Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo
Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor
Dividendo de R$ 1,5 bilhão da Rumo (RAIL3) é motivo para ficar com o pé atrás? Os bancos respondem
O provento representa 70% do lucro líquido do último ano e é bem maior do que os R$ 350 milhões distribuídos na última década. Mas como fica a alavancagem?
O sinal de Brasília que faz as ações da Petrobras (PETR4) operarem na contramão do petróleo e subirem mais de 1%
A Prio e a PetroReconcavo operam em queda nesta quinta-feira (12), acompanhando os preços mais baixos do Brent no mercado internacional
Dia dos Namorados: por que nem a solteirice salva apps de relacionamento como Tinder e Bumble da crise de engajamento
Após a pandemia, dating apps tiveram uma queda grande no número de “pretendentes”, que voltaram antigo método de conhecer pessoas no mundo real
Bradesco (BBDC4) surpreende, mas o pior ficou para trás na Cidade de Deus? Mercado aumenta apostas nas ações e diretor revela o que esperar
Ações disparam após balanço e, dentro da recuperação “step by step”, banco mira retomar níveis de rentabilidade (ROE) acima do custo de capital
Despedida da Wilson Sons (PORT3) da bolsa: controladora registra OPA; veja valor por ação
Os acionistas que detém pelo menos 10% das ações em circulação têm 15 dias para requerer a realização de nova avaliação sobre o preço da OPA
A Vamos (VAMO3) está barata demais? Por que Itaú BBA ignora o pessimismo do mercado e prevê 50% de valorização nas ações
Após um evento com os executivos, os analistas do banco reviram suas premissas e projetam crescimento de lucro para 2025 e 2026
A notícia que derruba a Braskem (BRKM5) hoje e coloca as ações da petroquímica entre as maiores baixas do Ibovespa
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o empresário Nelson Tanure falaram sobre o futuro da companhia e preocuparam os investidores
T4F (SHOW3) propõe pagar R$ 1,5 milhão para encerrar processo sobre trabalho análogo à escravidão no Lollapalooza, mas CVM rejeita
Em 2023, uma fiscalização identificou que cinco funcionários da Yellow Stripe, contratada da T4F para o festival, estavam dormindo no local em colchonetes de papelão
Em meio ao ânimo com o Minha Casa Minha Vida, CEO da Direcional (DIRR3) fala o que falta para apostar mais pesado na Faixa 4
O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo sobre a Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, expectativas para a empresa, a Riva, os principais desafios para a companhia e o cenário macro
Petrobras (PETR4) respira: ações resistem à queda do petróleo e seguem entre as maiores altas do Ibovespa hoje
No dia anterior, a estatal foi rebaixada por grandes bancos, que estão de olho das perspectivas para os preços das commodity
AgroGalaxy (AGXY3) reduz prejuízo no 1T25, mas receita despenca 80% em meio à recuperação judicial
Tombo no faturamento decorre do cancelamento da carteira de pedidos da safrinha de milho, tradicionalmente o principal negócio do período para distribuidoras de insumos agrícolas