Diretores de empresas listadas têm salários médios de R$ 5,6 milhões anuais no Brasil; JBS (JBSS3) vai além, com R$ 32,8 mi, e Brisanet (BRIT3) fica aquém, com R$ 500 mil
Relatório da XP analisou a remuneração média de diretores estatutários de 152 empresas de capital aberto, entre os anos de 2021 a 2024. Veja os destaques
O texto foi atualizado a pedido da XP, que informou ter tirado o relatório do ar para rever os cálculos. Referências à Prio foram retiradas à pedido do banco.
O que significaria para a sua remuneração anual ter aumentos salariais numa taxa média de 28,6% ao ano? Para quem ganha R$ 100 mil ao ano, trata-se de um aumento de quase R$ 30 mil no acumulado de 12 meses — um bom dinheiro. Mas a realidade para grande parte dos brasileiros é que as empresas malemá corrigem a inflação.
Para uma minoria, composta pelos nomes marcados no assento das diretorias de companhias de capital aberto do país, a realidade é a dos 28,6% de correção anual.
- SAIBA MAIS: Comprou criptomoedas em 2024? Baixe o Guia do Imposto de Renda 2025 e veja como declarar seus investimentos
É isto o que mostra um relatório da XP, que compilou a remuneração média de diretores estatutários de 152 empresas listadas, entre os anos de 2021 e 2024.
Nestes quatro anos, a taxa de crescimento anual composta (CAGR) dos salários desses executivos foi de 28,6% — para efeito comparativo, a inflação média no mesmo período foi de 6,3%, um número alto devido à inflação maior registrada em 2021, de 10,06%.
Com isso, ao fim de 2024, a remuneração média de um diretor estatutário em empresas brasileiras era de R$ 5,6 milhões.
Leia Também
Empresas listadas que pagam acima da média
As companhias que pagam salários acima da média para seus diretores oferecem remuneração quase seis vezes maior, segundo o relatório.
O teto foi da JBS (JBSS3), com uma média de R$ 32,8 milhões, considerando os quatro anos verificados. Em 2021, o diretor da empresa recebia R$ 16,2 milhões por ano. Em 2024, esse salário saltou para R$ 61,7 milhões.
A Hapvida (HAPV3), que ocupa o segundo lugar, é um ponto fora da curva: a tendência dos salários dos diretores no período analisado tem sido de queda.
Em 2021, a remuneração anual era de R$ 9,5 milhões. Aumentou enormemente para R$ 39,2 milhões em 2022 e, desde então, caiu até R$ 22,3 milhões no ano passado. A média da empresa ficou em R$ 24,4 milhões.
Cosan (CSAN3) e Vale (VALE3), terceiro e quarto lugar, respectivamente, não tiveram grandes alterações de salários entre 2021 e 2024. As remunerações ficaram na faixa dos R$ 20 milhões, próximas de suas médias.
| Empresa (ticker) | Média (4 anos) - milhões | Remuneração anual (2021) - milhões | Remuneração anual (2022) - milhões | Remuneração anual (2023) - milhões | Remuneração anual (2024) - milhões |
|---|---|---|---|---|---|
| JBS (JBSS3) | R$ 32,8 | R$ 16,2 | R$ 25,2 | R$ 28,2 | R$ 61,7 |
| Hapvida (HAPV3) | R$ 24,4 | R$ 9,5 | R$ 39,2 | R$ 26,6 | R$ 22,3 |
| Cosan (CSAN3) | R$ 22,3 | R$ 21,2 | R$ 20,1 | R$ 22,4 | R$ 25,6 |
| Vale (VALE3) | R$ 20,9 | R$ 21,4 | R$ 21,4 | R$ 18,6 | R$ 22 |
Vale destacar que a quantidade de diretores remunerados varia de acordo com a empresa e pode não corresponder ao número de membros na estrutura. Segundo o relatório, para as empresas analisadas, a quantidade variou de dois a 93 diretores, com uma média geral de sete.
- VEJA TAMBÉM: Empresa brasileira que pode ‘surpreender positivamente’ é uma das 10 melhores ações para comprar agora – confira recomendação
Estatais pagam menos
Embora a média geral das 152 empresas seja de um salário anual de R$ 5,6 milhões, esse número é bastante influenciado pelos pagamentos das companhias privadas.
Quando se separam as empresas estatais deste montante, o número muda consideravelmente.
Nas companhias privadas, a remuneração média por diretor estatutário é de R$ 7,2 milhões, quase três vezes maior que os R$ 2,7 milhões pagos pelas quatro estatais analisadas.
Na Petrobras (PETR4), por exemplo, a média do salário dos diretores foi de R$ 4,2 milhões, enquanto seus pares Prio e Cosan estão no teto do ranking.
Outro exemplo é o do Banco do Brasil (BBAS3). Os diretores da estatal receberam, em média, R$ 2,3 milhões nos últimos quatro anos, enquanto seus pares do Itaú (ITUB4) embolsaram R$ 16,8 milhões no mesmo período.
| Empresa (ticker) | Remuneração em 2024 - milhões |
|---|---|
| Petrobras (PETR4) | R$ 4,5 |
| Banco do Brasil (BBAS3) | R$ 2,2 |
| Cemig (CMIG4) | R$ 2,3 |
| Sabesp (SBSP3)* | R$ 1,2 |
Fonte: XP
Menores salários de diretores
As empresas que pagam os menores salários aos seus diretores oferecem valores até cinco vezes menores que a média geral.
A última empresa da lista, a Brisanet (BRIT3), manteve a remuneração praticamente estável em quatro anos e fechou com média de R$ 500 mil.
Um degrau acima está a Ambipar (AMBP3), com uma média de R$ 700 mil anuais aos seus executivos estatutários. Em quatro anos, entretanto, a empresa dobrou a remuneração, que era de R$ 500 mil em 2021 e chegou a R$ 1 milhão em 2024.
A Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que aparece na sequência, é um caso de queda nos salários nos últimos anos. Em 2021, os diretores receberam R$ 1,1 milhão. No ano passado, os pagamentos foram de R$ 700 mil — mesmo valor da média de quatro anos.
Fecham o top 5 as empresas BR Partners (BRBI11) e Sabesp (SBSP3), com médias de R$ 1 milhão e R$ 1,1 milhão, respectivamente.
| Empresa (ticker) | Média (4 anos) - milhão | Remuneração anual (2021) - milhão | Remuneração anual (2022) - milhão | Remuneração anual (2023) - milhão | Remuneração anual (2024) - milhão |
|---|---|---|---|---|---|
| Sabesp (SBSP3) | R$ 1,1 | R$ 0,9 | R$ 0,9 | R$ 1,4 | R$ 1,2 |
| BR Partners (BRBI11) | R$ 1,0 | R$ 0,7 | R$ 0,3 | R$ 1,4 | R$ 1,8 |
| Metalúrgica Gerdau (GOAU4) | R$ 0,7 | R$ 1,1 | R$ 0,6 | R$ 0,6 | R$ 0,7 |
| Ambipar (AMBP3) | R$ 0,7 | R$ 0,5 | R$ 0,7 | R$ 0,7 | R$ 1,0 |
| Brisanet (BRIT3) | R$ 0,5 | R$ 0,4 | R$ 0,4 | R$ 0,5 | R$ 0,5 |
- Observação: Os analistas da XP utilizaram as informações do banco de dados do Portal Aberto da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Desde 2021, as companhias de capital aberto são obrigadas a divulgar as políticas e práticas de remuneração aplicáveis aos seus conselheiros e diretores estatutários e não estatutários.
Entre dividendos e JCP: Suzano (SUZB3), Isa (ISAE4), Porto Seguro (PSSA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam pacote bilionário aos acionistas
Dividendos, JCP e bonificações movimentam quase R$ 4 bilhões em operações aprovadas na última sexta-feira antes do Natal
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes
Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%
Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural
Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos
O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
