Banco do Brasil (BBAS3), C&A (CEAB3), Vivo (VIVT3) e mais: os destaques positivos e negativos do 2T25 na opinião do Santander
Em meio a um cenário macroeconômico conturbado, além do BB, Lojas Renner (LREN3), BTG Pactual (BPAC11), RD Saúde (RADL3) também estão no radar dos investidores
As expectativas com a temporada de resultados corporativos só cresce, e é a vez do Santander fazer suas previsões com o que os investidores locais devem esperar da rodada de balanços do segundo trimestre de 2025.
Em um cenário ainda marcado por incertezas econômicas e políticas, o banco acredita que as empresas ligadas ao consumo doméstico podem ter desempenho positivo — mas destaca que há riscos no caminho.
Segundo relatório assinado por Aline de Souza e Guilherme Bellizzi, os números devem mostrar avanço médio de 11% na receita líquida, 14% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e 5% no lucro líquido, na comparação anual.
- VEJA TAMBÉM: O que você precisa saber para investir agora? O Touros e Ursos, podcast do Seu Dinheiro, convida os principais especialistas do mercado para dar o veredito; assista aqui
Cenário macro conturbado
Mas a boa temporada chega em meio a um cenário macro conturbado, de acordo com o Santander.
Apesar das expectativas com os balanços, o Santander lembra que o pano de fundo continua desafiador. Entre os principais pontos de atenção estão as tarifas de 50% impostas pelos EUA às exportações brasileiras para o país, o que impactou as ações locais. O banco nota que, até agora, os papéis ligados a commodities saíram ganhando.
“Apesar de conversas diplomáticas e reuniões com o setor privado ao longo da última semana, o cenário segue incerto”, escreveram os analistas.
Leia Também
Outro ponto foi a decisão do STF que manteve a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo o banco, o impacto deve ser pequeno para a maioria das companhias, mas empresas financeiras fora do setor bancário podem sentir mais.
Mesmo com o ruído político e os riscos geopolíticos, o Santander avalia que os fundamentos das empresas devem voltar aos holofotes durante a temporada de balanços.
O lado bom do 2T25: empresas ligadas ao setor de vestuário devem ter resultados positivos
A prévia do Santander dos resultados do 2T25 aponta sinais positivos para alguns nomes da bolsa brasileira ligados ao varejo, que devem apresentar desempenho robusto, com bases de comparação mais fracas no ano anterior e crescimento consistente de receita.
A C&A (CEAB3) deve se beneficiar ante os resultados de 2024, que teve um inverno ameno, registrando um crescimento de 17% nas vendas em lojas físicas.
A expectativa é que a alavancagem operacional contribua para uma expansão de 24% no Ebitda em relação ao mesmo período do ano anterior, o que pode sinalizar uma recuperação relevante na rentabilidade da empresa.
- LEIA TAMBÉM: C&A com preço de Zara? CEO refuta críticas e detalha estratégia por trás do valor na etiqueta: “tudo é relativo”
Ainda no varejo de moda, a Lojas Renner (LREN3) deve apresentar um crescimento de 15% nas vendas em lojas físicas, dado que o segundo trimestre de 2024 foi marcado pelos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, região em que a companhia tem grande exposição.
A margem Ebitda pode subir 115 pontos-base, com apoio adicional da receita financeira, sustentando a tese de recuperação da companhia.
Totvs, BTG Pactual e Vivo também devem ir bem segundo o Santander
O Santander ainda destaca que os setores de tecnologia, serviços financeiros e telecomunicações devem ter boas novas nesta temporada.
Entre os destaques positivos está a Totvs (TOTS3). O banco prevê a manutenção de um ritmo saudável de expansão da empresa, com expectativa de crescimento de 17% na receita consolidada — considerando a incorporação parcial da unidade de techfin.
As margens da empresa de tecnologia também devem melhorar, impulsionadas pela unidade de softwares de gestão, que continua sendo o pilar de maior eficiência da Totvs.
Entre os grandes bancos, o BTG Pactual (BPAC11) é visto como uma aposta de alta rentabilidade e eficiência operacional pelo Santander. O lucro ajustado esperado é de R$ 3,6 bilhões, um avanço de 23% na base anual e 8% na trimestral.
O retorno sobre patrimônio (ROE) do BTG deve se manter elevado, em 24%, com destaque para os ganhos em investment banking, sales & trading, crédito corporativo e gestão de fortunas.
- LEIA TAMBÉM: Conheça as análises da research mais premiada da América Latina: veja como acessar os relatórios do BTG Pactual gratuitamente com a cortesia do Seu Dinheiro
Por fim, a Vivo (VIVT3) deve registrar boas notícias, puxadas pelo segmento móvel, de acordo com os analistas, que têm projeção de crescimento de 7,3% para essa vertical. A operadora deve apresentar receita líquida de R$ 14,6 bilhões no segundo trimestre, alta de 6,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A dinâmica operacional também é positiva, com expectativa de alta tanto no Ebitda quanto no lucro líquido, refletindo um ambiente mais competitivo e ganho de eficiência.
O lado sombrio da temporada: Banco do Brasil (BBSA3) ainda não traz boas notícias
Do outro lado, alguns nomes relevantes da B3 devem enfrentar um trimestre mais desafiador, na visão do Santander. Questões como deterioração de crédito, margens comprimidas e fatores externos — como clima ou câmbio — pesaram sobre os resultados e limitaram o desempenho esperado para o período.
O primeiro a sentir o impacto é o Banco do Brasil (BBAS3), com impacto direto do agronegócio e inadimplência em alta.
- LEIA TAMBÉM: Os leitores do Seu Dinheiro recebem todos os dias as notícias mais quentes do mercado. Quer receber também? Cadastre-se aqui
A projeção é de queda expressiva no lucro ajustado, que deve recuar para R$ 4,8 bilhões, ante os R$ 7,4 bilhões do primeiro trimestre.
O BB enfrenta deterioração na carteira do agronegócio, com aumento das provisões e avanço nos empréstimos de estágio 3, sinalizando maior inadimplência.
A desaceleração nas receitas de juros também pressiona os números, segundo o Santander.
RD Saúde (RADL3) e Usiminas (USIM5) também terão um 2T25 difícil
No setor de saúde, a batata quente ficou com a RD Saúde (RADL3), com margens em queda após limite nos reajustes de preços. A rede de farmácias deve apresentar receita bruta 12,5% maior na comparação anual, mas com forte queda de rentabilidade.
O reajuste ficou mais contido após definição da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que reduziu a margem bruta da companhia em 70 pontos-base, e a margem Ebitda ajustada em 133 pontos-base. Isso resulta em uma queda estimada de 6,3% nesse resultado.
Para a Usiminas (USIM5), a previsão do banco é de que o setor siderúrgico ainda esteja pressionado por preços e custos de importação elevados. Com isso, a siderúrgica deve registrar queda de 8% no preço médio do aço plano no mercado interno, pressionada pela valorização do real.
A expectativa é de que o Ebitda consolidado recue 40% frente ao trimestre anterior, para R$ 439 milhões, com margem estimada em apenas 7%, já que o cenário segue desafiador para o setor siderúrgico, na visão dos analistas.
Nubank (NU/ROXO34) pode subir cerca de 20% em 2026, diz BB Investimentos: veja por que banco está mais otimista com a ação
“Em nossa visão o Nubank combina crescimento acelerado com rentabilidade robusta, algo raro no setor, com diversificação de receitas, expansão geográfica promissora e a capacidade de escalar com custos mínimos sustentando nossa visão positiva”, escreve o BB Investimentos.
“Selic em 15% não tem cabimento”, diz Luiza Trajano. Presidente e CEO do Magazine Luiza (MGLU3) criticam travas ao varejo com juros nas alturas
Em evento com jornalistas nesta segunda-feira (8), a empresária Luiza Trajano voltou a pressionar pela queda da Selic, enquanto o CEO Frederico Trajano revelou as perspectivas para os juros e para a economia em 2026
IRB (IRBR3) dispara na bolsa após JP Morgan indicar as ações como favoritas; confira
Os analistas da instituição também revisaram o preço-alvo para 2026, de R$ 54 para R$ 64 por ação, sugerindo potencial de alta de cerca de 33%
SpaceX, de Elon Musk, pode retomar posto de startup mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 800 bilhões em nova rodada de investimentos, diz WSJ
A nova negociação, se concretizada, dobraria o valuation da empresa de Musk em poucos meses
Localiza (RENT3) propõe emitir ações preferenciais e aumento de capital
A Localiza, que tem uma frota de 600.000 carros, disse que as novas ações também seriam conversíveis em ações ordinárias
Fitch elevou rating da Equatorial Transmissão e de suas debêntures; veja o que baseou essa decisão
Sem grandes projetos à vista, a expectativa é de forte distribuição de dividendos, equivalente a 75% do lucro líquido regulatório a partir de 2026, afirma a Fitch.
Correios vetam vale-natal de R$ 2,5 mil a funcionários, enquanto aguardam decisão da Fazenda
A estatal negocia uma dívida de R$ 20 bilhões com bancos e irá fazer um programa de desligamento voluntário
Por que o Itaú BBA acredita que há surpresas negativas na compra da Warner pela Netflix (NTFLX34)
Aquisição bilionária amplia catálogo e fortalece marca, mas traz riscos com alavancagem, sinergias e aprovação regulatória, diz relatório
3tentos (TTEN3): veja por que Bank of America, XP e BBA compartilham otimismo com a ação, que já avança 30% em 2025
Vemos a 3tentos como uma história de crescimento sólida no setor agrícola, com um forte histórico, como demonstrado pela sua expansão no MT nos últimos 4 anos, diz Bank of America
Petrobras (PETR4) diz que é “possível” assumir operação na Braskem, prepara projeto de transição energética e retomará produção de fertilizantes
A presidente da estatal afirmou que não há nada fechado, mas que poderia “exercer mais sinergias” entre a atividade de uma petroquímica, Braskem, com a de uma petroleira, a Petrobras
ANS nega recurso da Hapvida (HAPV3), e empresa terá de reapresentar balanço à agência com ajustes de quase R$ 870 milhões
A empresa havia contabilizado o crédito fiscal relacionado ao programa, que prevê a negociação com desconto de dívidas das empresas de saúde suplementar com o Sistema Único de Saúde (SUS)
Super ricaços na mira: Lifetime acelera a disputa por clientes que têm mais de R$ 10 milhões para investir e querem tratamento especial, afirma CEO
O CEO Fernando Katsonis revelou como a gestora pretende conquistar clientes ‘ultra-high’ e o que está por trás da contratação de Christiano Ehlers para o Family Office
Game of Thrones, Friends, Harry Potter e mais: o que a Netflix vai levar em acordo bilionário com a Warner
Compra bilionária envolve HBO, DC, Cartoon Network e séries de peso; integração deve levar até 18 meses
A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?
Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem
Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito
O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência
Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações
A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos
Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões
No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono
Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real
Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha
Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG
A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher
Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”
