🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 2T25 VAI COMEÇAR: ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA

Patrick Fuentes

Patrick Fuentes

Jornalista formado pela ECA-USP, foi repórter de Economia na Folha de S.Paulo e na CNN Brasil. Atualmente, atua na cobertura de empresas no Seu Dinheiro.

BOLA DE CRISTAL NA B3

Banco do Brasil (BBAS3), C&A (CEAB3), Vivo (VIVT3) e mais: os destaques positivos e negativos do 2T25 na opinião do Santander

Em meio a um cenário macroeconômico conturbado, além do BB, Lojas Renner (LREN3), BTG Pactual (BPAC11), RD Saúde (RADL3) também estão no radar dos investidores

contratos futuros
Os novos produtos seguirão um modelo semelhante ao do Contrato Futuro de DI (DI1), o principal derivativo de juros do Brasil - Imagem: iStock/caio acquesta -

As expectativas com a temporada de resultados corporativos só cresce, e é a vez do Santander fazer suas previsões com o que os investidores locais devem esperar da rodada de balanços do segundo trimestre de 2025.

Em um cenário ainda marcado por incertezas econômicas e políticas, o banco acredita que as empresas ligadas ao consumo doméstico podem ter desempenho positivo — mas destaca que há riscos no caminho.

Segundo relatório assinado por Aline de Souza e Guilherme Bellizzi, os números devem mostrar avanço médio de 11% na receita líquida, 14% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e 5% no lucro líquido, na comparação anual.

  • VEJA TAMBÉM: O que você precisa saber para investir agora? O Touros e Ursos, podcast do Seu Dinheiro, convida os principais especialistas do mercado para dar o veredito; assista aqui

Cenário macro conturbado

Mas a boa temporada chega em meio a um cenário macro conturbado, de acordo com o Santander.

Apesar das expectativas com os balanços, o Santander lembra que o pano de fundo continua desafiador. Entre os principais pontos de atenção estão as tarifas de 50% impostas pelos EUA às exportações brasileiras para o país, o que impactou as ações locais. O banco nota que, até agora, os papéis ligados a commodities saíram ganhando.

“Apesar de conversas diplomáticas e reuniões com o setor privado ao longo da última semana, o cenário segue incerto”, escreveram os analistas.

Leia Também

Outro ponto foi a decisão do STF que manteve a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo o banco, o impacto deve ser pequeno para a maioria das companhias, mas empresas financeiras fora do setor bancário podem sentir mais.

Mesmo com o ruído político e os riscos geopolíticos, o Santander avalia que os fundamentos das empresas devem voltar aos holofotes durante a temporada de balanços.

O lado bom do 2T25: empresas ligadas ao setor de vestuário devem ter resultados positivos

A prévia do Santander dos resultados do 2T25 aponta sinais positivos para alguns nomes da bolsa brasileira ligados ao varejo, que devem apresentar desempenho robusto, com bases de comparação mais fracas no ano anterior e crescimento consistente de receita.

A C&A (CEAB3) deve se beneficiar ante os resultados de 2024, que teve um  inverno ameno, registrando um crescimento de 17% nas vendas em lojas físicas. 

A expectativa é que a alavancagem operacional contribua para uma expansão de 24% no Ebitda em relação ao mesmo período do ano anterior, o que pode sinalizar uma recuperação relevante na rentabilidade da empresa.

Ainda no varejo de moda, a Lojas Renner (LREN3) deve apresentar um crescimento de 15% nas vendas em lojas físicas, dado que o segundo trimestre de 2024 foi marcado pelos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, região em que a companhia tem grande exposição.

A margem Ebitda pode subir 115 pontos-base, com apoio adicional da receita financeira, sustentando a tese de recuperação da companhia.

Totvs, BTG Pactual e Vivo também devem ir bem segundo o Santander

O Santander ainda destaca que os setores de tecnologia, serviços financeiros e telecomunicações devem ter boas novas nesta temporada. 

Entre os destaques positivos está a Totvs (TOTS3). O banco prevê a manutenção de um ritmo saudável de expansão da empresa, com expectativa de crescimento de 17% na receita consolidada — considerando a incorporação parcial da unidade de techfin. 

As margens da empresa de tecnologia também devem melhorar, impulsionadas pela unidade de softwares de gestão, que continua sendo o pilar de maior eficiência da Totvs.

Entre os grandes bancos, o BTG Pactual (BPAC11) é visto como uma aposta de alta rentabilidade e eficiência operacional pelo Santander. O lucro ajustado esperado é de R$ 3,6 bilhões, um avanço de 23% na base anual e 8% na trimestral. 

O retorno sobre patrimônio (ROE) do BTG deve se manter elevado, em 24%, com destaque para os ganhos em investment banking, sales & trading, crédito corporativo e gestão de fortunas.

Por fim, a Vivo (VIVT3) deve registrar boas notícias, puxadas pelo segmento móvel, de acordo com os analistas, que têm projeção de crescimento de 7,3% para essa vertical. A operadora deve apresentar receita líquida de R$ 14,6 bilhões no segundo trimestre, alta de 6,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

A dinâmica operacional também é positiva, com expectativa de alta tanto no Ebitda quanto no lucro líquido, refletindo um ambiente mais competitivo e ganho de eficiência.

O lado sombrio da temporada: Banco do Brasil (BBSA3) ainda não traz boas notícias

Do outro lado, alguns nomes relevantes da B3 devem enfrentar um trimestre mais desafiador, na visão do Santander. Questões como deterioração de crédito, margens comprimidas e fatores externos — como clima ou câmbio — pesaram sobre os resultados e limitaram o desempenho esperado para o período.

O primeiro a sentir o impacto é o Banco do Brasil (BBAS3), com impacto direto do agronegócio e inadimplência em alta

A projeção é de queda expressiva no lucro ajustado, que deve recuar para R$ 4,8 bilhões, ante os R$ 7,4 bilhões do primeiro trimestre. 

O BB enfrenta deterioração na carteira do agronegócio, com aumento das provisões e avanço nos empréstimos de estágio 3, sinalizando maior inadimplência. 

A desaceleração nas receitas de juros também pressiona os números, segundo o Santander.

RD Saúde (RADL3) e Usiminas (USIM5) também terão um 2T25 difícil

No setor de saúde, a batata quente ficou com a RD Saúde (RADL3), com margens em queda após limite nos reajustes de preços. A rede de farmácias deve apresentar receita bruta 12,5% maior na comparação anual, mas com forte queda de rentabilidade

O reajuste ficou mais contido após definição da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que reduziu a margem bruta da companhia em 70 pontos-base, e a margem Ebitda ajustada em 133 pontos-base. Isso resulta em uma queda estimada de 6,3% nesse resultado.

Para a Usiminas (USIM5), a previsão do banco é de que o setor siderúrgico ainda esteja pressionado por preços e custos de importação elevados. Com isso, a siderúrgica deve registrar queda de 8% no preço médio do aço plano no mercado interno, pressionada pela valorização do real

A expectativa é de que o Ebitda consolidado recue 40% frente ao trimestre anterior, para R$ 439 milhões, com margem estimada em apenas 7%, já que o cenário segue desafiador para o setor siderúrgico, na visão dos analistas.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
QUAL O IMPACTO

A “taxa das blusinhas” vai acabar? Isenção para compras abaixo de US$ 50 na Shein e na Shopee volta a rondar o mercado

24 de julho de 2025 - 15:30

BTG Pactual e Itaú BBA analisam o impacto de uma possível revogação da tarifa de 20% sobre compras abaixo de US$ 50 no exterior — a possibilidade está sendo aventada pelo governo como um aceno à China e em resposta a Trump

RESOLVENDO AS CONTAS

Após fechar capital na B3, controlador francês do Carrefour Brasil avalia refinanciar dívida bilionária

24 de julho de 2025 - 15:11

A CSA estuda possíveis alternativas para a negociação de R$ 9,7 bilhões em débitos no país

REDUZINDO O PORTFÓLIO

Raízen (RAIZ4) vende 55 usinas de geração de energia por R$ 600 milhões e encerra joint venture; entenda a operação

24 de julho de 2025 - 10:23

A companhia receberá os valores da venda à medida que as usinas forem transferidas para os compradores

SERÁ QUE VAI?

Chegou aí? Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4) afirmam não ter recebido proposta do iFood pela Alelo

24 de julho de 2025 - 10:11

Segundo informações da imprensa, o iFood estaria em vias de fechar negócio de R$ 5 bilhões pela Alelo, mas bancões negam

FICOU NO ESCURO?

Petrobras (PETR4) não aceita ficar de fora das negociações de Nelson Tanure sobre o controle da Braskem (BRKM5) — e vai ao Cade questionar

24 de julho de 2025 - 9:18

Uma das maiores acionistas da petroquímica, a Petrobras recorreu ao Cade para garantir sua participação ativa nas negociações, segundo informações do InvestNews

CHAPTER 11

Em recuperação judicial, Azul (AZUL4) informa resultados financeiros de junho, com receita de R$ 1,64 bilhão

23 de julho de 2025 - 20:40

Os dados fazem parte do relatório mensal para a Justiça dos EUA, uma das condições exigidas para o processo de reestruturação

COMPRAR OU VENDER?

Allos (ALOS3), Multiplan (MULT3) ou Iguatemi (IGTI11): shoppings devem crescer no segundo trimestre, mas só uma empresa se destaca no lucro, diz XP

23 de julho de 2025 - 19:06

Operadoras devem registrar bom desempenho operacional, mas apenas uma dribla os juros altos e entrega avanço no lucro por ação

2 DE 7

Ações da Tesla e da Alphabet caem 1% após balanço; entenda por que os investidores torceram o nariz para as duas magníficas

23 de julho de 2025 - 18:49

Os motivos para a queda dos papéis no after hours em Nova York não foi o mesmo — uma não atingiu expectativas e outras gerou preocupação com uma nova orientação

DO CHURRASCO AOS TRIBUNAIS

Marfrig (MRFG3) denuncia Minerva (BEEF3) no Cade em meio à corrida pela BRF (BRFS3); saiba o que motiva o embate

23 de julho de 2025 - 17:22

A ofensiva é uma resposta ao recurso da Minerva, que tenta barrar a criação da MBRF Global Foods por suposto risco à concorrência

UMA LUPA SOBRE O NEGÓCIO

Qual o verdadeiro potencial da união entre Rede D’Or (RDOR3) e Fleury (FLRY3) — e o que pode dar errado? UBS BB traça as previsões

23 de julho de 2025 - 16:05

Para os analistas, a união dos dois players de saúde poderia desbloquear sinergias significativas, mas ainda há pontas soltas a serem resolvidas

A TODO VAPOR

Sabesp (SBSP3) faz balanço de um ano de privatização e destaca investimento de R$ 10,6 bilhões

23 de julho de 2025 - 14:38

Companhia também afirma que universalização do saneamento está em ritmo acelerado; dados preliminares serão confirmados em agosto

WITH A LITTLE HELP

MRV (MRVE3) figura entre as maiores altas do Ibovespa após relatório do Santander; o que animou os investidores?

23 de julho de 2025 - 14:35

A recomendação foi mantida como “outperform” para a companhia e os analistas destacaram dois pilares principais para sustentar o otimismo

DESTAQUES DA BOLSA

Petrobras (PETR4) sobe mais de 2% e é o carro-chefe dos ganhos do Ibovespa; entenda o que está por trás da alta (e não é o preço do petróleo)

23 de julho de 2025 - 13:43

O avanço dos papéis da estatal ajudou o principal índice da bolsa brasileira a acelerar os ganhos e romper a barreira dos 135 mil pontos

DE PROBLEMA A SOLUÇÃO

Banco do Brasil (BBAS3) quer aproveitar sua relação com o agronegócio para se tornar líder no mercado de carbono

23 de julho de 2025 - 12:56

O banco estatal busca ser o principal intermediário do mercado de carbono no Brasil e quer usar a sua penetração no agronegócio para alcançar mais projetos

O QUE VEM POR AÍ

Por que o desempenho operacional sólido da Vale (VALE3) não faz as ações dispararem — e o que esperar do balanço do 2T25

23 de julho de 2025 - 12:33

Na noite anterior, a companhia informou que a produção de minério de ferro no segundo trimestre deste ano aumentou 3,7% em termos anuais e 23,6% na comparação trimestral

SEM BRILHO

WEG (WEGE3) lidera quedas do Ibovespa após divulgar balanço; o que desagradou os investidores?

23 de julho de 2025 - 10:43

A companhia vinha chamando a atenção dos mercados, mas resultados do segundo trimestre fazem a “fábrica de bilionários” perder o brilho

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Auren Energia (AURE3): CFO detalha como domou dívida de R$ 20 bi e dobrou sinergias com a AES Brasil

23 de julho de 2025 - 6:03

Mateus Ferreira, que assumiu o comando financeiro na época da aquisição bilionária, falou com o Seu Dinheiro sobre as perspectivas para dividendos, a estratégia para cuidar da alavancagem e a MP do setor elétrico

ATENÇÃO, ACIONISTAS

Dividendos e JCP: WEG (WEGE3) e TIM (TIMS3) vão distribuir mais de R$ 1 bilhão em proventos; confira os prazos

22 de julho de 2025 - 19:47

A queridinha dos investidores é responsável pelo anúncio dos dividendos desta terça-feira (22), enquanto a operadora de telefonia móvel fica com os juros sobre capital próprio

RELATÓRIO OPERACIONAL

Produção de minério da Vale (VALE3) sobe no segundo trimestre, mas preço não acompanha

22 de julho de 2025 - 19:11

Segundo a mineradora, o período de abril a junho foi marcado por um sólido desempenho em todos os segmentos de negócio; confira os números do período

DEMANDA AQUECIDA

MRV (MRVE3) pode subir 60% na bolsa e voltar ao radar dos investidores, diz Santander; veja o novo preço-alvo

22 de julho de 2025 - 17:00

Santander eleva perspectivas para a MRV e destaca recuperação das operações no Brasil, mesmo com “limpeza” na subsidiária dos EUA

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar