Banco do Brasil (BBAS3) tem lucro de R$ 37,9 bilhões em 2024 e rentabilidade supera 21% no 4T24, mas peso do agronegócio continua
Enquanto a lucratividade e a rentabilidade chamam a atenção positivamente no 4T24, a inadimplência do agronegócio pressionou o resultado; veja os destaques
O Banco do Brasil (BBAS3) anunciou nesta quarta-feira (19) um lucro líquido ajustado de R$ 9,6 bilhões no quarto trimestre de 2024. O montante corresponde a um avanço de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 0,7% contra o trimestre passado.
- E MAIS: Calendário de resultados desta semana inclui Vale, Gerdau, B3 e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
O resultado também veio acima das expectativas do mercado, que esperava um lucro médio de R$ 9,414 bilhões entre os últimos três meses de 2024, de acordo com estimativas compiladas pela Bloomberg.
No acumulado do ano, o lucro do BB somou R$ 37,9 bilhões, o que representa um avanço de 6,6% em relação a 2023.
Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) chegou a 21,4% no fim do quarto trimestre.
A rentabilidade do Banco do Brasil esteve acima do esperado pelo mercado, de 20,1%, mas ainda abaixo dos níveis do Itaú Unibanco (ITUB4), que registrou um ROAE de 22,1% no trimestre.
Todos os olhos na inadimplência
Ainda que as linhas de lucratividade e rentabilidade tenham chamado a atenção positivamente, um dos vilões do balanço do Banco do Brasil (BBAS3) no terceiro trimestre voltou a assombrar os números do bancão no fim do ano: a inadimplência.
Leia Também
O índice de devedores acima de 90 dias teve alta de 0,4 ponto porcentual na comparação com o quarto trimestre de 2023, mas leve recuo de 0,01 p.p na base trimestral, a 3,32%.
Já as provisões para devedores duvidosos (PDD) encolheram 7,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior, para R$ 9,3 bilhões em perdas previstas no crédito ao fim do quarto trimestre de 2024.
A pressão sobre os indicadores do BB veio outra vez do aumento de calotes observado no setor de agronegócio, que continuam impactando os índices de inadimplência e a qualidade dos ativos do banco.
Relembrando, o agronegócio — setor em que o BB é mais atuante — enfrentou problemas nos últimos meses.
Com a redução no preço das commodities, as margens apertadas — com os produtores à espera do momento ideal para vender as safras — e os fenômenos climáticos extremos, empresas do setor entraram com sucessivos pedidos de recuperação judicial.
Isso levou o Banco do Brasil a elevar as provisões em quase 30% na passagem do segundo para o terceiro trimestre.
Passada a tempestade vista no ano passado, as perspectivas para os próximos meses, contudo, são positivas.
Segundo a CEO Tarciana Medeiros, a expectativa é que esse cenário negativo do agro se reverta em 2025 e que o setor ajude nos planos de expansão da carteira de crédito do banco, mesmo com os juros cada vez mais elevados no país.
Os destaques do balanço do Banco do Brasil (BBAS3) no 4T24
O Banco do Brasil (BBAS3) também viu a margem financeira, que considera a receita com crédito menos os custos de captação, desacelerar no quarto trimestre. O indicador subiu 4% em relação aos últimos 12 meses, para R$ 26,8 bilhões.
A margem financeira com o mercado — indicador que reflete a remuneração do banco com as operações de tesouraria — apresentou queda de 11,8% em relação ao quarto trimestre de 2023.
Já a margem com operações de crédito teve aumento de 5,6% no mesmo período.
Por sua vez, a carteira de crédito ampliada do Banco do Brasil cresceu 15,3% em relação a igual intervalo de 2023 e 6,1% no comparativo com o trimestre imediatamente anterior, para R$ 1,3 trilhão.
As receitas operacionais do Banco do Brasil (BBAS3) ficaram praticamente estáveis no período em relação ao mesmo período de 2023, chegando a R$ 36,8 bilhões no fim do quarto trimestre.
Enquanto isso, as despesas operacionais subiram 2,7% no comparativo anual, encerrando o mês de dezembro na casa de R$ 9,5 bilhões.
O que esperar do Banco do Brasil (BBAS3) em 2025
Para além dos números de 2024, o Banco do Brasil (BBAS3) também revelou as expectativas para este ano.
A projeção do BB é atingir um lucro líquido entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões no acumulado de 2025, com um crescimento entre 5,5% e 9,5% da carteira de crédito.
Confira as estimativas (guidance) para 2025:
- Carteira de crédito: 5,5% a 9,5%
- Pessoas físicas: 7% a 11%
- Empresas: 4% a 8%
- Agronegócios: 5% a 9%
- Margem financeira bruta: R$ 111,0 bilhões a R$ 115,0 bilhões
- Perda esperada: R$ 38,0 bilhões a R$ 42,0 bilhões
- Receitas de prestação de serviços: R$ 34,5 bilhões a R$ 36,5 bilhões
- Despesas administrativas: R$ 38,5 bilhões a R$ 40,0 bilhões
- Lucro líquido ajustado: R$ 37,0 bilhões a R$ 41,0 bilhões
"O crescimento de crédito do Banco do Brasil continuará sustentável e equilibrado, com soluções e serviços aderentes ao nosso papel na sociedade brasileira e beneficiado pelas oportunidades da nossa atuação em cada canto do Brasil", afirmou Tarciana Medeiros, presidenta do Banco do Brasil, em nota.
Segundo a CEO do BB, o objetivo é "continuar a ser protagonista no crédito consignado", em todas as verticais.
A executiva também afirmou que o banco continuará com um controle rigoroso de despesas, enquanto mantém os esforços em investimentos em tecnologia e pessoas.
De olho nos dividendos
O Banco do Brasil (BBAS3) também aprovou a distribuição de aproximadamente R$ 776,3 milhões em dividendos e de cerca de R$ 1,95 bilhão e juros sobre capital próprio (JCP) para os acionistas.
Do lado dos dividendos, o valor por ação será de cerca de R$ 0,136, enquanto os acionistas receberão em torno de R$ 0,34259 por papel na forma de JCP.
Vale lembrar que os JCP estão sujeitos à mordida do Leão, com retenção de 15% de imposto de renda na fonte.
Para ter direito à remuneração, é necessário possuir ações do BB até o fim do pregão de 11 de março. A partir do dia seguinte, os papéis passam a ser negociados “ex-direitos” e tendem a sofrer ajustes na cotação.
Ou seja, o investidor pode optar por adquirir ações do Banco do Brasil no dia 11 de março e ter direito aos dividendos, ou esperar pelo dia 12 e comprar os papéis por um preço inferior, mas sem poder receber os proventos.
Já o pagamento deve cair na conta dos acionistas em 20 de março de 2025.
O conselho de administração do Banco do Brasil também aprovou o intervalo de payout de proventos aos acionistas para 2025, entre 40% e 45%. Os percentuais poderão ser depositados por meio de JCP ou por dividendos.
Segundo o fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o BB irá depositar os proventos aos acionistas em oito fluxos, dos quais quatro pagamentos serão realizados ao longo dos
trimestres de referência, de forma antecipada, e os depósitos restantes serão complementares, ao fim de cada trimestre.
Veja as datas de pagamento dos dividendos estipuladas pelo banco:

Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas
Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP
A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove
Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal
Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)
Telefônica Brasil (VIVT3) aprova devolução de R$ 4 bilhões aos acionistas e anuncia compra estratégica em cibersegurança
A Telefônica, dona da Vivo, vai devolver R$ 4 bilhões aos acionistas e ainda reforça sua presença em cibersegurança com a compra da CyberCo Brasil
Brasil registra recorde em 2025 com abertura de 4,6 milhões de pequenos negócios; veja quais setores lideram o crescimento
No ano passado, pouco mais de 4,1 milhões de empreendimentos foram criados
Raízen (RAIZ4) vira penny stock e recebe ultimato da B3. Vem grupamento de ações pela frente?
Com RAIZ4 cotada a centavos, a B3 exige plano para subir o preço mínimo. Veja o prazo que a bolsa estipulou para a regularização
Banco Pan (BPAN4) tem incorporação pelo BTG Pactual (BPAC11) aprovada; veja detalhes da operação e vantagens para os bancos
O Banco Sistema vai incorporar todas as ações do Pan e, em seguida, será incorporado pelo BTG Pactual
Dividendos e JCP: Ambev (ABEV3) anuncia distribuição farta aos acionistas; Banrisul (BRSR6) também paga proventos
Confira quem tem direito a receber os dividendos e JCP anunciados pela empresa de bebidas e pelo banco, e veja também os prazos de pagamento
Correios não devem receber R$ 6 bilhões do Tesouro, diz Haddad; ajuda depende de plano de reestruturação
O governo avalia alternativas para reforçar o caixa dos Correios, incluindo a possibilidade de combinar um aporte com um empréstimo, que pode ser liberado ainda este ano
Rede de supermercados Dia, em recuperação judicial, tem R$ 143,3 milhões a receber do Letsbank, do Banco Master
Com liquidação do Master, há dúvidas sobre os pagamentos, comprometendo o equilíbrio da rede de supermercados, que opera queimando caixa e é controlada por um fundo de Nelson Tanure
Nubank avalia aquisição de banco para manter o nome “bank” — e ainda pode destravar vantagens fiscais com isso
A fintech de David Vélez analisa dois caminhos para a licença bancária no Brasil; entenda o que está em discussão
Abra Group, dona da Gol (GOLL54) e Avianca, dá mais um passo em direção ao IPO nos EUA e saída da B3; entenda
Esse é o primeiro passo no processo para abertura de capital, que possibilita sondar o mercado antes de finalizar a proposta
Por que a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, aprovou um aumento de capital de R$ 30 bilhões? A resposta pode ser boa para o bolso dos acionistas
O objetivo do aumento de capital é manter o equilíbrio financeiro da empresa ao distribuir parte da reserva de lucros de quase R$ 40 bilhões
Magazine Luiza (MGLU3) aposta em megaloja multimarcas no lugar da Livraria Cultura para turbinar faturamento
Com cinco marcas sob o mesmo teto, a megaloja Galeria Magalu resgata a memória da Livraria Cultura, cria palco para conteúdo e promete ser a unidade mais lucrativa da varejista
