AgroGalaxy (AGXY3) reduz prejuízo no 1T25, mas receita despenca 80% em meio à recuperação judicial
Tombo no faturamento decorre do cancelamento da carteira de pedidos da safrinha de milho, tradicionalmente o principal negócio do período para distribuidoras de insumos agrícolas

Após ter adiado duas vezes a publicação do balanço, a AgroGalaxy (AGXY3) divulgou nesta terça-feira (10) os resultados do primeiro trimestre deste ano. A empresa registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 153 milhões, redução de 38,8% ante os R$ 250 milhões no mesmo período de 2024.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado permaneceu negativo em R$ 58,8 milhões, mas com melhora de R$ 11,2 milhões comparado aos R$ 70 milhões negativos do primeiro trimestre do ano passado.
Os números refletem o impacto direto da recuperação judicial (RJ), processo iniciado em setembro de 2024 e homologado em maio de 2025 pela 19ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia.
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A receita líquida despencou 78,6% na comparação anual, de R$ 1,6 bilhão para R$ 341,2 milhões, o menor patamar desde a abertura de capital da empresa, em 2021.
Recuperação judicial leva a cancelamento de pedidos da AgroGalaxy
O tombo no faturamento também decorre do cancelamento da carteira de pedidos da safra secundária — também conhecida como safrinha — de milho, tradicionalmente o principal negócio do primeiro trimestre para distribuidoras de insumos agrícolas.
"A AgroGalaxy praticamente não participou da safrinha. Cancelamos a totalidade dos pedidos ainda em setembro do ano passado, no início do processo de RJ, para não comprometer o produtor sem garantia de entrega", disse o CEO Eron Martins.
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A decisão de cancelar os pedidos foi tomada porque a recuperação judicial interrompeu as relações com fornecedores durante o período de negociação da segunda safra de milho, que ocorre entre setembro e dezembro do ano anterior.
Eron disse que a empresa tinha registrado um encarteiramento recorde para o período de 2025, com potencial 30% superior aos anos anteriores, mas optou por cancelar porque não havia visibilidade de conseguir produtos para entregar.
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A ausência na safrinha do milho gerou impacto de R$ 540 milhões em vendas de insumos e R$ 700 milhões em comercialização de grãos comparado ao primeiro trimestre de 2024.
Mesmo com tombo, margens operacionais melhoraram
Apesar da queda no faturamento, a empresa conseguiu melhorar suas margens operacionais. A margem bruta ajustada da divisão de insumos subiu de 15,6% para 16,8%, resultaado de mudanças no mix de produtos e maior disciplina na precificação.
A participação de fertilizantes, produtos de menor margem, recuou de 39,2% para 20,1% do mix, enquanto defensivos, mais rentáveis, saltaram de 25,8% para 60% das vendas.
A melhora nas margens foi acompanhada por corte de R$ 100 milhões nas despesas operacionais, que caíram de R$ 153,9 milhões para R$ 54,3 milhões.
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Segundo Luiz Conrado Sundfeld, CFO da AgroGalaxy, R$ 67 milhões dessa redução representam cortes em despesas fixas, resultado do fechamento de lojas, renegociação de contratos e demissão de funcionários.
Reestruturação e recuperação judicial
A AgroGalaxy saiu de 169 lojas no início de 2024 para entre 65 e 70 unidades atualmente, abandonou três Estados (Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Piauí) e demitiu 40% dos funcionários.
A nova estrutura concentra operações em regiões de menor risco climático, priorizando o Centro-Oeste, Norte e parte do Sudeste.
Eron projetou que, se a empresa tivesse participado da safrinha de milho, provavelmente apresentaria Ebitda positivo.
"Alguém poderia acreditar que uma empresa em recuperação judicial, que só foi aprovar o seu plano no final do quarto, que enfrentou todos os desafios que uma recuperação judicial tem, uma empresa que sai de R$ 1,6 bilhão de faturamento para R$ 300 e poucos milhões de faturamento, essa empresa é capaz de mostrar um Ebitda melhor do que o do ano passado?", questionou.
A empresa fechou o trimestre com R$ 250 milhões em caixa, mesmo valor do ano anterior, mas agora com a estrutura de compromissos financeiros completamente renegociada.
O plano de recuperação judicial, aprovado por 82,4% dos credores, prevê o reperfilamento de R$ 4,6 bilhões em dívidas com carência de dois a três anos e amortização estendida por até 16 anos.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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